ANDERSON FREIRE:
O senhor disse que não saiu do clube ano passado porque o clube não subiu. Isso significa que se o vitória subir este ano o senhor sai?
Alexi: Não, Anderson. Eu vou cumprir meu mandato até o fim. E acredito que nenhum gestor deva se perpetuar no poder. Tanto é que mudamos o estatuto do clube, que hoje permite apenas uma reeleição.
Eu ensejo mais vantagens em ter o SMV. Não digo vantagens estritamente financeiras. Compreendo que se trata de um bom custo-benefício ao torcedor que vai com regularidade aos jogos, mas gostaria de participar mais da vida do clube. O que a diretoria vem planejando para o SMV? Acho uma ferramenta explorada aquém do seu potencial.
Alexi: Théo, o programa de sócio-torcedor do Vitória é hoje o mais barato entre os principais clubes do Brasil. Até mesmo o Ceará, na Série B, tem um programa mais caro que o nosso. Mas eu também acho que o Vitória deva potencializar o SMV. O Marketing já está cuidando disso. Posso antecipar que, em curto prazo, você poderá usufruir dos benefícios do Clube Leão de Vantagens que vamos lançar e terá promoções e produtos exclusivos.
T.A.:
Presidente, clubes do Sul e Sudeste estão se mobilizando para criar o G12. Com as negociações das cotas de TV em separado, o abismo financeiro entre as equipes tem aumentado. O que o Vitória pensa a respeito disso? A Copa do Nordeste é um esforço para tentar reverter essa lógica? Existe possibilidade de se criar um G12 alternativo, com fins comerciais e com as equipes preteridas?
Alexi: Não tenho conhecimento sobre esse G12 a que você se refere. Tenho estado em contato direto com a CBF e nada a respeito disso foi comentado, nem mesmo entre os presidentes dos clubes dessas regiões com os quais eu mantenho contato. O abismo financeiro é real e, sem dúvida, a Copa do Nordeste vai valorizar o futebol de nossa região, inclusive com o apoio de importantes parceiros, como a própria Rede Globo.
EDUARDO DOURADO:
Alexi, imaginemos 2013 com o Vitória na Série A. Todo grande clube tem que ter um planejamento feito com antecedência e com metas. Sendo assim, quando começaremos a brigar com mais constância por títulos nacionais a ponto de faturarmos um?
Alexi: Em se tratando de Série A, Eduardo, acredito que a gente precise de uns quatro ou cinco anos jogando seguidas vezes a competição para termos chance de brigar pelo título. É inegável que o caminho mais fácil para o Vitória ser campeão nacional é por meio da Copa do Brasil. Nos últimos anos, o Vitória teve boas participações nessa competição. Acredito que nosso maior entrave seja mesmo financeiro. Os clubes do Sul e Sudeste têm receitas muito maiores que a nossa. O Corinthians, por exemplo, que é o atual campeão brasileiro, conseguiu faturar ano passado quase 10 vezes mais do que a gente faturou.
VICTOR SILVEIRA:
Como está a dívida herdada pelo senhor das administrações anteriores?
Alexi: Victor, nós conseguimos reduzir nosso déficit em 88%. O Vitória, segundo estudo divulgado pela consultoria BDO, foi o único time do Brasil a diminuir o endividamento nos últimos anos. Nossa dívida caiu de R$ 86 milhões para pouco mais de R$ 10 milhões.
TIAGO GOMES:
Analisando os elencos dos clubes da Série B, nota-se que o Vitória está forte. Quais times o senhor colocaria ao lado do Leão na briga pelo acesso?
Alexi: Esta Série B está bem equilibrada. Destacaria quatro times: o Atlético Paranaense, o América de Natal, o América Mineiro e o Criciúma. Assim como você, Tiago, vejo o Vitória forte na competição.
LAIS PAIM:
Presidente, qual é o maior legado que o senhor vai deixar para o clube?
Alexi: Lais, certamente, um Vitória mais forte e saudável.
Entrevista publicada no Jornal Rugido do Leão (edição n.º 4 - 30/06/12)