Existe também o extra-campo. E fatos de bastidores foram determinantes para o anúncio de sua saída do comando do Vitória. A partir de agora, é o bombeiro Ricardo Silva quem assume o posto até o final da Segundona.
A partir do momento em que o problema interno veio a público, o Leão saiu de um rendimento de 73% para 67%. Não venceu mais fora de casa e perdeu três jogos em oito. O mesmo número de tropeços nas 23 rodadas anteriores à crise.
Nos bastidores, o técnico pode não ter sido o principal alvo dos atletas. Seu filho Rodrigo, sim. Segundo um funcionário do clube, que pediu anonimato, era quase unânime a má relação do elenco com o auxiliar de Carpé.
"Estava difícil a convivência. Ninguém o cumprimentava direito e até os tradicionais abraços antes dos jogos já não estavam acontecendo. Ele tinha um temperamento difícil e estava querendo mandar mais do que o pai. Mexeu com o ego dos jogadores e vimos a queda de rendimento", alegou a fonte.
Carpegiani quis inovar no comando. A intenção era dividir atribuições, mas acabou havendo conflito de poder. Carpé colocou o filho e Ricardo Silva para ficar à beira do gramado, passando suas instruções e ordens pelo rádio. "No início deu certo, mas os jogadores não sabiam mais quem obedecer", acrescentou o funcionário, garantindo que o grupo permanece unido. "Não existiu racha. Existiu apenas insatisfação".
Campanha - Pela segunda vez, Carpegiani se despede do Vitória com bons números. Em 33 jogos, venceu 20 e teve mais de 65% de aproveitamento. Na passagem anterior, em 2009, quando também defendeu o Leão na Série A, saiu com rendimento de 53%. (Moysés Suzart / A TARDE)