Com o dedo enrolando os cachos, enquanto busca a melhor resposta, Neto Coruja manda: “Aquela de Edson Gomes, 'Vamos amigo lute!'”.
Fora da partida contra o ASA, pelo recebimento do terceiro cartão amarelo, o jogador lamenta não poder seguir sua programação capilar. Quando o Vitória iniciou a arrancada nesta Série B, freada com a fatídica derrota para o São Caetano, Coruja havia decidido raspar a cabeça para entrar em campo ‘estilo Ronaldinho’ no jogo em Alagoas.
Fora da partida contra o ASA, pelo recebimento do terceiro cartão amarelo, o jogador lamenta não poder seguir sua programação capilar. Quando o Vitória iniciou a arrancada nesta Série B, freada com a fatídica derrota para o São Caetano, Coruja havia decidido raspar a cabeça para entrar em campo ‘estilo Ronaldinho’ no jogo em Alagoas.
“Queria entrar com a cabeça zerada. Para dar um visual novo em um jogo decisivo. Mas como não vou poder jogar, e o jogo é difícil, talvez corte somente no fim... Mas sei que vou cortar com certeza, pois o Vitória vai subir”, afirma, confiante, o volante rubro-negro.
Os fios começaram a crescer e depois veio a promessa. Coruja estava se recuperando de lesão e afastado por sete longos meses dos gramados, tratando de uma tendinite crônica no joelho. Deixou o cabelo crescer por desleixo, estava plenamente focado na pronta recuperação naquele momento.
Quando voltou a jogar, achou que o ‘capacete’ estava dando sorte e resolveu cultivar. Aí, começaram as piadas. “Estão me chamando de... qual o nome daquele personagem de desenho? Isso, Capitão Caverna”, diz o jogador, diante do acerto do repórter, para depois emendar: “Isso é coisa de Uelliton, que bota apelido em todo mundo”, ri.
O passo seguinte foi a promessa. “Quis associar meu momento com o do Vitória. Então, pensei: estive numa pior, afastado dos gramados e me recuperei. O Vitória está precisando subir e cortar o cabelo talvez funcione como promessa”, diz.
Black Power - O estilo Black Power surgiu no contexto dos movimentos comportamentais, que eclodiram na Europa no fim dos anos 1960. Expressavam o orgulho pela cor negra, estimulada pelo ativismo político de Martin Luther King e Malcom X. No mundo da bola, o corte foi popular entre brasileiros nos anos 1970, fazendo a cabeça de craques como Jairzinho, Paulo César Caju e Júnior, lateral do Flamengo.
Também foi motivo de polêmica entre João Saldanha, técnico da Seleção na preparação antes da Copa de 1970, e o meia Caju. Na época, Saldanha havia pedido que o jogador cortasse o cabelo, pois atrapalharia no cabeceio. O boleiro rebateu: “Eu cabeceio com a testa, professor”. Entrou para o folclore do futebol.
“Não me atrapalha. Até ajuda, porque amortece a força da bola”, apoia Coruja. Em seu caso, a inspiração para o cabelo grande veio também das músicas de reggae, das quais se diz fã. “Ouço muito Bob Marley e Lucky Dubb, além de Edson Gomes. Só que, diferente de Bob, eu lavo meu cabelo. Não sou vaidoso, mas lavo por higiene”.
Perguntado então sobre a música de reggae que marca o momento do Vitória, Coruja enrola o dedo na vasta cabeleira e manda a resposta que inicia esta matéria. E completa: “Vai ser a música da nossa subida”. (André Uzêda / Foto: Margarida Neide / A TARDE)
Os fios começaram a crescer e depois veio a promessa. Coruja estava se recuperando de lesão e afastado por sete longos meses dos gramados, tratando de uma tendinite crônica no joelho. Deixou o cabelo crescer por desleixo, estava plenamente focado na pronta recuperação naquele momento.
Quando voltou a jogar, achou que o ‘capacete’ estava dando sorte e resolveu cultivar. Aí, começaram as piadas. “Estão me chamando de... qual o nome daquele personagem de desenho? Isso, Capitão Caverna”, diz o jogador, diante do acerto do repórter, para depois emendar: “Isso é coisa de Uelliton, que bota apelido em todo mundo”, ri.
O passo seguinte foi a promessa. “Quis associar meu momento com o do Vitória. Então, pensei: estive numa pior, afastado dos gramados e me recuperei. O Vitória está precisando subir e cortar o cabelo talvez funcione como promessa”, diz.
Black Power - O estilo Black Power surgiu no contexto dos movimentos comportamentais, que eclodiram na Europa no fim dos anos 1960. Expressavam o orgulho pela cor negra, estimulada pelo ativismo político de Martin Luther King e Malcom X. No mundo da bola, o corte foi popular entre brasileiros nos anos 1970, fazendo a cabeça de craques como Jairzinho, Paulo César Caju e Júnior, lateral do Flamengo.
Também foi motivo de polêmica entre João Saldanha, técnico da Seleção na preparação antes da Copa de 1970, e o meia Caju. Na época, Saldanha havia pedido que o jogador cortasse o cabelo, pois atrapalharia no cabeceio. O boleiro rebateu: “Eu cabeceio com a testa, professor”. Entrou para o folclore do futebol.
“Não me atrapalha. Até ajuda, porque amortece a força da bola”, apoia Coruja. Em seu caso, a inspiração para o cabelo grande veio também das músicas de reggae, das quais se diz fã. “Ouço muito Bob Marley e Lucky Dubb, além de Edson Gomes. Só que, diferente de Bob, eu lavo meu cabelo. Não sou vaidoso, mas lavo por higiene”.
Perguntado então sobre a música de reggae que marca o momento do Vitória, Coruja enrola o dedo na vasta cabeleira e manda a resposta que inicia esta matéria. E completa: “Vai ser a música da nossa subida”. (André Uzêda / Foto: Margarida Neide / A TARDE)