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[VASCO] Segure em minha mandinga e balance. Por Franciel Cruz.

O que leva um homem a contrariar o parágrafo primeiro & único do Estatuto dos Supersticiosos e mudar de lugar no estádio quando seu time está brocando?

Alguns maledicentes podem dizer, não sem razão, que tal fato só é minimamente aceitável e compreensível se for para seguir um rabo-de-saia ou um Shortinho Gerasamba. Porém, a verdade é que em tal decisão há também algo mais complexo do que ousa supor a vã filosofia de botequim shakespeariana.

Um exemplo? Seguinte.

No último sábado, também conhecido como 1º de junho, assim que o juiz careca e ladrão (desculpe-me as redundâncias) assoprou o apito pela vez derradeira na primeira etapa, confesso que cometi tal heresia. Saí da tradicional esquina da chibança e fui orientar o time lá do outro lado do mundo ou do Barradão, o que dá no mesmo. Porém, repito: Atravessei o Santuário no intervalo não apenas para seguir os passos rebolativos da moça de indumentária miúda, que naquele referido dia não aquietava o fashion num lugar só, mas também porque tinha a certeza de que nada de mal iria acontecer ao Esporte Clube Vitória.

Caso eu tivesse vocação para PVC, tubos e conexões, sacaria do coldre os números mirabolantes que demonstram 100% de aproveitamento do Leão diante do time de São Januário no parque Sócio Ambiental. Mas sei que estatística não ganha jogo. E o que me dava a certeza estava ligado a algo menos palpável, de difícil comprovação científica.

Ok, ok, alguém com mais catilogência já cantou a pedra: se macumba ganhasse jogo, o campeonato baiano terminava empatado. Porém, antes que os idiotas da objetividade chutem definitivamente o ebó para o escanteio, cabe a pergunta: Então, por que diabos o Vasco da Gama treme quando pisa no gramado do Santuário, em Salvador?

Antes de responder, cabe destacar que já aconteceu de tudo nos jogos entre Vitória x Vasco no Barradão. Para que vocês tenham ideia, o confronto inicial na referida praça esportiva, em 1995, foi logo marcado por, digamos assim, um fato insólito. Seguinte. Depois de cometer as tradicionais pixotadas, recuo errado de bola, pênalti infantil (não marcado) e outras mumunhas, na última volta do ponteiro o zagueiro Flávio Tanajura incorporou o espírito de um Butragueño do Nordeste de Amaralina e fez um golaço de (quase) voleio de fora da área.

Dois anos depois, o Vasco, de Juninho Pernambucano, Edmundo, Felipe e Pedrinho, que se sagraria Campeão Nacional, recebeu aqui uma bordoada impiedosa: 4 x 2. De lá pra cá, já existiram pelejas históricas como o 5 x 4 de 1999, quando o time da colina abriu 2 x 0 com menos de 10 minutos, levou a virada e ainda perdeu pênalti no final, além de goleadas homéricas, como o 4 x 1 de 2004 e os 5 x 0 de 2008.

O triunfo Rubro-negro no último sábado, portanto, era mais previsível do que o esquema de jogo de Felipão. E o que reforçava minha confiança não era somente o fato de que a atual esquadra vascaína é forte candidata a enfrentar o Sampaio Corrêa na Segundona do próximo ano (sim, é certeza que o time maranhense, comandado pelo imortal Arlindo Maracanã e pelo endiabrado Pimentinha, vai subir). O que me fez incorporar o espírito de destemor dos mais insanos dos fanáticos e decidir mudar de lugar no estádio foram outras questões ancestrais.

Seguinte foi este. Sem mais delongas, informo que o Vasco vai pagar ad infinitum pelo imperdoável pecado cometido na década de 1970. Que pecado?

Às aspas, maestro.

“No ano da graça de 1974, o Esporte Clube Vitória possuía o melhor escrete da Bahia, duma banda de Sergipe, do Brasil e, quiçá, dos 18 continentes. E, antes que pensem que hiperbolizo, ressalto que isto não é conversa de torcedor apaixonado. Nécaras. A própria Revista Placar, que na época ainda tinha alguma moral, reconhecia a superioridade Rubro-Negra diante das outras equipes de Pindorama. Não foi à toa que o Leão foi o único time a ter três jogadores (Joel Mendes, Onsi e Mário Sérgio) na seleção daquele campeonato. E não teve o quarto porque os jornalistas, esta raça de gente ruim, resolveu escolher Luizinho do América (RJ) em detrimento do magnífico André Catimba.

Pois bem.

No dia 18 de julho de 1974, com o auxílio luxuoso de Agomar Martins, juiz, ladrão e gaúcho (desculpem tantas redundâncias), o Vasco acabou com a possibilidade do triunfo da beleza no futebol. Tal atrocidade, um dos maiores furtos da história da humanidade, foi presenciada por 46.708 pagantes, na velha e trágica Fonte Nova”.

Então é isso, vascaínos, segure em minha mandinga e balance, pois a madeira vai continuar a gemer em 26 idiomas per seculae seculorum, independentemente de qual lugar estejamos na tabela ou nas arquibancadas do Barradão.

Por: Franciel Cruz
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