Treinador não entra em campo, mas o comandante rubro-negro foi perfeito, desde a escalação, até as substituições durante os noventa minutos, que mudaram a cara da equipe de forma significativa trazendo a classificação para Salvador.
Quando Lucas foi expulso e Neto perdeu o pênalti no final do primeiro tempo, não tive nenhuma dúvida que o Vitória viraria o jogo na etapa final. Isso aconteceria se Ricardo fizesse uma substituição: Dinei no lugar de Geovanni, que tira completamente a velocidade ofensiva. E fez, sem medo de ser feliz. Lembra quando falei disso no último Ba x Vi? Quando se atua querendo o triunfo, ele vai vir, não tenha dúvida. Se jogar com medo, já era, perde. Felizmente ele escolheu a primeira opção e deu certo.
O garoto Romário provou também que não tem que “comer banco” para ninguém, ainda mais para Léo. Personalidade e comprometimento o tempo inteiro. Até o irregular Wellington Saci resolveu jogar um pouco de bola, mesmo errando no primeiro gol botafoguense de forma grosseira. Brincar naquele setor é coisa de amador e está se tornando rotina com ele.
Para completar a noite perfeita de Ricardo, no momento mais complicado, na expulsão de Pedro Ken, ele colocou em campo Mineiro. Naquela hora, não tinha outra solução: a saída de bola teria que ser rápida para matar o alvinegro, desesperado e pressionado por sua torcida, cada dia mais irritada com Elkeson, Márcio Azevedo e Cia. Claro que o volante não esteve bem, mas a intenção foi das melhores.
Por falar no japa, não posso deixar de comentar a atuação de Pedro Ken. Jogador com uma disciplina tática que assusta. Marca, ataca e, principalmente, organiza o meio de campo de forma lúcida. O golaço foi apenas um detalhe nesta exibição memorável, talvez a melhor desde que desembarcou na Toca do Leão.
No próximo domingo, se Ricardo utilizar o time que atuou na segunda etapa no Engenhão, tem muito mais condição de levantar a taça de campeão baiano novamente.
Por: Maurício Naiberg