Seguinte foi este.
No dia 20 de maio do ano da graça de 2011, o brioso Vitória estreou na Série B goleando por 1 x 0 o poderoso Vila Nova. Na ocasião, o Rubro-negro começou o jogo com seis garotos formados na base do Clube vestindo o manto de titular.
Pois muito bem.
Na primeira partida este ano, brocança contra o Barueri, começamos com 5 jogadores da base. Na partida seguinte, derrota diante do Criciúma, havia apenas três começando o jogo. No triunfo sobre o Ipatinga, o número voltou a subir: quatro. E foi nesta batida, oscilando um pouco pra baixo ou pra cima – até que, diante do Atlético Paranaense, começamos o jogo com nada menos do que 7 titulares formados na base.
Em comparação com o ano passado, praticamente dobramos a utilização de atletas formados no Clube vestindo a camisa de titular. Resultado: estamos com 28 pontos na tabela e morada perene no G-4.
É óbvio que a simples utilização de jogadores da base não é garantia de sucesso, mas o abandono da base é a certeza do fracasso. Amigos, a verdade é uma só. Para os times que estão fora do eixo central do futebol, em economias periféricas, não há outra saída. Ou ficamos reféns dos (mal) ditos empresários da bola ou investimos nos prata da casa. E, neste segundo caso, o custo/benefício é incomparavelmente maior, já que os caras têm identificação com o Clube, a folha salarial é mais compatível com a nossa realidade, dentro outros motivos.
A única coisa que poderia azedar a relação seria uma parte da torcida, emprenhada por radialistas escrotos, ficar exigindo a contratação de medalhões, mas parece que nos livramos disso. Pelo menso este foi o indicativo dado (lá ele) pelos torcedores que reconheceram e aplaudiram a estréia, no Barradão, do amuleto Leílson. Era a faísca que faltava para incendiar nossa campanha, como profetizei no último dia 13 de julho.
Agora, é continuar com a mesma pegada, correndo para a bola do mesmo jeito que um pedreiro pula em cima do prato de comida depois de um dia de labuta. Afinal, apesar da excelência dos números, ainda não apresentamos um futebol de encher os olhos. E nem vou cobrar isto dos garotos. Eu quero é subir minha disgrama, com raça, na tora.
Por: Franciel Cruz (@ingresia)
P.S.1 Outro dado relevante no time que venceu o Atlético é que, além dos 7 da base, outros 3 (Nino Paraíba, Michel e Marcelo Nicácio) são oriundos da Região Nordeste. Nada contra os atletas de outras regiões, mas se a porra tá indo certo assim, assim será. Como já disse o filósofo: já que tá gostoso, deixa, deixa mamãe.
P.S.2 Ah, sim. Antes que os apressados venham colocar a xenofobia na minha já extensa lista de defeitos, reconhecer logo de público que o melhor jogador do elenco atualmente é Pedro Ken, que num é nordestino. Beleza?