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A luta (não é) vã. Por Franciel Cruz.

Quando era pequeno, jogava por amor ao futebol.

Tão surrado e meigo clichê, conforme sabem os viris e masculinásticos ouvintes, pode ser proferido por qualquer pessoa – menos por um zagueiro. É inadmissível, sob qualquer hipótese, que um camisa 4 diga ou faça algo parecido com “jogar por amor”, pois, tal ato, confissão ou pensamento, é pecado capital e depõe contra a natureza dos que defendem a zona do agrião. Afinal, os que labutam na referida função DEVEM TER A PIEDADE DE UM MATADOR DE FILME B. (cliquem neste linque, fariseus.)

Pois bem.

Nas Condições Normais de Temperatura, Pressão, Canjebrina e outras mumunhas não recomendadas pela Carta Magna, nunca mais gastaria meu ocioso tempo para ouvir qualquer prosopopeia dita por um defensor deste baixo quilate que fala sem pudor tamanha barbaridade. Porém, como ando mais sentimental do que Altemar Dutra, dei uma segunda chance ao referido e continuei a leitura do texto. E, em verdade lhes confesso: foi com um estranho misto de júbilo e amargura que vi o Javier Poves (eis o nome do santo) anunciar que ia pendurar precocemente as botinas, largando a contundente declaração: “El fútbol es corrupción, dinero y muerte”.

PUTAQUEPARIU A CONSCIÊNCIA CRÍTICA!!!

Apesar de já ter o couro curtido por incontáveis desventuras nas quatro linhas da vida, confesso que fiquei um tanto quanto transtornado ao ver um menino de 24 anos e com apenas dois meses de atuação na primeirona do milionário campeonato espanhol, chutar tudo para o escanteio e denunciar, como direi?, a função narcotizante do atual estágio do futebol.

Guardadas as devidas proporções (calma, minha comadre, eu já fechei o zíper), lembro que já estive diante de dilema parecido com o do jogador do Sporting de Gijón. E, por diversas vezes, a fúria juvenil que me persegue há mais de quatro décadas ordenava-me que seguisse a trilha da mocidade rebelde e independente de padre miguel e da Espanha e abandonasse este vício infernal. Porém, tal e qual um canino de ponta de esquina, nunca consigo largar o osso ludopédico, nem mesmo olhá-lo com ceticismo e desencanto. Ainda que ele esteja cada dia mais duro de roer, as lentes de Dr. Pangloss insistem em me fazer enxergar que é possível compartilhar paixão e inconformismo.

E foi exatamente para tentar colocar em prática tão difícil equação que, há menos de um ano, em vez largar o velho futiba, abdiquei completamente do que me restava de senso do ridículo e lancei um quixotesco manifesto em prol da democracia no Brasil e no Esporte Clube Vitória (o que dá no mesmo).

Se é fato que a criação de algo deste tipo em um clube de massa já é complicado, imaginem numa agremiação marcada historicamente pelo elitismo e administrada (?) há séculos como se fosse uma capitania hereditária? É tarefa pra mais de metro.


Porém, contrariando a lógica, esta menina traquina, as palavras da salvação ecoaram. Assim, impulsionado por nossa demência, nasceu o Movimento Somos Mais Vitória, um projeto megalomaníaco e, talvez por isso, factível, que trazia o seguinte e modesto slogan: “É hora do torcedor fazer história”.

E, como incutido é pior do que doido, decidimos honrar o slogan, cobrando logo esclarecimento sobre as contas do Vitória. Talvez por estar num momento de fragilidade, vocês podem nem crer, mas eles responderam.


Na sequência, fizemos um concorrido e importante evento com o goleiro Julian Viáfara e já estamos preparando um outro com o brioso André Catimba. Além disso, na próxima semana teremos uma reunião com a diretoria para discutir a democratização do estatuto do Vitória, entre outras chibanças. É óbvio que existem 500 mil percalços e revezes nestas caminhada, como em tudo na vida.

Sei também que alguns céticos poderão dizer (não sem razão) que, quando começarmos efetivamente a incomodar, nossa batalha se mostrará inútil. É provável. Contudo, como este texto e minha vida já estão cheios de clichês panfletários, mais um não será problema. Assim, respondo aos descrentes parafraseando o menino Drummond: Lutar contra a estrutura no futebol é a luta mais vã. Entanto lutamos mal rompe a manhã.

P.S Segundo meu amigo Thalesgoto, em vez de rabiscar estas bobagens panfletárias, eu deveria era voltar a fazer textos citando algum prêmio nobel, chamando os gaúchos de viado e garantindo que o Vitória brocará a Libertadores em 2013. Farei isso. Em breve, voltarei à programação normal.

Por: Franciel Cruz
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