Da paixão em frente à televisão à clara oportunidade de uma vaga na seleção brasileira. Este caminho, na maioria dos esportes, pode demorar até uma década. Isso se o atleta tiver muita sorte. Mas não no caso de Vitor Oliver, o Vitor 'Nescau', como é conhecido. Apaixonado pelo futebol americano, o baiano de 25 anos tem a grande chance da vida no esporte após pouco mais de três anos de prática.
Natural de Salvador, Oliver se acostumou, na adolescência, a acompanhar os jogos da National Football League (NFL) pela televisão. Ficava vidrado na frente do aparelho e sonhava com a oportunidade de poder praticar o esporte. Sem contato com outros fãs, não via onde poderia pôr em prática o que estava acostumado a ver.
Até que, em 2010, conheceu alguns outros apaixonados que haviam adquirido materiais próprios e treinavam nas praias de Salvador. A partir daí, iniciou as atividades como jogador de futebol americanos. Da praia, migrou para o campo e, atualmente, passa por um período de testes no São Paulo Storm, que é comandado Danilo Muller, também técnico da seleção brasileira.
- Um amigo treina na equipe. Ele viu meu desempenho no ano passado no Torneio Touchdown, e consegui essa oportunidade – conta o atleta, por telefone, ao GloboEsporte.com.
Vitor Oliver é hoje um dos atletas do Vitória All Saints, principal time baiano do futebol americano. A trajetória dele para chegar a ter uma oportunidade de ser observado para a seleção brasileira não impressiona só pela rapidez. Sem ter como se manter do esporte, Vitor precisa aliar o trabalho aos treinos. No ano passado, por seis meses, foi garçom. Além disso, desde os 18 anos trabalha com manutenção de computadores.
- Jogamos por prazer, por amor. A gente tem que tirar dinheiro do próprio bolso. Até para treinar a gente tem uma grande dificuldade. São apenas dois treinos por semana – diz.
O baiano atua como “free safety”. A posição, normalmente ocupada por atletas menores e mais rápidos, exige que ele fique um pouco recuado para defender o passe. Normalmente, jogadores da posição fazem muitas interceptações e, quando isso ocorre, iniciam a corrida, o que gera bastante contato com os rivais. Mas nem mesmo as dores ou possíveis lesões interferem no trabalho.
- Meu chefe é bem compreensivo, e é difícil de me machucar. A gente treina como dar pancada, como receber pancada para não se machucar e nem machucar o oponente – comenta.
No ano passado, o baiano foi eleito um dos melhores jogadores de defesa do Torneio Touchdown. Ele pôde sentir o reconhecimento pelo que foi feito dentro de campo logo nos primeiros dias em São Paulo.
- O nível aqui não é tão diferente. A diferença é que eles treinam bem mais. Então, quanto mais treino, mais forte, melhor você fica. No primeiro treino aqui, alguns jogadores foram tentar gozar com minha cara. Aí o técnico falou para eles colocarem meu nome no Youtube para ver como eu jogo – revela.
VITÓRIA ALL SAINTS
O time que deu a Vitor Oliver a chance de praticar sua paixão foi criado em 2008. O All Saints foi criado com o nome de Salvador All Saints quando amigos que conversavam pela internet resolveram ir além da rede. Compraram a bola e os equipamentos para iniciar as atividades na praia. Pouco tempo depois, migraram para o campo.
No ano passado, o grupo conseguiu uma parceria com o Esporte Clube Vitória. O nome, então, mudou para Vitória All Saints.
- O Vitória cede a marca, dá suporte financeiro e vai possibilitar o Barradão para treinos e jogos quando acabar a reforma. Dá, também, suporte de divulgação – conta a diretora de marketing da equipe, Laura Patterson.
A ajuda da divulgação teve um papel importante na semana passada. O Vitória All Saints produziu um vídeo para divulgar a equipe. Nele, um torcedor do Bahia é vítima de uma pegadinha nas ruas do Pelourinho (assista o vídeo aqui). Tudo foi feito de maneira independente do Vitória.
Independente do Rubro-Negro também é o dia a dia da equipe. O Vitória All Saints disputa os jogos no estádio municipal de Madre de Deus. Como o local foi construído para o futebol, os atletas precisam ir ao estádio uma semana antes das partidas para demarcar e pintar o campo de acordo com as regulamentações do futebol americano.
No ano passado, o time baiano ficou em 16º, dentro de 20 clubes, no Torneio Touchdown. Neste ano, a equipe pode disputar o Campeonato Brasileiro da Confederação Brasileira de Futebol Americano (CBFA), mas, para isso, precisa fazer bonito na Super Liga Nordeste, torneio classificatório para a competição nacional. O primeiro confronto da Super Liga será no dia 3 de maio contra o Sergipe Bravos. Na sequência, no dia 17 de maio, o adversário será o Lauro de Freitas Kings. (Raphael Carneiro / GloboEsporte)
Até que, em 2010, conheceu alguns outros apaixonados que haviam adquirido materiais próprios e treinavam nas praias de Salvador. A partir daí, iniciou as atividades como jogador de futebol americanos. Da praia, migrou para o campo e, atualmente, passa por um período de testes no São Paulo Storm, que é comandado Danilo Muller, também técnico da seleção brasileira.
- Um amigo treina na equipe. Ele viu meu desempenho no ano passado no Torneio Touchdown, e consegui essa oportunidade – conta o atleta, por telefone, ao GloboEsporte.com.
Vitor Oliver é hoje um dos atletas do Vitória All Saints, principal time baiano do futebol americano. A trajetória dele para chegar a ter uma oportunidade de ser observado para a seleção brasileira não impressiona só pela rapidez. Sem ter como se manter do esporte, Vitor precisa aliar o trabalho aos treinos. No ano passado, por seis meses, foi garçom. Além disso, desde os 18 anos trabalha com manutenção de computadores.
- Jogamos por prazer, por amor. A gente tem que tirar dinheiro do próprio bolso. Até para treinar a gente tem uma grande dificuldade. São apenas dois treinos por semana – diz.
O baiano atua como “free safety”. A posição, normalmente ocupada por atletas menores e mais rápidos, exige que ele fique um pouco recuado para defender o passe. Normalmente, jogadores da posição fazem muitas interceptações e, quando isso ocorre, iniciam a corrida, o que gera bastante contato com os rivais. Mas nem mesmo as dores ou possíveis lesões interferem no trabalho.
- Meu chefe é bem compreensivo, e é difícil de me machucar. A gente treina como dar pancada, como receber pancada para não se machucar e nem machucar o oponente – comenta.
No ano passado, o baiano foi eleito um dos melhores jogadores de defesa do Torneio Touchdown. Ele pôde sentir o reconhecimento pelo que foi feito dentro de campo logo nos primeiros dias em São Paulo.
- O nível aqui não é tão diferente. A diferença é que eles treinam bem mais. Então, quanto mais treino, mais forte, melhor você fica. No primeiro treino aqui, alguns jogadores foram tentar gozar com minha cara. Aí o técnico falou para eles colocarem meu nome no Youtube para ver como eu jogo – revela.
VITÓRIA ALL SAINTS
O time que deu a Vitor Oliver a chance de praticar sua paixão foi criado em 2008. O All Saints foi criado com o nome de Salvador All Saints quando amigos que conversavam pela internet resolveram ir além da rede. Compraram a bola e os equipamentos para iniciar as atividades na praia. Pouco tempo depois, migraram para o campo.
No ano passado, o grupo conseguiu uma parceria com o Esporte Clube Vitória. O nome, então, mudou para Vitória All Saints.
- O Vitória cede a marca, dá suporte financeiro e vai possibilitar o Barradão para treinos e jogos quando acabar a reforma. Dá, também, suporte de divulgação – conta a diretora de marketing da equipe, Laura Patterson.
A ajuda da divulgação teve um papel importante na semana passada. O Vitória All Saints produziu um vídeo para divulgar a equipe. Nele, um torcedor do Bahia é vítima de uma pegadinha nas ruas do Pelourinho (assista o vídeo aqui). Tudo foi feito de maneira independente do Vitória.
Independente do Rubro-Negro também é o dia a dia da equipe. O Vitória All Saints disputa os jogos no estádio municipal de Madre de Deus. Como o local foi construído para o futebol, os atletas precisam ir ao estádio uma semana antes das partidas para demarcar e pintar o campo de acordo com as regulamentações do futebol americano.
No ano passado, o time baiano ficou em 16º, dentro de 20 clubes, no Torneio Touchdown. Neste ano, a equipe pode disputar o Campeonato Brasileiro da Confederação Brasileira de Futebol Americano (CBFA), mas, para isso, precisa fazer bonito na Super Liga Nordeste, torneio classificatório para a competição nacional. O primeiro confronto da Super Liga será no dia 3 de maio contra o Sergipe Bravos. Na sequência, no dia 17 de maio, o adversário será o Lauro de Freitas Kings. (Raphael Carneiro / GloboEsporte)