Cadastre seu e-mail para receber notícias do Vitória

Você receberá um e-mail com um link, clique nele para ativar e confirmar sua inscrição. Caso não tenha recebido, cadastre-se novamente.

[Entrevista] Carlos Falcão fala sobre sua gestão, Barradão, jogadores, Fonte Nova...

Após sete meses na presidência do Vitória, Carlos Falcão esteve na quinta-feira, 7, na redação do Jornal A TARDE para ser questionado sobre seus primeiros passos à frente do Leão.

Sem fugir a qualquer pergunta feita pelos repórteres Moysés Suzart e Jacson Brasil, além do editor do Massa!, Edmilson Ferreira, ele falou sobre as críticas ao seu trabalho, a atual situação financeira do clube e o futuro do Estádio Manoel Barradas, com a construção da via-expressa.

Risco de queda, eliminações e perda de títulos no primeiro semestre. Como você tem assimilado as duras críticas sobre estes seis meses de gestão?
Carlos Falcão: Eu vejo crítica com muito equilibrio e ela se divide em duas. A maior parte critica qualquer dirigente no Brasil quando o resultado é adverso. É a critica do torcedor chateado, apaixonado. Este tipo de critica eu aceito e concordo. Antes de ser presidente também fui torcedor e já critiquei os presidentes quando a bola não entrou. Já fui pedra... A segunda forma de criticar, esta da minoria, é uma critica que visa apenas denegrir a imagem do clube e do seu presidente. É motivada por inveja, frustração, por não ter seus desejos pessoais atendidos, por perda de privilégios, contrariados... Estas eu simplesmente desprezo. Não fazem bem a mim, tampouco ao clube. A torcida do Vitória é inteligente e também sabe separar uma crítica da outra.

Por que um primeiro semestre tão ruim?
Carlos Falcão: Passamos por uma combinação de fatores ruins no primeiro semestre. O Vitória jogou todas as partidas fora do Barradão. Jogamos duas partidas em Pituaçu pela Série A e não vencemos. Jogamos em Feira e também não vencemos. No Barradão, vencemos uma e empatamos outra. Fizemos um ponto em Pituaçu, nenhum em Feira e quatro na nossa verdadeira casa. Segundo ponto: tivemos dificuldade de caixa. Ficamos com créditos bloqueados. Gastamos dinheiro no nosso estádio, o que comprometeu nosso fluxo de caixa. Porém, temos hoje um gramado e vestiários padrão Fifa. Às vezes precisamos perder algo agora para obter o sucesso depois.

E o planejamento dentro de campo? O que houve?
Carlos Falcão: Nós mantivemos uma estrutura que deu certo no ano passado. Ano passado também tivemos um primeiro semestre ruim, salvo aquelas duas goleadas no nosso maior adversário. No segundo semestre, com a chegada de Ney, mudou a cara. Nada melhor que manter uma estrutura técnica que deu certo, certo? Foi o que fizemos. Onde erramos? Acho que confiei demais justamente no modelo que deu certo em 2013. Alguns atletas que terminaram bem o ano passado não começaram bem este ano. Para completar, perdemos nosso maestro Escudero. Fez muita falta. Depois disso, perdemos a comissão técnica e logo em seguida um gestor recém-contratado. Coube a mim adotar ações para inverter o quadro. Trouxemos uma nova comissão técnica, um novo gestor, conseguimos regularizar nossa situação financeira e renovamos com a Caixa. Só depois pudemos finalmente investir nas contratações. O Vitória foi o clube que mais contratou na pausa da Copa.

A perda de Escudero tirou teu sono?
Carlos Falcão: Muito. Ele é muito difícil de ser substituído. É versátil e tem características difíceis de achar. É um jogador que todo treinador quer ter. Não conseguimos repor ainda, na verdade. Acho que Aguiar pode ser a pessoa. Quero ver os dois atuando juntos...

Torcedores falam em 'repatriar' Neto Baiano e Viáfara. Falta a figura do ídolo no elenco?
Qual é o ídolo hoje do líder Cruzeiro? Qual do Corinthians? Nos principais clubes do Brasil, a figura do ídolo está sendo substituída pelo interesse financeiro. Hoje, um atleta tem um prazo curto nos clubes.

Escudero seria candidato?
Carlos Falcão: Tem condição e espero que sim. Porém, por todo carinho que temos por ele, Escudero ainda precisa de mais tempo para ser ídolo. Ídolo precisa de história e identidade no clube. Abrir mão de uma proposta financeira maior para ficar no ambiente que ele julga ser seu. Acho que não existe mais isso...

Nas gestões anteriores, o Vitória trouxe grandes nomes como Bebeto e Túlio no auge. Por que não acontece agora?
Carlos Falcão: Naquela época eles traziam e não pagavam. Até hoje ainda pagamos esta conta. A legislação era outra. Trazia, não pagava e deixava o pepino rolar para as outras gestões. Ainda hoje, o Vitória paga R$ 1,5 milhão de dívidas trabalhistas daquela gestão, por ano. A diferença financeira entre os clubes também era pequena. Hoje, a diferença de receita entre o Vitória e o primeiro em arrecadação é de R$ 300 milhões. Sabemos que os pontos corridos privilegiam o orçamento. Se pegarmos o início dos pontos corridos até hoje, quais clubes foram campeões? Todos, sem exceção, foram conquistados por clubes que estão entre os primeiros no quesito orçamento. Os atletas de ponta buscam apenas estes clubes.

O Vitória S.A. ainda existe?
Carlos Falcão: O Vitória S.A. é passado. Recentemente tivemos uma sentença da Justiça em que o E.C. Vitória não era mais solidário ao S.A., exceto nas questões trabalhistas. O S.A. ainda existe, tem gestão própria e uma equipe resolvendo seus problemas. São duas coisas separadas.

Qual foi a maior contratação do Vitória este ano?
Carlos Falcão: A reforma no Barradão. Não só a maior, como a mais cara. Investimos cerca de R$ 2 milhões para melhorar nosso equipamento. Diferente de jogadores e treinadores, que entram e saem, o Barradão fica aqui.

O que ainda falta para transformar o Barradão em arena?
Carlos Falcão: Falta muita coisa e precisamos de mais recursos. Para isto, precisamos de investimento e da torcida. Ano passado, o Vitória foi o 18º clube em arrecadação com bilheteria e o 24º na receita com sócios. Entre sócios e bilheteria, o Vitória faturou em 2013 aproximadamente R$ 10 milhões brutos. O Flamengo, R$ 80 milhões. O Cruzeiro, R$ 72 milhões. Viu a diferença? Precisamos modernizar nosso estádio, mas temos que ter a ajuda do torcedor. O investidor não trará recursos sem a certeza de retorno financeiro. Hoje, temos em torno de 9 mil sócios, entre titulares e dependentes. Queremos 30 mil para termos investidores.

Após esses investimentos, como fica a relação entre Vitória e Fonte Nova?
Carlos Falcão: O Vitória tem seu estádio, eu sempre disse isso. Os comentários que surgiram foram plantados pela oposição. Queriam criar tumulto e insegurança ao torcedor. Este investimento no equipamento foi uma comprovação disso. Nossa relação com a diretoria da Arena é muito boa, mas nossos interesses não são os mesmos. O Vitória não se furta de jogar na Arena algumas partidas pontuais e negociadas, desde que os valores financeiros sejam aqueles que entendemos como justos. Este ano, nós só faremos um lá. Será o Vi-Ba, já que fizemos um acordo no primeiro jogo. Pelo menos até então, só faremos este jogo lá.

Por que o alvará para construção da via expressa (que vai ligar a Paralela ao Barradão) está demorando tanto?
Carlos Falcão: Tenho acompanhado e conversado com os órgãos responsáveis pelo alvará, além dos secretários da prefeitura. A informação que tenho é que o processo está na Sucom desde a época da assinatura da ordem de serviço, mas ainda não foi liberado. Esperamos e desejamos sensibilidade de todos os envolvidos. Esta obra não atende apenas ao Vitória, mas a toda comunidade.

O que aconteceu para Maxi, Marquinhos e Cáceres não renovarem com o Vitória?
Carlos Falcão: Será que foi bom para estes atletas, principalmente Maxi, sair do Vitória por causa de R$ 10 ou 20 mil? Só ele pode responder. Porém, será que valia a pena o Vitória ter investido no valor que foi pedido? Isso eu sei: não! Tive consciência que chegamos no limite da negociação. Não atendeu às expectativas do seu empresário. Entendo. Marquinhos também não. Com Escudero, por exemplo, foi diferente. Trouxemos atletas de ponta do futebol sul-americano e não tivemos dificuldade com seus empresários. Normal.

Foi uma decepção não ter fechado com esses atletas?
Carlos Falcão: Não. É natural no esporte. Ainda acho que faremos um acordo com Cáceres até o final do ano. Ele está muito feliz aqui. Marquinhos foi muito sério conosco. É importante que o torcedor saiba. As portas estão abertas para ele. Maxi foi uma situação em que o custo-benefício não valia a pena.

David Luiz foi contratado pelo PSG. O Vitória ganha com esta transferência?
Carlos Falcão: O Vitória tem o direito a 1% desta transferência. O valor é pago na mesma proporção do que o clube que vendeu recebe. Exemplo: digamos que, se foi vendido por 100 milhões e o pagamento é dividido, como aconteceu, em cinco anos o vitória receberá 200 mil por ano. É óbvio que é bom, mas não é o valor que todos esperavam. A lei determina que o clube formador tem 5%, mas se o atleta esteve no clube dos 14 até os 22 anos. Este mecanismo de solidariedade é dividido em todos os clubes que o atleta passou neste período: São Paulo, Vitória e Benfica.

Surgiu na imprensa informações de que você e Alexi Portela não têm se entendido.
Carlos Falcão: Mentira total. Conversamos o tempo inteiro. Nos damos muito bem e somos amigos. (neste momento, mostra no celular conversa de 30 minutos com Alexi meia hora antes). É óbvio que, quando a bola não entra, é normal serem criados factóides.

O conselheiro José Rocha declarou que você precisa escutar mais os outros.
Carlos Falcão: Opinião dele. Já ouvi de outros diretores que meu problema é que ouço demais.

O elenco está fechado até o final do ano?
Carlos Falcão: Fechamos. O elenco é este. Claro que, em casos de contusão, queda brusca de rendimento ou uma oportunidade única, faremos contratações pontuais. Acredito que este grupo pode brigar por coisas melhores no Brasileiro e Sul-Americana.

O risco de rebaixamento ainda é uma realidade?
Carlos Falcão: É óbvio que existe a preocupação, mas não somos candidatos ao rebaixamento. Vamos voltar a disputar a parte de cima da tabela. Tenho confiança nos jogadores e em Jorginho. Ele está arrumando o time. (Moysés Suzart e Jacson Brasil / A TARDE)

__________
Comentários
0 Comentários

postar comentário(s):

Postar um comentário

Siga o ECVitóriaNotícias no Twitter: @ecvnoticias

Últimas notícias

Postagens populares (última semana)

Postagens populares (últimos 30 dias)

CAMPEONATO BRASILEIRO 2014 (28ª rodada)

Jogo ao vivo: Sport x VITÓRIA .


Dia: 12/10/14 (domingo)

Horário: 18:30h (hor. de Brasilia)


Links das rádios/tv na web:


Rádio Metrópole 101,3 FMRádio Transamérica 100,1 FMRádio TudoFM 102,5Rádio Itapoan 97,5 FMRádio CBN 100,7 FMRádio Sociedade 740 AMRádio Excelsior 840 AM