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Friedenreich lambuzado de dendê. Por Franciel Cruz.

A verdade é uma menina tão traquina que, às vezes, inventa de se esconder nos clichês mais ordinários. Exemplo. Uma das melhores definições sobre a convicção, a certeza, a fé cega, faca amolada está no seguinte e surrado chavão: “Triste não é mudar de ideia. Triste é não ter ideia para mudar”.

Pois muito bem, amigos de infortúnios , sei que agora uns incautos apressados já estão esfregando as mãos achando que este introito é somente uma forma de capitulação – um modo meio oblíquo que arranjei para renegar, de uma vez por todas, as minhas opiniões e começar a me penitenciar diante do novo candidato a santo e unanimidade no Esporte Clube Vitória: O senhor Euvaldo José de Aguiar Neto.

No entanto, lamento decepcioná-los. Sigo desafiando o coro dos contentes e digo não e nécaras a esta canonização extemporânea. E digo mais. Triste, mas triste mesmo, melancólico até, sintoma de desespero e oportunismo é mudar de ideia com a mesma rapidez que uma, vá lá, Débora Secco troca de calcinha e namorado. Aqui, não, violão.

No entanto, para que não fique parecendo somente birra de menino amarelo, coisa que nunca fui, recorrerei, uma vez mais, à sua majestade: os fatos. A eles.

Primeiro. Neto Baiano completará agora neste 2012 exatos 30 anos. E, mesmo já estando numa idade mais pra lá do que pra cá, seu maior e único título na carreira é um Varelão pelo Vitória em 2009. (Alguns podem dizer que ele ganhou também o gauchão de 2004. Posso até aquiescer – para que os afoitos não digam que é perseguição – mesmo sabendo que ele num fez absolutamente nada lá para sair bem na foto.

Alguns podem argumentar, não sem razão, que estou a me apegar ferrenhamente ao passado, pois o que se deve fazer é o tal carpe diem – e, atualmente, ele lidera o Prêmio Friendenreich.

Ok, beleza, porém isto também não me comove – e não porque eu tenha um coração de pedra, mas sim porque guio-me pela prudência, caldo de galinha e uma porção de história. E, assim, informo desavisados que, desde que foi instituído, em 2008, normalmente, nesta época do ano, os líderes da referida premiação são sempre jogadores periféricos, que se aproveitam da fragilidade dos estaduais para confirmar o axioma de Andy Warhol.

Então, vamos novamente recorrer aos fatos, este implacável inimigo dos mitos. No ano da graça de 2011, vocês sabem quem liderava a premiação em abril? Não? Pois, generoso, não lhes mandarei pesquisar. Entregarei a informação de bandeja. O líder na corrida maluca era o glorioso Rafael Oliveira, atacante do Paysandu. Em sua cola, com um gol a menos, estavam dois portentos do Ludopédio de Pindorama: Leandro Cearense, do Cametá, e Lima, do Joinville.

E, para que não diga que estou pegando um fato isolado e sofismando apenas para confirmar a minha tese, informo que no ano anterior, em abril de 2010, o artilheiro do Brasil era o garoto Edmundo, de apenas 40 anos, atacante do Botafogo da Paraíba, que nos traz memórias tristes, iguais às putas de Gabriel Garcia Marquez.

Mas, derivo. E volto para relembrá-lo que, em 2009, quem tava lutando pelo cobiçado troféu no início da temporada era ninguém menos do que… Neto Baiano. Ao seu lado, concorrentes de peso, como Gilmar do Náutico, que já havia me feito muito raiva no Vitória, e o inolvidável França, do 4 de julho de pipiripi, do Piauí. (Naquela ocasião, Neto, um atleta exemplarmente higiênico, foi limpar o rosto do jogador do Vasco com um cuspe. Porém, o tribunal, insensível, aplicou-lhe uma grave suspensão, o que fez com que ele realizasse um acordo com o Vitória e partisse a milhão para o Japão, onde brilharia no rebaixamento do seu time, o JEF United). Para encerrar esta prosa ruim, destaco que, em 2008, maizomenos nesta época, os líderes do prêmio eram Vandinho, do Avaí, e um tal de Kleber Perneta, que tempos depois veio aqui enojar meu baba e encher os bolsos.

Antes que alguns pensem que tento desqualificar o troféu, explico novamente, ao modo de fixação de exercício, que estes disparates ocorrem sempre no início do ano, já que depois o prêmio ficou sempre em boas mãos, digo, bons pés. 2008 – Keirrison (Coritiba), 2009 – Diego Tardelli (Atlético-MG), 2010 – Jonas (Grêmio) e Neymar (Santos) e 2011 – Leandro Damião (Internacional).

Ok, Sêo Françuel, mas o senhor num enxerga nada de bom no nosso centroavante?”, pergunta-me, toda chorosa, a moça do shortinho Gerasamba. E eu, sensibilizado, com o coração meio partido, respondo-lhe: Enxergo, sim.

Seguinte.

Depois de me raciocinar todo, cheguei à conclusão de que Neto, apesar de ter dito já muita besteira, nasceu para vestir o manto Rubro-Negro. É com a camisa do Leão que ele consegue um desempenho muito bom. Dos pouco mais de 100 que marcou em sua carreira, exatos 62 foram no Vitória.

Então, por isso, comecei o texto falando sobre a capacidade de mudar de ideia. Em certo sentido, talvez até mais forte simbolicamente, eu mudei. Antes, defendia que a Camisa que já foi de Ricky e Aristizabal, por exemplo, não lhe caia bem. Agora, apesar de achar que ele continua fraco tecnicamente, reconheço que há, sim, uma mágica, uma química, algo indizível que acontece quando ele veste a nossa 9.

E ele pode subir ainda mais em meu conceito. Basta também mudar de ideia e compreender que não deve nunca mais, sob nenhuma hipótese, desprezar o Vitória, pois é aqui que pode ser algo mais do que um centroavante esforçado.

Caso isso ocorra, e ele continue brocando no Brasileiro, não relutarei em aplaudi-lo de pé, na arquibancada do Barradão, pois estou sempre lá, e nesta tribuna – até porque não torço para este ou aquele jogador. Torço é para o Vitória. E se o manto continuar a lhe vestir cada vez melhor, direi para o Norte e Nordeste de Amarallina que ele é o nosso Friedenreich lambuzado de dendê.

Aguardemos e oremos.

Por: Franciel Cruz (@ingresia)
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Comentários
4 Comentários

4 comentário(s):

Cleber Leite disse...

As disputas para melhor meia, melhor zagueiro e melhor volante foram relativamente fáceis para os eleitos "melhores". A disputa para melhor atacante promete porque levantará a discussão entre ser craque x ser "brocador".

Anônimo disse...

Esse Fraciel é um invejoso desgraçado, deixa neto em paz velho.

Anônimo disse...

Você esta de parabéns Franciel.Quero ver Neto na serie b e copa do Brasil se continuar fazendo gols vai me convercer.

Paulo disse...

LioNeto Matador

http://globoesporte.globo.com/futebol/times/vitoria/noticia/2012/03/neto-baiano-supera-lionel-messi-e-sonha-em-fazer-historia-no-futebol.html#equipe-vitoria

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