Qualquer manual fuleiro da boa escrita ensina que se deve evitar, a todo custo, as repetições. Os bacanas dizem que elas empobrecem os textos, deixando-os mais combalidos do que minha maltratada conta bancária.
Porém, com o couro curtido no contraditório barroco, mando às favas tais etiquetas e sempre apelo às recorrências & reincidências, lambuzando as prospopopéias que aqui rabisco com as indefectíveis anáforas, epanalepses, epístrofes, simplaces, anadiploses e outras mumunhas menos cotadas.
Porém, com o couro curtido no contraditório barroco, mando às favas tais etiquetas e sempre apelo às recorrências & reincidências, lambuzando as prospopopéias que aqui rabisco com as indefectíveis anáforas, epanalepses, epístrofes, simplaces, anadiploses e outras mumunhas menos cotadas.
Das minhas obsessivas repetições, as maiores são contra aqueles torcedores que, emprenhados pelos ouvidos por radialistas escrotos, trituram o nosso futuro, desancando ferozmente os meninos da base do Vitória. Nas vozes gritadas destes infames, o craque de bola Leandro Domingues virou apenas um Leandro Dormindo e o bom e raçudo Gabriel transformou-se em Bagriel, entre outros inúmeros exemplos. Contudo, tem um caso que faz com que os hereges ultrapassem os limites, atingindo um patamar quase que doentio: Marcos Antônio da Silva Gonçalves.
PUTAQUEPARIU A PERSEGUIÇÃO!!!
Desde que o menino Marquinhos do Prado, como ele era conhecido em priscas eras, vestiu o manto de titular em 2008 não há sossego. É fato que, na ocasião, por conta de atuações soberbas, os caluniadores tiveram que engolir os impropérios. Mas não por muito tempo. Bastou o guri assinar o contrato com o Palmeiras para os maledicentes garantirem que ele ia entregar a rapadura e etc e coisa e tals.
Como os canalhocratas não podiam reclamar da qualidade do seu futebol naquela irrepreensível temporada, inventaram de implicar com a cor verde da chuteira que ele passou a usar em algumas pelejas. Porém, mesmo no jogo de despedida contra seu futuro clube que disputava vaga na Libertadores, Marquinhos fez o que sabe. Foi rápido, fominha, habilidoso, mascarado e, em alguns momentos, brilhante, genial, infernizando a zaga alviverde.
(E olhe que Marquinhos estava tão baleado na ocasião que, antes mesmo de estrear no Palmeiras, teve que passar por uma cirurgia. Porém, de nada valeu este exemplo de dignidade, conforme veremos mais adiante).
Depois no exílio no Sudeste, retornou em 2011 virado ainda mais no raio da silibrina e marcou 13 decisivos gols em 19 partidas. E só não nos levou ao desejado acesso naquele ano porque o técnico Vagner Benazzi deixou ele, combalido, em campo mesmo o jogo contra o Salgueiro já estando decidido. Resultado. Marquinhos, que com erros e acertos nunca foi de se esconder, deu um pique desnecessário e se contundiu, ficando de fora das partidas decisivas. Nova contusão em 2012 impediu que brilhasse, mas não que ajudasse o time a subir para a Série A.
E foi novamente na Série A que o Gênio Franzino voltou a brilhar. Ao reconquistar a titularidade no segundo semestre tornou-se, juntamente com Escudero, o responsável pela brilhante campanha do Rubro-Negro na fase final do Brasileirão. Apesar de ter sido decisivo em diversos jogos, é óbvio que falhou em outros, como todos os jogadores. E foi então que a fúria dos sacripantas começou a tomar contornos infames, atingindo o ápice neste início de 2014.
E por que esta sanha persecutória contra um jogador com tal histórico?
Seguinte.
Quando ainda havia a mão dupla da crítica mas também dos elogios, inferi que a torcida do Vitória iria prosseguir amando-o e perseguindo-o porque é o destino dela ser assim – exacerbadamente contraditória.
Porém, o que parecia uma simples perseguição contra mais um jogador da base foi se transformando num ódio ancestral. A partir de então, intui que o problema era outro, o velho complexo de vira-latas daqueles que sempre acreditaram que a redenção Rubro-Negra virá com algum estrangeiro bem nutrido – e não através de um menino pobre e raquítico, saído do longínquo lugarejo do Prado.
Era como se o ranço elitista e deslumbrado de alguns estivesse a gritar que um time nascido na região aristocrática da velhaca Soterópolis não pode ter como herói um sujeito assim, humilde e abusado ao mesmo tempo.
E esta tese ganhou reforço agora na renovação de contrato de Marquinhos. Os aristocratas ou mesmo alguns frequentadores de cimento da arquibancada não admitem que ele possa ganhar bem pelo seu ofício.
Porém, para além do ranço elitista, é agora a voz dos senhores escravocratas. Senhores que estão a dizer a seguinte mensagem que não têm coragem de verbalizar. “Quem este negro pensa que é?”
Muitos deles gostam de dizer que Marquinhos é soberbo, como se tal comportamento não fosse apenas uma autodefesa, uma proteção diante de tantas hostilidades. Aliás, caso assim não agisse, de modo um tanto quanto instintivo, ele já teria sido engolido por esta engrenagem estupidamente escrota e racista.
Sim, racista, pois é difícil achar outra explicação para tanto ódio senão este racismo velado e ancestral. Afinal, para pegarmos um exemplo recente, na novela da renovação de Maxi Biancucchi poucos questionaram quando a diretoria ofereceu 150 mil dinheiros. Ao contrário. Achavam que o clube deveria dar o que ele quisesse. E olhe que o argentino nunca soube o que é voltar para ajudar o lateral, além de ter passado um século no departamento médico, contundido, como aliás tem acontecido em sua inconstante carreira.
Pois em relação a Marquinhos, principalmente nos últimos tempos, o comportamento de parcela dos torcedores tem sido doentio. Até mesmo quando o pivete marca gols decisivos gols, como na última partida contra o Fluminense diante de um Maracanã lotado, seus detratores não o perdoam. O inverso é o verdadeiro. Partem para o ataque, como se fosse uma vergonha ganhar o jogo pelos pés de um negro frazino.
É, é isto. E esta gente se guia por este sentimento tão mesquinho por medo. Medo de compreender que Marquinhos não é motivo de vergonha, mas sim um símbolo de nossa capacidade de redenção.
Por: Franciel Cruz
P.S Por falar em vergonhas e redenções, seguinte. O modo como nosso time secularmente é gerido, escanteando os torcedores, é vergonhoso. Porém, temos a chance de nos redimir, tomando o destino em nossas mãos.
Um bom caminho para conseguir tal objetivo é participar da convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária para democratizar o nosso Clube. Quem tiver interesse, basta acessar este linque https://groups.google.com/d/forum/vitoria_livre
PUTAQUEPARIU A PERSEGUIÇÃO!!!
Desde que o menino Marquinhos do Prado, como ele era conhecido em priscas eras, vestiu o manto de titular em 2008 não há sossego. É fato que, na ocasião, por conta de atuações soberbas, os caluniadores tiveram que engolir os impropérios. Mas não por muito tempo. Bastou o guri assinar o contrato com o Palmeiras para os maledicentes garantirem que ele ia entregar a rapadura e etc e coisa e tals.
Como os canalhocratas não podiam reclamar da qualidade do seu futebol naquela irrepreensível temporada, inventaram de implicar com a cor verde da chuteira que ele passou a usar em algumas pelejas. Porém, mesmo no jogo de despedida contra seu futuro clube que disputava vaga na Libertadores, Marquinhos fez o que sabe. Foi rápido, fominha, habilidoso, mascarado e, em alguns momentos, brilhante, genial, infernizando a zaga alviverde.
(E olhe que Marquinhos estava tão baleado na ocasião que, antes mesmo de estrear no Palmeiras, teve que passar por uma cirurgia. Porém, de nada valeu este exemplo de dignidade, conforme veremos mais adiante).
Depois no exílio no Sudeste, retornou em 2011 virado ainda mais no raio da silibrina e marcou 13 decisivos gols em 19 partidas. E só não nos levou ao desejado acesso naquele ano porque o técnico Vagner Benazzi deixou ele, combalido, em campo mesmo o jogo contra o Salgueiro já estando decidido. Resultado. Marquinhos, que com erros e acertos nunca foi de se esconder, deu um pique desnecessário e se contundiu, ficando de fora das partidas decisivas. Nova contusão em 2012 impediu que brilhasse, mas não que ajudasse o time a subir para a Série A.
E foi novamente na Série A que o Gênio Franzino voltou a brilhar. Ao reconquistar a titularidade no segundo semestre tornou-se, juntamente com Escudero, o responsável pela brilhante campanha do Rubro-Negro na fase final do Brasileirão. Apesar de ter sido decisivo em diversos jogos, é óbvio que falhou em outros, como todos os jogadores. E foi então que a fúria dos sacripantas começou a tomar contornos infames, atingindo o ápice neste início de 2014.
E por que esta sanha persecutória contra um jogador com tal histórico?
Seguinte.
Quando ainda havia a mão dupla da crítica mas também dos elogios, inferi que a torcida do Vitória iria prosseguir amando-o e perseguindo-o porque é o destino dela ser assim – exacerbadamente contraditória.
Porém, o que parecia uma simples perseguição contra mais um jogador da base foi se transformando num ódio ancestral. A partir de então, intui que o problema era outro, o velho complexo de vira-latas daqueles que sempre acreditaram que a redenção Rubro-Negra virá com algum estrangeiro bem nutrido – e não através de um menino pobre e raquítico, saído do longínquo lugarejo do Prado.
Era como se o ranço elitista e deslumbrado de alguns estivesse a gritar que um time nascido na região aristocrática da velhaca Soterópolis não pode ter como herói um sujeito assim, humilde e abusado ao mesmo tempo.
E esta tese ganhou reforço agora na renovação de contrato de Marquinhos. Os aristocratas ou mesmo alguns frequentadores de cimento da arquibancada não admitem que ele possa ganhar bem pelo seu ofício.
Porém, para além do ranço elitista, é agora a voz dos senhores escravocratas. Senhores que estão a dizer a seguinte mensagem que não têm coragem de verbalizar. “Quem este negro pensa que é?”
Muitos deles gostam de dizer que Marquinhos é soberbo, como se tal comportamento não fosse apenas uma autodefesa, uma proteção diante de tantas hostilidades. Aliás, caso assim não agisse, de modo um tanto quanto instintivo, ele já teria sido engolido por esta engrenagem estupidamente escrota e racista.
Sim, racista, pois é difícil achar outra explicação para tanto ódio senão este racismo velado e ancestral. Afinal, para pegarmos um exemplo recente, na novela da renovação de Maxi Biancucchi poucos questionaram quando a diretoria ofereceu 150 mil dinheiros. Ao contrário. Achavam que o clube deveria dar o que ele quisesse. E olhe que o argentino nunca soube o que é voltar para ajudar o lateral, além de ter passado um século no departamento médico, contundido, como aliás tem acontecido em sua inconstante carreira.
Pois em relação a Marquinhos, principalmente nos últimos tempos, o comportamento de parcela dos torcedores tem sido doentio. Até mesmo quando o pivete marca gols decisivos gols, como na última partida contra o Fluminense diante de um Maracanã lotado, seus detratores não o perdoam. O inverso é o verdadeiro. Partem para o ataque, como se fosse uma vergonha ganhar o jogo pelos pés de um negro frazino.
É, é isto. E esta gente se guia por este sentimento tão mesquinho por medo. Medo de compreender que Marquinhos não é motivo de vergonha, mas sim um símbolo de nossa capacidade de redenção.
Por: Franciel Cruz
P.S Por falar em vergonhas e redenções, seguinte. O modo como nosso time secularmente é gerido, escanteando os torcedores, é vergonhoso. Porém, temos a chance de nos redimir, tomando o destino em nossas mãos.
Um bom caminho para conseguir tal objetivo é participar da convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária para democratizar o nosso Clube. Quem tiver interesse, basta acessar este linque https://groups.google.com/d/forum/vitoria_livre