Os males da abstinência futebolísticaPor Franciel Cruz
Eu devia estar contente porque tenho um emprego, sou um dito cidadão (quase) respeitável, embolso algumas merrecas por mês, o Vitória tá brocando e o time de Dias Dávila voltou ao normal.
Mas, talqualmente o velho Raulzito, sou um sujeito chato que num acha isso engraçado e estrago logo a brincadeira com a seguinte advertência aos entusiastas: Debreiem, amigos. É hora de dar um freio nesta alegria desmedida. E faço a referida admoestação não por causa de meu tradicional espírito de porco. Nécaras. O inverso é o verdadeiro. Acredito que este otimismo acrítico
obnubila (recebam, hereges, um obnubila pelos mamilos) a visão e o raciocínio até das pessoas mais sensatas e pode causar sérios danos.
Vejam o caso, por exemplo, de meu amigo
Ernandes Santos. Nas condições normais de temperatura e pressão, o referido é um homem sério, honesto, pontual e pai de família. Porém, esta maré de euforia está lhe tirando dos eixos.
Como assim? Seguinte. Na peleja de ontem contra o Atlético, ele estava tão empolgado com o time que mudou até seu ar sisudo e ficou pulando que só uma guariba (salve, Jackson do Pandeiro). Pulando e gritando. “
Este Ernani joga muito. Ele é demais. Que categoria. Ai,meu Deus!”.
Pois muito bem.
O ponteiro do relógio não marcava nem 20 minutos do segundo tempo e o meu amigo já estava todo buliçoso. E outra. Se o jogo demorasse mais um pouquinho, tenho certeza que Ernandes ia pedir o seu (lá dele) quase xará em casamento.
Deusulivre!!!
Mas,para não deixar a pederastia tomar conta da masculinástica torcida do Leão, mudei logo de canal e fui ler as palavras da menina Larissa Dantas. E aí mais uma decepção. A moça, tradicionalmente sensata, diz lá pras tantas que “O destaque do jogo foi…Rildo”.
Francamente, Lari. Rildo?
O atual camisa 11 é, no máximo, um jogador buliçoso. Não tem como ele ser destaque em jogo algum. Nem no baba lá no Areal.
Rildo pode até, algum dia, aprender a jogar bola (coisa que reputo como quase impossível, já que ele tem mais de seis anos de idade), mas, no momento, o cidadão entende tanto de futebol quanto este rouco locutor conhece de pólo aquático. E olhe que nem nadar eu sei.
Mas, derivo.
O fato é que, definitivamente, o campeonato baiano não faz bem ao futebol nem aos meus amigos. Por isso, não vejo a hora de conquistarmos logo o PENTA para acabar com esta dança de rato. E tomara que maio chegue logo e traga com ele algo parecido com o velho e bom ludopédio. O campeonato brasileiro precisa começar urgente, pois esta abstinência futebolística tá fueda.
P.S Para não dizerem que estou botando gosto ruim em tudo, aquiesço: O golaço de Uelliton pagou o ingresso.