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É preciso (e possível) fazer diferente e melhor (pelo Vitória)

É preciso (e possível) fazer diferente e melhor (pelo Vitória)
Por: Franciel Cruz

Poderia começar a mais abalizada e vilipendiada resenha do Norte e Nordeste de Amaralina amaldiçoando DEDINHO Cecílio, que enojou meu baba ontem. Afinal, depois de um primeiro tempo apático, o time encaixou o jogo nos 15 da segunda etapa, pressionou o Internacional e já havia criado quatro boas oportunidades quando ele inventou de meter o dedo onde não devia. Porém, já estou de saco cheio de reclamar de suas desnecessárias pardalices. Assim, esqueço logo aquele insosso 0 x 0 de ontem e retorno a esta tribuna para tratar de um tema em que o Internacional está dando de goleada: DEMOCRATIZAÇÃO. Por isso, acabo aqui as reclamações, o choro e o ranger de dentes e passo a palavra a Luiz Caldas Milano Junior, Conselheiro do Sport Club Internacional. É óbvio nossa realidade é distinta, mas espero que este detalhado relato que segue abaixo nos sirva de exemplo. Às aspas.

NOVOS TEMPOS

Desde o dia em que nasci, sou colorado. Mais precisamente, 18 de dezembro de 1979. Sempre amei este Clube, do povo, academia, tricampeão brasileiro invicto 4 dias antes de meu nascimento. Minha família toda é colorada. Meu pai ajudou na construção do estádio Beira-Rio, nos idos anos de mil novecentos e sessenta e poucos, que ficou pronto, por força de uma torcida apaixonada, em 1969.

Eu, com meus quase 31 anos, ainda não vi meu time campeão Brasileiro. Aliás, vi. Em 2005. Mas nos tomaram na mão grande. Só que isso é outra história. O que importa agora é outra coisa. Nas décadas de 80 e 90, sofri. Muito. Vi o nosso maior rival, Grêmio, levantar o caneco da Libertadores 2 vezes, levantar um mundial interclubes (aqui tem outra polêmica, que deixarei quieta também), um Brasileiro e 4 Copas do Brasil, além de Campeonatos Gaúchos.

No colégio, muita flauta ouvi de amigos (em maioria na época) gremistas. Mas eu era um apaixonado pelo Sport Club Internacional. Imaginava que um dia as coisas mudariam. Sonhava que em algum dia, em algum lugar, meu time levantaria uma Libertadores e, quiçá, um Mundial. Pensava como seria esse dia, caso chegasse.

Os anos foram passando, e o Clube vivia momentos difíceis. Poucos sócios, pouco dinheiro, muitas dívidas. Até que uma revolução aconteceu. Um Grupo de Oposição assumiu o Clube no biênio 2000/2001. Não ganhamos nada, nem Gre-Nal. Não decidimos um campeonato. Mas o Clube se preparava para uma nova era. Nesses dois anos, foi iniciado o processo de profissionalização do Inter. Processos internos foram mapeados e melhorados. Só que um Clube precisa mais do que isso. Um Clube de futebol, essencialmente, vive do tão famoso “resultado de campo”.

E nesse quesito a gestão de 2000 não obteve êxito. Porém, em 2001 houve o processo de democratização do Inter, sendo a eleição decidida no voto do sócio. Uma novidade, uma vez que até então o Presidente do Clube do Povo era escolhido por cerca de 300 Conselheiros da Instituição. Nesse momento, a “revolução terminara”. O Clube, como um todo, começava a amadurecer para buscar títulos. Porém, no primeiro ano da gestão que até hoje comanda o Inter, o então Presidente Fernando Carvalho quase foi rebaixado. Escapamos por um milagre, em Belém, contra o Paysandu, e permanecemos na primeira divisão.

A partir de 2003, o campo mudou. Voltamos a vencer Gre-Nais, o Clube começou a se modernizar e as coisas começaram a fluir. Uma disputa de uma Sulamericana aqui, outra acolá, confrontos contra o Boca Juniors em 2004 e 2005, a briga com a CBF também em 2005.

Eu, ali, só de soslaio, acompanhei isso tudo, “do lado de fora” do espetáculo. E veio 2006. Ao sentir um clima diferente para a disputa da Libertadores, uma mistura de raiva com o que ocorrera no Brasileiro de 2005, desejo e sede de conquista, se misturou dentro e fora do Clube. Estávamos todos precisando mostrar à América e ao Mundo a nossa força. E ali, nesse instante, decidi me associar. Por quê? Simples, porque eu queria um dia fazer parte da vida política do Clube. Só que não sabia que seria tão rápido.

Em 2006 mesmo nasceu o Movimento INTERnet. Pessoas da Comunidade do Inter no Orkut decidiram fazer algo pra participar da vida do Clube e se inscreveram, aliados à oposição, em uma chapa para o Conselho Deliberativo (CD) do Inter. E lá colocamos dois conselheiros. Eu ainda não fazia parte do Movimento, mas era assíduo “comentarista” do chamado Blog Vermelho (BV), junto com tantos outros colorados. Então, em 2007, criamos a “Chapa BV”, um Movimento político pra começar a entender como funcionava o Clube. Logo em seguida o Pessoal do INTERnet nos convidou para unirmos os Movimentos (ambos pequenos) para ganharmos força e pleitearmos algo maior em 2008. A partir do início de 2008, o Movimento passou a se chamar INTERnet/BV.

“Nascia” então uma união de jovens – loucos, é verdade – que queriam contribuir cada vez mais com o Clube que tanto amam. Porém, tínhamos apenas dois conselheiros, o que era um problema. Precisávamos crescer dentro do Coselho Deliberativo do Clube para angariarmos vôos mais altos. E vieram as eleições de 2008. Ao sermos isolados por ambas as chapas (situação e oposição), decidimos por concorrer de forma INDEPENDENTE, inscrevendo então aquela que ficou conhecida como Chapa 3. Nenhum apadrinhamento. Nenhum cardeal entre nós. Líder? Todos éramos. O sentimento de GRUPO prevaleceu. Sempre. E assim, em GRUPO, superamos a cláusula de barreira de 15% dos votos válidos e colocamos, de supetão, 23 – isso mesmo, vinte e três – novos Conselheiros dentro do Sport Club Internacional. Com os 2 que já tínhamos, ficamos com 25 cadeiras no CD do Clube.

Isso tudo ocorreu em 13 de dezembro de 2008. Eu estava lá e desde esse dia faço parte, com muito orgulho mesmo, do Conselho Deliberativo do nosso Clube. Nós, do INTERnet/BV fizemos história. Sem demérito a ninguém, sem desmerecer o trabalho de A ou B. Todos nós (conselheiros e não conselheiros) entramos para a história de uma Instituição às vésperas de completar 100 anos de existência.

Hoje, passado um ano e nove meses de nossa entrada “em bloco”, muita coisa mudou. Eu, enquanto Conselheiro, tenho acesso ao Inter de uma forma geral. Claro que estar no CD é uma coisa e estar na Gestão é outra. Mas estamos chegando lá, aos poucos. Temos um integrante que é assessor direto do Presidente para os assuntos de Tecnologia da Informação e um diretor nas categorias de base, gurizada de 9-10 anos. Ao olhar pra trás, cada vez mais me convenço de que fizemos o certo e de que estamos fazendo o certo, querendo SEMPRE O MELHOR PARA O CLUBE. A partir do momento em que fazemos parte de uma engrenagem GIGANTE, que é um clube de futebol, começamos a entender vários aspectos que até então não compreendíamos muito bem.

Ressalto que isso só está sendo possível porque temos pessoas qualificadas, jovens, talentosas e loucas para ajudarem o Clube. Todos continuamos apaixonados pelo Sport Club Internacional. Continuamos, sim, torcedores acima de tudo. O que mudou em cada um de nós é o engajamento pelo TODO. Antes não podíamos ajudar muito. Hoje temos a possibilidade de colocar nossas idéias em prática, de sugerir, de opinar, de buscar sempre a melhoria dos processos de gestão do Inter.

Hoje, o meu “tempo livre” se chama Inter. Sempre tem uma reunião do Movimento, sempre tem um evento pra ir, sempre tem alguma coisa para se fazer em prol do Clube. E isso é sensacional. Claro que muitas vezes nos desgastamos com namoradas, esposas, familiares e etc (a minha namorada é gremista ainda por cima, então já viram o rolo hehehe), mas todo esse “esforço” vale a pena. É prazeroso contribuirmos, de alguma maneira, com o Clube que amamos. É pra isso que somos conselheiros. Para podermos colaborar. E isso temos feito. Se ficaremos lá por muito tempo? Não sei, espero que sim, pois o Inter hoje possui mais de 100 mil sócios, e na eleição que se avizinha em dezembro de 2010, cerca de 60 mil sócios estarão aptos a exercerem o seu direito DEMOCRÁTICO de votar. Não é sensacional isso?

Novos tempos virão. O Inter terá que passar por uma reestruturação na sua gestão, profissionalizando algumas posições chave no Clube. Em maio desse ano fizemos um seminário sobre esse tema, alguns modelos (um inclusive feito por nós) foram apresentados aos Coordenadores de Movimento do Inter. Temos a certeza de que não podemos parar no tempo, de que ainda temos muita coisa a fazer pela Instituição. Só que, para isso, precisamos manter as portas abertas a todos. Por mais que o futebol hoje seja um negócio, a paixão que o move não tem preço. E é essa a grande diferença que um Clube de futebol possui para as outras “marcas”. Paixão não se compra, não se vende, não se empresta. Paixão é o combustível que move uma nação inteira de colorados e, através dela, chegamos aonde chegamos. E temos a certeza de que, continuando nessa toada, iremos chegar longe, contribuindo cada vez mais com o Sport Club Internacional.

Por fim, recentemente o Movimento INTERnet/BV deu outro passo importantíssimo visando as eleições de dezembro de 2010. Fez uma aliança com outros dois Movimentos de oposição e, somados todos os Conselheiros, possuímos cerca de 80 votos dentro do CD. O nome dessa coalizão é Convergência Colorada. Vocês devem estar se perguntando o motivo pelo qual somos oposição a um Clube Campeão de Tudo, eu sei. O que ocorre é que a nossa forma de fazer oposição é realmente diferente. Sem ranço, sem brigas, mas de forma CONTRIBUTIVA. Tudo aquilo que achamos que pode ser melhorado é levado à direção que, cordialmente, sempre nos recebe. Algumas idéias são levadas adiante, outras não, faz parte do jogo. Entendemos que oposição não é sinônimo de raiva nem de desconstrução, bem pelo contrário. Ser oposição é ser atuante, fiscalizador e PROPOSITIVO, porque afinal, dentro do Inter, todos convergem para uma mesma batida: vencer campeonatos. Possuímos as portas abertas com todos o Movimentos dentro do Clube porque trabalhamos de forma honesta e transparente. Hoje somos respeitados por todos e tenho convicção de que em 2011 ou 2012 teremos muitos integrantes trabalhando dentro do Clube.

Como viram, novos tempos virão. Então, se você, Torcedor do Vitória, quer fazer algo parecido pelo seu Clube do coração, mas acha que não dará certo, um recado: faça. Crie um Movimento político, converse com as pessoas sobre o seu Clube. Faça a diferença que a recompensa virá. Nós, do INTERnet/BV fizemos isso e estamos ajudando a construir um Inter cada vez melhor. E isso, senhoras e senhores, não há dinheiro no mundo que pague.
__________
Comentários
1 Comentários

1 comentário(s):

Unknown disse...

Ótimo texto Franciel! Esta carta mostra como uma chapa de oposição pode ajudar a evoluir um clube. Tenho lido seus textos, tanto aqui quanto no canalecvitoria e tenho vontade de participar, ajudar... Só preciso saber como.
Parabéns pela postagem.
Alan

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