Matéria interessante sobre Tuca, massagista do EC Vitória, publicado no jornal A TARDE nesta-quinta-feira (28/04/11).
No último Ba-Vi, Geovanni fez o único gol do jogo e dedicou a cobrança de falta perfeita ao massagista Tuca. Mas esta prova de carinho e respeito não é novidade entre jogadores e o empregado do Vitória.
Tido como pai da tropa rubo-negra, Edmilton Pedreira não consegue listar a quantidade de “filhos” que já passaram pelo Rubro-negro baiano.
No último Ba-Vi, Geovanni fez o único gol do jogo e dedicou a cobrança de falta perfeita ao massagista Tuca. Mas esta prova de carinho e respeito não é novidade entre jogadores e o empregado do Vitória.
Tido como pai da tropa rubo-negra, Edmilton Pedreira não consegue listar a quantidade de “filhos” que já passaram pelo Rubro-negro baiano.
“Poxa, é difícil lembrar todo mundo. Sou padrinho de casamento de Anderson Martins, Carlinhos (lateral-direito), Vitor, Moura... Agora o goleiro Lee quer que eu compareça no dele, em Minas”, disse Tuca.
Para o massagista, que perdeu a visão há 30 anos, quando era do juvenil do Galícia, a receita é simples para fazer parte da família dos boleiros.
“Carinho. Jogador é carente de afeto familiar, pois desde cedo é afastado da família e fica mais tempo no clube. Eu tento fazer este papel de pai. Lembro-me uma vez que Williams, hoje no Fluminense do Rio, veio nas férias com a família apenas para me apresentar a eles: ‘Mãe, pai, este é Tuca, meu pai em Salvador’, disse ele. Isso me emocionou muito”, lembra Tuca.
Porém, entre os filhos ilustres, Anderson Martins e Vanderson têm lugares especiais. “Martins me liga sempre. Quase todo dia. Inclusive ele comprou um carro que eu ganhei numa promoção no final do ano passado. Com o dinheiro, vou poder pagar um apartamento pertinho do Barradão”, disse.
A promoção foi de um shopping de Salvador e, graças a outro jogador, um Kia Soul entrou na garagem da casa do funcionário do Rubro-negro.
No final do ano passado, Tuca foi convidado para celebrar o casamento do lateral Moura, ex-Vitória. Porém, com a barriga mais volumosa, o terno do guarda-roupa não dava. “Pensei em não viajar para Goiânia, mas minha esposa Solange e Moura insistiram”, ponderou.
Comprado o terno e depositado o cupom na urna, Tuca esqueceu do possível prêmio. “Perto do Natal, me ligaram. Eu estava cansado da viagem para Goiás, doido para um banho e me liga uma mulher dizendo que ganhei um carro. Eu? Ganhar um carro? Achei que era trote e quase desligo. Mas minha esposa pegou o telefone e confirmou. Hoje o carro está em Fortaleza, com o pai de Anderson. É assim que os jogadores me ajudam. Com respeito e sorte”, completou.
Além de massagista e paizão da garotada, Tuca está prestes a ser pastor cristão, e já celebra alguns casamentos. Adivinhem de quem? “Vários jogadores”, lembrou Tuca.
24 anos - Tem Tuca trabalhando no Vitória. Ele já foi jogador de futebol de cinco para deficientes visuais. Aposentou-se após o nascimento do filho Edmilton Júnior, hoje com 17 anos.
Tuca acredita no triunfo do Leão - Para o massagista, o Bahia será perigoso, mas os garotos do Vitória e a experiência do meia-atacante Geovanni, estão melhores e bem preparados. “Sinto firmeza nas palavras deles”, disse.
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Duas perguntas para o massagista Tuca:
Dizem na Toca que você enxerga. Por quê?
Tuca: [risos]. Eu tenho sensibilidade em sentir ladeira, curva, quebra-mola... Aí gravo na cabeça. Uma vez estava eu e um colega e disse a ele que estávamos no ônibus errado, pois viramos antes do previsto. Ele riu, mas depois viu que eu estava certo. Geovanni outro dia me ligou para saber onde era uma churrascaria. Fui guiando ele pelo telefone e deu tudo certo. Ele perguntou se eu era realmente cego...
Como acompanha o Vitória?
Tuca: No estádio, pelo radinho. Para quem acha que não passo emoção, fui parar na ambulância no Ba-Vi de 2009. Perdíamos por 2 a 0 e eu estava no vestiário. Desliguei o rádio, pois minha pressão estava alta. Aí vi gritos e achei que era o terceiro do Bahia. Fui parar na Samu. Mas aí o médico me disse que foi gol nosso. Na comemoração do título, numa churrascaria, nenhum jogador deixou eu comer fritura achando que eu estava doente. Só comi folha.
Por: Moysés Suzart / Foto: Eduardo Martins / A TARDE
Para o massagista, que perdeu a visão há 30 anos, quando era do juvenil do Galícia, a receita é simples para fazer parte da família dos boleiros.
“Carinho. Jogador é carente de afeto familiar, pois desde cedo é afastado da família e fica mais tempo no clube. Eu tento fazer este papel de pai. Lembro-me uma vez que Williams, hoje no Fluminense do Rio, veio nas férias com a família apenas para me apresentar a eles: ‘Mãe, pai, este é Tuca, meu pai em Salvador’, disse ele. Isso me emocionou muito”, lembra Tuca.
Porém, entre os filhos ilustres, Anderson Martins e Vanderson têm lugares especiais. “Martins me liga sempre. Quase todo dia. Inclusive ele comprou um carro que eu ganhei numa promoção no final do ano passado. Com o dinheiro, vou poder pagar um apartamento pertinho do Barradão”, disse.
A promoção foi de um shopping de Salvador e, graças a outro jogador, um Kia Soul entrou na garagem da casa do funcionário do Rubro-negro.
No final do ano passado, Tuca foi convidado para celebrar o casamento do lateral Moura, ex-Vitória. Porém, com a barriga mais volumosa, o terno do guarda-roupa não dava. “Pensei em não viajar para Goiânia, mas minha esposa Solange e Moura insistiram”, ponderou.
Comprado o terno e depositado o cupom na urna, Tuca esqueceu do possível prêmio. “Perto do Natal, me ligaram. Eu estava cansado da viagem para Goiás, doido para um banho e me liga uma mulher dizendo que ganhei um carro. Eu? Ganhar um carro? Achei que era trote e quase desligo. Mas minha esposa pegou o telefone e confirmou. Hoje o carro está em Fortaleza, com o pai de Anderson. É assim que os jogadores me ajudam. Com respeito e sorte”, completou.
Além de massagista e paizão da garotada, Tuca está prestes a ser pastor cristão, e já celebra alguns casamentos. Adivinhem de quem? “Vários jogadores”, lembrou Tuca.
24 anos - Tem Tuca trabalhando no Vitória. Ele já foi jogador de futebol de cinco para deficientes visuais. Aposentou-se após o nascimento do filho Edmilton Júnior, hoje com 17 anos.
Tuca acredita no triunfo do Leão - Para o massagista, o Bahia será perigoso, mas os garotos do Vitória e a experiência do meia-atacante Geovanni, estão melhores e bem preparados. “Sinto firmeza nas palavras deles”, disse.
Duas perguntas para o massagista Tuca:
Dizem na Toca que você enxerga. Por quê?
Tuca: [risos]. Eu tenho sensibilidade em sentir ladeira, curva, quebra-mola... Aí gravo na cabeça. Uma vez estava eu e um colega e disse a ele que estávamos no ônibus errado, pois viramos antes do previsto. Ele riu, mas depois viu que eu estava certo. Geovanni outro dia me ligou para saber onde era uma churrascaria. Fui guiando ele pelo telefone e deu tudo certo. Ele perguntou se eu era realmente cego...
Como acompanha o Vitória?
Tuca: No estádio, pelo radinho. Para quem acha que não passo emoção, fui parar na ambulância no Ba-Vi de 2009. Perdíamos por 2 a 0 e eu estava no vestiário. Desliguei o rádio, pois minha pressão estava alta. Aí vi gritos e achei que era o terceiro do Bahia. Fui parar na Samu. Mas aí o médico me disse que foi gol nosso. Na comemoração do título, numa churrascaria, nenhum jogador deixou eu comer fritura achando que eu estava doente. Só comi folha.
Por: Moysés Suzart / Foto: Eduardo Martins / A TARDE
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