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Alexi Portela: "O saneamento moral e financeiro do clube é meu maior legado"

Novembro de 2005. Afundado em uma das suas piores crises desde que profissionalizou o futebol, o Esporte Clube Vitória era um clube recém-rebaixado para a Terceira Divisão do Campeonato Brasileiro. Em meio a turbulências e renúncias, o empresário Alexi Pelágio Gonçalves Portela Junior é indicado para assumir o Vitória S/A.

Quase dois anos depois, Portela foi eleito o 62º presidente da história do EC Vitória, já detentor das ações que pertenciam ao S/A, e reeleito em 2010.

Oito anos após sua chegada ao clube, o presidente entrega o Vitória na elite do futebol brasileiro e com uma campanha à altura do clube no ano de retorno à elite do futebol brasileiro. E nem só de bola em campo viveu a gestão Alexi Portela. Investimentos foram feitos em estrutura e nas divisões de base.

No momento em que Alexi Portela se tornou homem forte do futebol do Vitória, ainda em 2005, o time estava na Terceira Divisão. Entre a sua mudança do S/A para o Esporte Clube, conquistou dentro de campo seguidos acessos e retornou à Série A do Campeonato Brasileiro. Após a posse de Portela, no fim de 2005, o Rubro-Negro voltou à Série B no final 2006 e, no ano seguinte, conquistou o acesso à Série A.

A campanha de 2008 foi empolgante. O voo do Leão não teve maiores turbulências e chegou a brilhar em alguns momentos. O Vitória terminou aquele campeonato na décima posição com 52 pontos, maior pontuação de um clube nordestino na era dos pontos corridos até 2013, quando o próprio time quebrou seu recorde. Além disso, a campanha de 2008 garantiu a inédita classificação para a Sul-Americana do ano seguinte.

Em 2009, uma campanha regular manteve a equipe baiana no meio da tabela, no 13º lugar. No entanto, no ano seguinte, o clube voltou a ser rebaixado. A queda em 2010 foi dura. Além do descenso, os rubro-negros assistiram ao maior rival, Bahia, voltar à Série A justamente no ano do seu rebaixamento.

No ano seguinte, o amargo sabor do "quase". O Vitória fez uma boa campanha na Série B em 2011, mas bateu na porta. O Rubro-Negro terminou na quinta posição. Já em 2012, vaga garantida na elite do Brasileirão. No retorno à Primeira Divisão em 2013, uma campanha digna de um clube do tamanho do Vitória, com o time brigando até a última rodada por uma vaga na Libertadores da América.

Em nome do pai...
Para Portela, o maior legado de sua gestão não pode ser medido por feitos dentro de campo. Para Alexi e seu grupo político, a resolução dos problemas financeiros do clube é o carro-chefe da atual gestão.

- A credibilidade e o saneamento moral e financeiro do clube são as principais marcas dessa gestão. O saneamento moral e financeiro do clube é meu maior legado à frente do Vitória – disse Portela ao GE.

Na reta final do seu mandato, o dirigente lembra com emoção do pai para descrever o relacionamento com o clube que comandou nos últimos oito anos.

- Na realidade, o amor pelo Vitória veio exatamente do que meu pai passou para mim. Não era um sonho para mim ser presidente do clube, mas não aceitei a condição em que o Vitória se encontrava: na Série C, Terceira Divisão do Campeonato Brasileiro, sem honrar seus compromissos e totalmente sucateado. Por causa disso, aceitei esse grande desafio com outras pessoas, pois sozinho não faria nada. No entanto, são tempos diferentes. Meu pai, na época, montou para mim, se não o melhor, um dos melhores times do Vitória que foi em 1976 – relembra o presidente.

Depois de oito anos de gestão, Alexi chega ao final do mandato com críticas de uma minoria de associados que faz oposição à sua gestão. Contra esta oposição, ele demonstra descontentamento e revela:

- O que considero um erro e não faria novamente é não ter feito uma auditoria mais profunda logo que assumi o clube – disse o dirigente.

- A pequena oposição no Vitória infelizmente não é exercida de forma democrática, com apresentação e discussão de ideias e projetos. Pelo contrário, os poucos, levianos, espalham mentiras em redes sociais provavelmente motivados pela inveja - avaliou.

Dentro de campo, a gestão Portela não foi um mar de rosas e sofreu baques, como os dois anos sem título estadual. O baque maior veio com a queda para Segundona. No entanto, meses antes do descenso, Portela esteve perto de levar o Vitória ao maior título da sua história.

Tinha um craque no meio do caminho
Em 2010, Alexi Portela esteve perto de dar ao Vitória o seu primeiro título nacional. Depois de 17 anos, o Rubro-Negro voltou a disputar uma decisão de campeonato, desta vez, da Copa do Brasil. Em 1993, o Leão da Barra havia parado no super time do Palmeiras: ficou com o vice campeonato brasileiro. Desta vez, o Rubro-Negro teve novamente um super time no caminho: o Santos de Neymar, Robinho e cia. Após uma campanha brilhante, o Vitória venceu o último jogo do torneio em casa - primeira vez em que uma competição nacional era decidida no estádio clube baiano. Apesar do triunfo por 2 a 1, o título não veio. Derrotado no jogo de ida por 2 a 0, o Vitória ficou a dois gols de levantar a taça.

A queda
Depois de quase chegar aos céus em um primeiro semestre quase perfeito, em 2010, o Vitória foi diretamente para o inferno no final do ano. Com uma campanha sofrível, o Rubro-Negro viveu meses de ressaca pós perda de título da Copa do Brasil e terminou aquele ano rebaixado para a Série B. A degola de 2010 abriu uma crise na gestão, e conversas de bastidores apontavam para uma renúncia de Alexi Portela. O presidente chegou a se afastar por 25 dias, no começo de 2011, mas retornou ao clube.

Na volta, Portela admitiu publicamente que pensou em deixar o clube. No entanto, com o rebaixamento à Série B, mudou de ideia e disse que ficaria, a princípio, por mais um ano. Aquele ano se prolongou: o presidente avaliou sua posição e decidiu permanecer até o fim de seu mandato.

Meses depois, mais uma hecatombe digna de fazer balançar qualquer dirigente. O Rubro-Negro perdeu, dentro do Barradão, o inédito pentacampeonato estadual para o modesto Bahia de Feira. A pressão contra Portela ainda aumentou no fim do ano, quando o acesso à Série A bateu na trave e o clube ficou na Segundona para jogar a Série B em 2012.

Além das críticas dentro das quatro linhas, o presidente enfrentava a oposição de uma minoria disposta a fazer barulho na Toca do Leão. Portela precisou explicar críticas, como a de que o Esporte Clube Vitória teria transferido dívidas para o Vitória S/A. Com veemência, o presidente negou que em algum momento isso tenha acontecido.

- Jamais transferimos nenhuma dívida do Esporte Clube Vitória para o Vitória S/A. Pelo contrário, já assumimos e estamos pagando todas as dívidas trabalhistas e os parcelamentos de impostos – disse.

- Em minha gestão, já desembolsamos mais de 30 milhões de reais somente com esses pagamentos, e isto está devidamente registrado em nosso balanço como “conta corrente - controladas” e facilmente disponível na internet em nosso site para consulta de qualquer um – conta Alexi.

O ano de 2012 começou com derrota no estadual para o maior rival, que voltou a levantar um título depois de 10 anos de hegemonia rubro-negra. Apesar de curto, o jejum de apenas dois anos sem título incomodou. Assim, o Vitória entrou na Série B com a obrigação de fazer da gestão Portela uma capaz de reverter situações desfavoráveis. Sob a batuta de Paulo César Carpegiani, que no final do Brasileirão seria demitido - expondo, em seguida, discordâncias com o presidente -, o Vitória chegou lá e conquistou o acesso à Série A.

A volta por cima
Após anos de turbulência em campo, veio 2013. E quiseram os deuses do futebol que fosse o melhor ano da gestão Alexi Portela dentro de campo. Com um planejamento ousado, o presidente foi buscar jogadores de peso e abriu as portas para o mercado sul-americano. Renato Cajá, Escudero, Cáceres e Maxi Biancucchi chegaram no começo do ano e se tornaram pilares de um time que atropelou o rival com goleadas históricas no estadual e levantou a taça de campeão baiano com facilidade. No Campeonato Brasileiro, o clube passou por momentos de turbulência. Depois de um bom começo e declínio posterior, Caio Junior foi substituído por Ney Franco: o Vitória passou de sonhador a um clube em busca da realidade.

Restando poucos dias para o final de 2013, Portela se prepara para passar o bastão. O dirigente garante que, após ajudar na eleição do seu sucessor, o seu atual vice Carlos Falcão, vai permanecer contribuindo com o clube.

- Vou colaborar no que for necessário para ajudar na gestão do próximo presidente, para que o Vitória cresça cada vez mais – disse.

Oito anos depois de assumir o desafio de tocar um clube centenário e devolvê-lo à elite do futebol brasileiro, Alexi Portela tem cabelos mais grisalhos, mais influência nos bastidores do futebol nacional e um sonho: ver o Vitória ainda maior. No seu estilo, reservado, mas direto em suas decisões, Portela promete seguir ajudando. Sua passagem pode não fazer dele o maior presidente do Vitória, mas certamente não será um qualquer. Será um presidente de momentos turbulentos, de conquistas históricas e de reestruturação. Algo mais valioso do que os cinco estaduais e o vice nacional conquistados na sua gestão. (Eric Luis Carvalho / GloboEsporte)
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Comentários
1 Comentários

1 comentário(s):

didi disse...

INCONTESTÁVEL, presidente Alexi, a vossa postura não deixou, não deixa e não deixará dúvidas do HOMEM, de caráter que demonstrastes e demonstras aos quatro cantos futebolísticos e principalmente ao Esporte Clube Vitória o vosso grande referencial. OBRIGADO PRESIDENTE.

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