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[BAVI] Contrariando Eclesiastes. Por Franciel Cruz.

É óbvio que esta culta e religiosa plateia, apreciadora de uma boa exegese, sabe que o lento processo civilizatório baiano foi erigido a partir da seguinte e retórica indagação largada por Eclesiastes há mais de doismilanos. Às aspas. “Que proveito tira o homem de todo o trabalho com que se afadiga debaixo do sol?” (Sentiu a pancada, herege? Então, vá fumar um cigarro e retorne, pois hoje vai ser fenomenologia pra mais de metro.)

Pois bem.

Alguns incréus podem achar, não sem razão, que o primeiro parágrafo é apenas e tão somente um desnecessário nariz de cera, reflexo da prolixidade baiana. Porém, lhes asseguro a seguinte verdade universal: para que se possa realizar uma análise honrada, abalizada, vilipendiada e aliterada sobre o lodupédio de uma região, faz-se mister promover uma digressão contextual – seja lá que porra isto signifique.

E a digressão, digo a verdade, esta menina traquina que salva e liberta, é uma só: o futebol da Bahia vive nesta maresia dos seiscentos DEMÔNHOS porque aqui todos entenderam a pergunta de Eclesiastes e ninguém quis saber de serviço no sol inclemente. Aqui é só sombra, água fresca e outras águas que passarinho não bebe, além de substâncias não recomendadas pela Carta Magna. E é exatamente por causa de tudo isso que as partidas do campeonato local ocorrem numa pachorra de fazer até Jó perder a paciência.

PUTAQUEPARIU A LERDEZA!!!

É cada jogo que vou lhes contar. Aliás, vou não. O que queria e vou dizer, amigos de infortúnios, é que o início com Eclesiastes não foi em vão. Fi-lo (chupa, Jânio Quadros!) com o propósito de chegar neste momento e repetir aquela máxima de que não há nada de novo debaixo do sol. Então, é isso. Quando o tema é BA-VI, não adianta inventar novas mumunhas conceituais, nada de novo sob o sol. Afinal, o axioma definitivo sobre partidas deste naipe já foi dito por Jardel, filósofo e centroavante nas horas vagas: “Clássico é clássico e vice-versa”.

E é isso mesmo. Na Mãe de Todas as Batalhas, no Ba x Vi, tudo pode acontecer – até tradicional leseira tupiniquim pode ser jogada para escanteio. Como assim? Assim. Chega de prolegômenos e vamos aos finalmente, pois o povo quer saber é de bola rolando. Então, tai o que você queira (Alô, Januário de Oliveira).

O ponteiro do relógio num marcava nem oito minutos e o Vitória já metia 2 x 0, gols do atacante Neto Baiano e do zagueiro Gabriel Paulista. E mais. Continuava partindo para cima do Bahia com voracidade parecida com a dos pedreiros que avançam num prato de comida depois de um dia de labuta.

A chibança era tanta e tamanha que ali por volta de 19 minutos e 37 segundos (não sei precisar com exatidão, pois num uso relógio), o sacana de preto deixou de marcar um penal sofrido pelo centroavante Rubro-Negro, atual artilheiro do país, uma espécie de Friedenreich lambuzado de dendê. Porém, sem nem esperar os términos dos xingamentos, o sacripanta já apita um penal em favor do Tricolor. Souza diminui. No minuto seguinte, Gabriel, o mais endiabrado jogador do Bahia, recebe passe de calcanhar de Moraes e decreta o inacreditável empate.

A partir dos 25 minutos, a maré parecia que ia virar. O Bahia passou a tocar a bola e encurralar o Leão com a malemolência dos que têm a certeza de que o triunfo é questão de tempo. Porém, nos estertores da primeira etapa, o juizão voltou a ser o protagonista. Além de não marcar uma falta em prol do Bahia, deixou o jogo seguir e assinalou uma a favor do Vitória na quina da meia lua, se é que meia lua tem quina.

Deiberson Maurício Gomez – que em equipes menores como Barcelona, Benfica e Manchester City praticou o pebolismo com a alcunha de Geovanni -, aproximou-se da zona do agrião com a certeza dos psicopatas e bateu uma falta que… putaquepariu a categoria. Nesta hora até esqueci que era um imparcial correspondente do Impedimento e gritei, com o auxílio luxuoso de 18 litros de Cepacol: Desliga o refletor e acaba esta porra!!!

Não posso assegurar com certeza se foi por conta do meu brado, mas o fato é que no segundo tempo ninguém quis mais jogar nada. Parece que a velha indagação de Eclesiastes voltou a dominar os espíritos dos nativos. E assim foi até 18 horas quando atearam fogo num tradicional brega da cidade.





Mas, derivo. A questão é que este Ba-Vi serviu para chacoalhar o insosso campeonato. Para que vocês tenham uma ideia, duas rodadas atrás o Bahia tinha 9 pontos de vantagem sobre o Vitória. A diferença agora caiu para apenas 4. O técnico Falcão, que há menos de uma semana era chamado de o Rei de Roma Negra, ontem recebeu xingamentos de fazer corar Dercy Gonçalves. Já Cerezo, que estava com o cargo em risco, é hoje o franco favorito para ser o próximo prefeito de Salvador. Afinal, se consertou o time do Vitória, que era tarefa muito mais difícil, por que não dará um jeito na Cidade da Bahia?

Mas, nada de pressa. Agora, vamos aguardar pacientemente as 358 rodadas que restam para definir os semifinalistas.

Amém, irmãos?

Por: Franciel Cruz (@ingresia)
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