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Os desterrados também têm o direito de amar (Capítulo 3, versículo 113)

Nas últimas 48 horas, estive diante de um dilema de botar Hamlet no chinelo: Escrever ou não escrever sobre o último clássico VISA no Barradão.

Com o juízo obnubilado por canjebrinas, algumas substâncias não recomendadas pela Carta Magna e, especialmente, pelo frio paulistano não me sentia bem em realizar tal tarefa. Seria muito leviano falar sobre o que não vivi. Então, preferi o obsequioso silêncio. Mas, para que os milhares de ouvintes desta emissora (na verdade três) não ficassem sem notícias neste dias tenebrosos, decidi publicar o excelente texto, mais um, do menino Lionel, que canta como o Messi, joga como o Richie e escreve como o DEMÔNHO.

Recebam, amorteçam e distribuam as prosopopéias que salvam e libertam de Lionel Leal. Às aspas.

“Estava eu tranquilamente curtindo meu feriado, ponderando por quê todo mundo quer transar no dia do sexo, mas ninguém quer trabalhar no dia do trabalho, quando toca o telefone. Era meu irmão, Diógenes.

“Lionel? Aqui é seu irmão“, disse ele.

“Eu sei, até já falei lá no primeiro parágrafo”, respondi.

Já tendo aprendido a ignorar minhas sandices após trinta anos de convivência,
Diógenes apenas prosseguiu:

“Franciel está pedindo nossa ajuda”.

“Essa não”, levantei do sofá, já preocupado: “em qual delegacia ele está?”

“Que isso, rapaz, Franciel é boa gente, nunca foi preso à toa”, defendeu Diógenes. “Ele apenas estava pensando em colocar uns textos de convidados no site, e seu nome foi citado”.

Como eu normalmente só sou citado quando um oficial de justiça aparece para cobrar dívida, prontamente aceitei o desafio. Assim, aqui estou para contar a vocês como é viver longe de sua terra e — mais importante — do seu time:

É uma merda.

Certo, imagino que vocês estejam esperando algo menos resumido, então deixe-me elaborar um pouco mais. Morar longe significa não poder ir ao estádio, não acompanhar o dia-a-dia do seu time, e assim depender de terceiros para ter notícias e saber como o Leão está jogando. E aí, tome-lhe informações desencontradas: a depender de para quem você pergunta, Geovanni pode ser o maior camisa 10 desde Petkovic ou um pereba que não entra no meu baba nem se for o dono da bola.

Mas, tudo bem, estamos chegando no segundo semestre e assim eu poderei ver os jogos do Brasileiro na TV e formar minha própria opinião, certo? Verdade, mas aí entra outra grande dificuldade enfrentada por nós, desterrados, nesse mundo capitalista: a grana.

Sai caro torcer para o Vitória em Brasília. Os garçons cobram bandeira dois na gorjeta para sintonizar a televisão em qualquer jogo que não envolva um time do Rio ou de São Paulo, e o PFC ocasionalmente nem transmite todos os jogos da série B.

Por outro lado, o Vitória eventualmente vem jogar no Serra Dourada, a apenas 210 km de Brasília. Diante da possibilidade de ver o meu time, até não me incomodo de gastar com gasolina, ingressos, cerveja e talvez um hotel. O problema mesmo é quando a minha doce e solidária esposa, companheira como só ela sabe ser, resolve ir comigo e aproveitar a viagem para visitar cada uma das sessenta e duas feiras de Goiânia comprar umas calças, alguns sapatos e sei lá quantas bolsas.

Senhores, ser obrigado a investir na bolsa para ver o Vitória jogar é algo que não desejo a ninguém.

Porém, para que não me acusem de ser mais casquinha do que já sou, devo confessar que o maior problema em ser um desterrado não são os gastos, mas o sentimento de impotência.

Epa, calma lá. Muito embora a minha caixa de e-mail lotada de spam oferecendo Viagra e Cialis possa indicar o contrário, eu na verdade estou falando de outro tipo de impotência.

Explico. Ir ao Barradão, apoiar o time, lamentar as derrotas e comemorar as vitórias in loco faz com que você se sinta parte daquilo tudo — um sentimento que não existe quando estamos, à distância, acompanhando pela TV.

Por mais que eu discuta com o narrador (mas é sempre ele quem começa a me
provocar) e passe instruções para Neto Baiano (que nunca me ouve, ô centroavante teimoso), assistir o jogo na TV simplesmente não é a mesma coisa que estar no estádio. E aí vem o sentimento de impotência, a sensação de que nada posso fazer para ajudar o meu time.

Mas, ainda bem, essa é uma sensação que passa rápido. Porque eu sei que posso, sim, fazer algo para ajudar meu time: mesmo à distância eu posso lutar por um Vitória mais democrático, posso manter minha condição de associado e meu direito a voto. E assim, posso ajudar a fazer um Vitória melhor e mais forte.

Porque o Vitória pode estar longe de mim, mas eu nunca estarei longe dele“.

Por: Franciel Cruz
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