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OS DESTERRADOS TAMBÉM TÊM O DIREITO DE AMAR (Capítulo 1, Versículo 13)

Neste mês de maio, o Brioso Leão faz aniversário, mas quem ganha o presente é o ouvinte deste emissora. Além de ficar livre dos textos deste locutor, ainda receberá nos mamilos preciosas contribuições dos torcedores do Vitória que vivem ou estão passando uma chuva em outras paragens.

A Série sobre OS DESTERRADOS começa com este excelente texto de Washington Souza Filho*


“Por razões diversas, pessoais e profissionais, vivi, e vivo, acostumado a torcer à distância. Uma prática desenvolvida com a mediação – receba na caixa torácica, diria o cabeludo, sem nenhuma vênia – da tecnologia, através dos meios de comunicação. Situação, em qualquer das circunstâncias, que garante a compreensão de que a proximidade com o objeto é sempre uma experiência para ser vivida na plenitude. Quero dizer: estar no estádio, torcendo pelo Vitória é sempre uma satisfação, que muitas vezes impõe sacrifícios e o resultado da partida não corresponde, na proporção direta – o ônus de estar na arquibancada.

Brincadeiras, na forma de escrever, à parte, a situação que vivo agora – neste momento fora do Brasil, acompanhando os jogos pela internet – têm vantagens que a tecnologia oferece, o que descobri desde a infância. Muito cedo, ao mesmo tempo em que acompanhava a minha mãe na peregrinação pelos gabinetes e quartéis de Salvador, consequência da militância política do meu pai, descobri, através do rádio, o Vitória – em uma inusitada derrota para o Leônico, na final do Campeonato Baiano de 66. Ir à Fonte Nova só era possível ao lado de um tio e primos, todos torcedores do outro, como escreveria Eduardo Galeano, para tratar da rivalidade entre Nacional e Penãrol, do Uruguai.

No trabalho, descobri logo que a objetividade, em nome da verdade – com o devido reconhecimento da forma tratada por Wilson Gomes, vascaíno de Camacã – que a atividade emana, permitia descrever o que podia ser comprovado com informação. E acabei contando a história de Hermano Henning, na época jornalista da TV Globo, quando acompanhou uma expedição à Antártida.

A bordo do navio Barão de Teffé, da Marinha Brasileira, ele ouviu pelo rádio uma vitória do Corínthians, para o qual torce – uma partida em que Casagrande marcou não sei quantos gols. O aparelho era um modelo usado por jornalistas, com diversas faixas de onda, capaz de captar as emissoras de pontos mais distantes – algo que a internet agora faz, sem chiados. Ganhei um rádio desses, mas pouco uso. Quando precisei, em outra oportunidade, morar fora do Brasil, nunca usei para acompanhar jogos de futebol.

Ainda o tenho, presente de um amigo, com o qual não tenho mais contato, mas aprendi que para acompanhar futebol, pelo menos o da Bahia, não é um bom meio. O que é feito no rádio da Bahia – nem vou dizer por quem, como faria o titular deste blog – é algo que afasta o interesse de qualquer um, por qualquer assunto, cujo motivo eles sabem a razão, independentemente de qual seja, para mim. O pior é que muitos dos que escrevem para blogs, sites, o que seja, dito em nome do torcedor, seguem o mesmo caminho.

Sem a necessidade de considerar cânones de uma profissão, deveriam pelo menos respeitar o bom senso de quem lê. Escrever com correção e não repetir a postura de gente que transforma a relação com dirigente em vantagem de alguma espécie. Para mim, a opção que resta, como sempre, veio da tecnologia. Acompanho as partidas através da internet, sem a necessidade de ouvir bordões copiados de slogans de emissoras de televisão ou ouvir piadas sem graça. E continuo aproveitando as oportunidades que a vida oferece – ou impõe, porque já fui para o Barradão de muletas e cadeira de rodas para assistir a jogos do Vitória. É a tal proximidade com o objeto, vivida na plenitude, a experiência do contato com uma realidade – o que pode ser um bônus, em alguns casos”.

*Washington Souza Filho - É jornalista, professor da Universidade Federal da Bahia, trabalhou em jornais, revistas e emissoras de televisão da Bahia, Sergipe e do Sul do país. repórter da Revista Placar da sucursal de Salvador, três vezes ganhador do prêmio abril de jornalismo. Viveu em angola, onde trabalhou como consultor da televisão pública. Atualmente mora em Portugal, onde cursa o doutorado em comunicação, na universidade da beira interior, em Covilhã. nunca acredita no que lê ou ouve, se não tiver como apurar, quando o assunto é o futebol baiano. Sempre torceu pelo Vitória, mas sempre manteve o respeito pela sua profissão, antes de qualquer coisa.

Por: Franciel Cruz

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Comentários
2 Comentários

2 comentário(s):

Anônimo disse...

ISSO AE !

VITÓRIA AONDE QUER QUE ESTEJA !

SRN !

Tiago Tristão disse...

Moro em recife e também acompanho meu vitório de longe!!!

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