E no instante decisivo, da consagração da trepada homérica, sempre vem o coitus interruptus.
Apesar de a frase acima se encaixar toda, até o talo, na boca destes depravados de folhetim, a la ThallesgostoGomes, a referida boutade (recebam) é da própria AUTONOMIA deste pudico locutor.
Apesar de a frase acima se encaixar toda, até o talo, na boca destes depravados de folhetim, a la ThallesgostoGomes, a referida boutade (recebam) é da própria AUTONOMIA deste pudico locutor.
Sim, amigos de infortúnios, é óbvio que, caso eu fosse mais leviano, poderia sacar do coldre as inconsequentes pretensões líricas e recorrer, por exemplo, àquela surrada prosopopéia de que ‘glórias contínuas não interessam ao Esporte Clube Vitória, pois somos diplomados em matéria de sofrer’.
Porém, a verdade, esta menina traquina, é que diante das peripécias do Leão fica praticamente impossível abdicar do auxílio luxuoso das sacanagens & outras simbologias imagéticas sexuais (seja lá que porra isto signifique).
Ok, ok, eu devia estar contente porque (ainda) tenho um emprego, sou um dito cidadão (quase) respeitável e meu time conquistou o mais tranquilo campeonato dos 18 últimos séculos. Contudo, uma vez mais, confesso abestalhado que não estou decepcionado porque o Vitória nunca abandona este estranho prazer de me fuder sadicamente.
(PUTAQUEPARIU A BESTIALIDADE!!!)
Pior. Burro velho, já devia saber que pau que nasce torto vira berimbau – mas torcedor é um bicho teimoso. Teimoso e esperançoso. Assim, acreditei até o último segundo que a justiça seria feita, que o Vitória brocaria o Bahia, carimbaria o quarto triunfo consecutivo nos BaVis e iria coroar a merecida glória. Mas, quá.
Mais uma vez, apesar da importante conquista, saí do Parque Sócio Ambiental, Santuário Ecológico Manoel Barradas, o Monumental Barradão, com um pedaço daquele gosto amargo de bota de sargento no canto da boca.
Como é que porra o Vitória num broca aquele time fraco? Ora, assim, ó. Fica o jogo todo naquela espinha mole, tão malemolente quanto Ferry Boat em dia de maré vazante, aí, quando faltam menos de cinco minutos para o término da peleja, a chance fatal aparece. Dois atacantes e apenas um goleiro. Agora, vai. Porém, Marquinhos, o sacana franzinometido a gênio, cara a cara com a zona do agrião, em vez de mandar logo a criança para o barbante, inventa de querer fazer um gol de placa, cobrindo o goleiro.
VÁ MATAR A MÃE DO DEMÔNHO!!! Um sacana deste só pode ter sociedade com o instituto cárdio-pulmonar para querer lenhar as pontes de safenas de meia Bahia e de uma banda de Sergipe.
E o mais desgraçadamente tragicômico desta chibança é que tal procedimento é uma regra.
Desde que assumiu a hegemonia do futebol baiano, há coisa de 20 anos e 14 títulos, apenas DUAS vezes o Vitória afogou a sardinha (desculpe-me a flauta, mas preciso dela pra sobreviver) no confronto final no Barradão.
E, como diria aquele roteirista de novela mexicana, vejam o que é a força do destino. O último cara que quis subverter esta (mal) dita ordem teve como recompensa o anonimato. Como assim? Assim, ó. No ano da graça de 2004, o menino Arivélton Santana de Sá resolveu encarar esta maldição e lascou o tricolor em banda na última e decisiva partida.
Pois muito bem, digo, pois muito mal.
O referido matador ainda nem completou 30 anos (nasceu em 20 de junho de 1984) e já sumiu do Google maps. Num tem cão farejador que o encontre nem nos mais obscenos recônditos da Internet.
Depois de séculos de pesquisas na rede mundial de computadores, descobre-se que em 2007 ele estava no Campinense da Paraíba. Ah, sim. Se você é um tarado obcecado por inutilidades, saberá também que nosso anti-herói conquistou, em 2011, o direito de não mais dirigir por conta de infrações no trânsito, conforme está sacramentado no EDITAL DE NOTIFICAÇÃO N° 007/2011 daquele impoluto órgão.
No entanto, antes que me esqueça, informo logo que todos estes prolegômenos servem apenas para reforçar a fama de que o torcedor do Leão é, antes de tudo, um irresignado radical, naquele sentido clássico estabelecido por Fernando Pessoa. Às aspas, maestro.
“Conformar-se é submeter-se e vencer é conformar-se, ser vencido. Por isso toda a vitória é uma grosseria. Os vencedores perdem sempre todas as qualidades de desalento com o presente que os levaram à luta que lhes deu a vitória. Ficam satisfeitos, e satisfeito só pode estar aquele que se conforma, que não tem a mentalidade do vencedor. Vence só quem nunca consegue”.
E foi exatamente guiado por estes sábios ensinamentos que os cultos 30 mil Rubro-Negros enfrentaram o temporal, ingresso caro, esqueceram o troféu malamanhado de 45kg, a nefasta fragilidade do adversário e o caralho aquático para cumprir o destino de nunca se conformar.
É isso. Continuamos caminhando e cantando, mas nunca seguindo a besta canção. Estamos sempre desafiando o coro dos contentes: vibrando, comemorando – e protestando.
E que venha logo o Salgueiro, pois já estamos cansados de bater em time pequeno.
Por: Franciel Cruz
* Texto escrito especialmente para o brioso IMPEDIMENTO.
Porém, a verdade, esta menina traquina, é que diante das peripécias do Leão fica praticamente impossível abdicar do auxílio luxuoso das sacanagens & outras simbologias imagéticas sexuais (seja lá que porra isto signifique).
Ok, ok, eu devia estar contente porque (ainda) tenho um emprego, sou um dito cidadão (quase) respeitável e meu time conquistou o mais tranquilo campeonato dos 18 últimos séculos. Contudo, uma vez mais, confesso abestalhado que não estou decepcionado porque o Vitória nunca abandona este estranho prazer de me fuder sadicamente.
(PUTAQUEPARIU A BESTIALIDADE!!!)
Pior. Burro velho, já devia saber que pau que nasce torto vira berimbau – mas torcedor é um bicho teimoso. Teimoso e esperançoso. Assim, acreditei até o último segundo que a justiça seria feita, que o Vitória brocaria o Bahia, carimbaria o quarto triunfo consecutivo nos BaVis e iria coroar a merecida glória. Mas, quá.
Mais uma vez, apesar da importante conquista, saí do Parque Sócio Ambiental, Santuário Ecológico Manoel Barradas, o Monumental Barradão, com um pedaço daquele gosto amargo de bota de sargento no canto da boca.
Como é que porra o Vitória num broca aquele time fraco? Ora, assim, ó. Fica o jogo todo naquela espinha mole, tão malemolente quanto Ferry Boat em dia de maré vazante, aí, quando faltam menos de cinco minutos para o término da peleja, a chance fatal aparece. Dois atacantes e apenas um goleiro. Agora, vai. Porém, Marquinhos, o sacana franzinometido a gênio, cara a cara com a zona do agrião, em vez de mandar logo a criança para o barbante, inventa de querer fazer um gol de placa, cobrindo o goleiro.
VÁ MATAR A MÃE DO DEMÔNHO!!! Um sacana deste só pode ter sociedade com o instituto cárdio-pulmonar para querer lenhar as pontes de safenas de meia Bahia e de uma banda de Sergipe.
E o mais desgraçadamente tragicômico desta chibança é que tal procedimento é uma regra.
Desde que assumiu a hegemonia do futebol baiano, há coisa de 20 anos e 14 títulos, apenas DUAS vezes o Vitória afogou a sardinha (desculpe-me a flauta, mas preciso dela pra sobreviver) no confronto final no Barradão.
E, como diria aquele roteirista de novela mexicana, vejam o que é a força do destino. O último cara que quis subverter esta (mal) dita ordem teve como recompensa o anonimato. Como assim? Assim, ó. No ano da graça de 2004, o menino Arivélton Santana de Sá resolveu encarar esta maldição e lascou o tricolor em banda na última e decisiva partida.
Pois muito bem, digo, pois muito mal.
O referido matador ainda nem completou 30 anos (nasceu em 20 de junho de 1984) e já sumiu do Google maps. Num tem cão farejador que o encontre nem nos mais obscenos recônditos da Internet.
Depois de séculos de pesquisas na rede mundial de computadores, descobre-se que em 2007 ele estava no Campinense da Paraíba. Ah, sim. Se você é um tarado obcecado por inutilidades, saberá também que nosso anti-herói conquistou, em 2011, o direito de não mais dirigir por conta de infrações no trânsito, conforme está sacramentado no EDITAL DE NOTIFICAÇÃO N° 007/2011 daquele impoluto órgão.
No entanto, antes que me esqueça, informo logo que todos estes prolegômenos servem apenas para reforçar a fama de que o torcedor do Leão é, antes de tudo, um irresignado radical, naquele sentido clássico estabelecido por Fernando Pessoa. Às aspas, maestro.
“Conformar-se é submeter-se e vencer é conformar-se, ser vencido. Por isso toda a vitória é uma grosseria. Os vencedores perdem sempre todas as qualidades de desalento com o presente que os levaram à luta que lhes deu a vitória. Ficam satisfeitos, e satisfeito só pode estar aquele que se conforma, que não tem a mentalidade do vencedor. Vence só quem nunca consegue”.
E foi exatamente guiado por estes sábios ensinamentos que os cultos 30 mil Rubro-Negros enfrentaram o temporal, ingresso caro, esqueceram o troféu malamanhado de 45kg, a nefasta fragilidade do adversário e o caralho aquático para cumprir o destino de nunca se conformar.
É isso. Continuamos caminhando e cantando, mas nunca seguindo a besta canção. Estamos sempre desafiando o coro dos contentes: vibrando, comemorando – e protestando.
E que venha logo o Salgueiro, pois já estamos cansados de bater em time pequeno.
Por: Franciel Cruz
* Texto escrito especialmente para o brioso IMPEDIMENTO.