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BARBÁRIE (NA BAHIA) É CIVILIZAÇÃO. Por Franciel Cruz.

Talvez o percentual que será fornecido ainda neste primeiro parágrafo não seja o exato, até porque a imbecilidade aqui é uma praga que se alastra com a rapidez de um Ben Johnson dopado, mas, de acordo com os cálculos efetuados na rigorosa tabuada, os números oficiais são os seguintes: 67,14% dos baianos amam reproduzir as infames caricaturas que lhes têm sido impingidas per seculae seculorum.

// TUI esclarece reunião com Arena Fonte Nova e critica "qualidade" das cadeiras

Não foi à toa que bastou alguém um dia inventar o clichê de que “baiano não nasce, estréia” – e as numerosas nulidades desta província lambuzada de dendê e de exclusão, mesmo desprovidas de talento, decidiram que eram artistas e se entronizaram na ribalta. A partir de então, num teve mais tempo ruim para estas criaturas rebolativas.

Por falar em tempo ruim, outro exemplo marcante de crença no sobrenatural ocorre nesta seara. A Cidade do Salvador tem um dos mais altos índices pluviométricos do Brasil, porém a velhaca urbe foi vendida, literalmente, como uma sucursal do paraíso, onde faz sol o ano inteiro. E o pior. Os nativos não só propagam esta culhuda, como efetivamente acreditam nela. Assim, é mais fácil encontrar um empreiteiro honesto do que um morador desta cidade que possua um mísero guarda-chuva para se proteger dos temporais. Aqui é só céu azul e alegria.

Mas, chega de dança de rato. Falemos agora de jangada, que é pau que bóia (deixa o acento, revisor sacana).

Seguinte é este. Se a mitificação aqui ocorre nos mais diversos setores, não seria o futebol que desta lei da natureza baiana iria ter isenção.

Assim, encerro os prolegômenos e, sem deixar a criança quicar no chão, informo logo que os mauricinhos metidos a civilizados que comandam a velha/nova praça esportiva, sacaram do coldre a tergiversação (alô, Dilmão). Como assim? Assim, ó. Na falta de argumentos para justificar suas tenebrosas transações e seculares incompetências, os canalhocratas decidiram o novo e farsesco mito de que o torcedor baiano é um vilão bárbaro.

Seguinte foi este.

Logo após a realização do inolvidável Ba x Vi do último dia 7 de abril, todas as merecidas comemorações foram abafadas pela cantilena de uma nota só (tão insuportável quanto o mais desgraçado dos pagodes baianos) de que os frequentadores dos estádios daqui não sabem se comportar. (Valei-me, minha Nossa Senhora do Manual de boas maneiras!)

Ato contínuo, os miquinhos amestrados da imprensa, como sói, repetiram sem cessar esta inescrupulosa ladainha. No day after do clássico, por exemplo, as manchetes eram sobre a (mal) dita falta de educação dos torcedores que danificaram 21 cadeiras. E esta xibiatagem acusatória foi reproduzida nos bares, becos, ladeiras e vielas. E a pergunta não calava: “Como é que estes vândalos destroem as coisas assim?”.

Aliás, a chibança começou antes mesmo da bola rolar. Na sexta-feira santa, dia 29 de março, a torcida já havia sido tirada pra cristo. Por falta de organização na venda dos ingressos, os bárbaros que apenas queriam ver o clássico foram agraciados com bomba de gás lacrimogêneo e cacetadas civilizatórias da briosa polícia baiana.

Invés de se desculparem pelos nefastos incidentes, os administradores da praça esportiva (?) lançaram uma esdrúxula nota pública, admoestando os torcedores, num tom de quase ameaça: “É importante destacar que a Arena Fonte Nova vai demandar um novo comportamento do torcedor”.

Que beleza, né não? Não, pois os que sabem cagar regras sobre o comportamento alheio, praticamente se calam diante de suas obrigações. Em relação aos SEIS mil pontos cegos no estádio, por exemplo, Frank Alcântara, presidente da arena, balbuciava: “Acho que há certo exagero, mas vamos ver com a Fifa o que pode ser feito, se existe adaptação”.

Por falar em adaptação, o repórter Rodrigo Mattos, do UOL, informava que a Arena Fonte Nova teria assentos plásticos sem a certificação obrigatória do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) para esse tipo de item. Pois é. Que maravilha! Os que pregam tanto a ordem, descumprem, civilizadamente, é claro, uma norma federal. (Aliás, olhando para esta foto abaixo de Daniel Perrone, percebe-se que há descumprimento não só da legislação nacional, mas até dos tratados da Convenção de Genebra).


PUTAQUEPARIU O DESCONFORTO!!!

Mas, o cordão dos puxa-saco e similares continua a propagar que a culpa de tudo é dos bárbaros que danificaram 21 cadeiras, que valem R$ 250 reais cada uma, conforme eles fizeram questão de alardear, e etc e coisa e tals.

Quanto ao fato de que a Fonte Nova custou R$ 97 milhões a mais do que o valor original, de acordo com matéria assinada pelo repórter André Uzêda no jornal A Tarde, poucas palavras. Afinal, isso é besteira. O que precisamos mesmo é civilizar estes bárbaros que ainda acreditam que é possível e preciso continuar exercendo e exacerbando suas paixões nos estádios.

Ah, sim. Mais dois registros. Primeiro. O saldo final da manifestação dos mais de 40 mil violentos vândalos que infestaram o novo e asséptico estádio foi o seguinte: Três, repetindo, TRÊS ocorrências policiais apenas: uma perda de documento, um furto e um desacato.

Segundo: Os mecenas do pebolismo embolsaram quase dois milhões com a peleja, mais exatamente R$ 1.954.000,00 – isso sem contabilizar a bufunfa referente à quantidade de ingressos disponibilizados no setor Premium e nos camarotes. (O Bahia, que era mandante do jogo, não recebeu um centavo. O Vitória, então…)

De tudo isso fica a seguinte e novíssima lição. Antigamente, os amigos do alheio praticavam o crime e, para despistar, gritavam “Pega ladrão”. Atualmente, eles mudaram a palavra de ordem. Embolsam a grana e acusam: “Olhem ali os baderneiros, pessoal”.

Por estas e outras (muitas outras) que aqui, no Nordeste de Amaralina, a turba ignara não cansa de repetir o bordão do menino Humberto Sampaio:

Porra de Arena. Sou e sempre serei partidário do MDB (Meu Democrático Barradão)”.

E viva a barbárie civilizatória – e não o seu vice-versa, seja lá que porra isto signifique.

Por: Franciel Cruz

Este texto é uma sequência deste: Civilização (na Bahia) é Barbárie.
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Comentários
1 Comentários

1 comentário(s):

Anônimo disse...

Massa velho, parabéns pela brilhante análise. Concordo contigo. abraços.

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