O ponteiro do velho roscofe cansado de tantas e inúteis pelejas já estava no último suspiro quando o Vitória marcou o segundo gol que lhe daria o triunfo em sua estréia na Copa do Brasil, diante do brioso JMalucelli, time que tem nome de loja que vende equipamento de som pra carro de pagodeiro.
Diante do furdunço, várias hipóteses passaram em meu maltratado juízo. Falta, impedimento ou apenas mais uma demonstração de amor ao alheio, o velho furto, cometida pelos homens de preto? Impossível saber – até porque a labuta não foi transmitida por nenhuma rede de TV, numa demonstração clara de que a televisão brasileira, além de mentirosa, é omissa nos grandes e decisivos momentos do Brasil e do Vitória – o que dá no mesmo.
Diante do furdunço, várias hipóteses passaram em meu maltratado juízo. Falta, impedimento ou apenas mais uma demonstração de amor ao alheio, o velho furto, cometida pelos homens de preto? Impossível saber – até porque a labuta não foi transmitida por nenhuma rede de TV, numa demonstração clara de que a televisão brasileira, além de mentirosa, é omissa nos grandes e decisivos momentos do Brasil e do Vitória – o que dá no mesmo.
E pra acabar de lenhar e confundir a porra toda, o comentarista da rádio largou a seguinte prosopopéia, com voz ofegante e aquele tradicional tom de denúncia vazia que só os especialistas em dramatizar o insosso cotidiano sabem fazer. “Ele (respira) anulou o gol do Vitória por causa da pressão (ênfase na palavra pressão) da torcida”.
Detalhe. A intimidadora turba contava com apenas 245 pessoas. Isto mesmo, minha comadre. O público pagante, que segundo o radialista pressionou o juiz, era composto por 245 testemunhas.
Novo tumulto, só que agora na audiência radiofônica.
Ato contínuo, um amigo mais exaltado, que é sempre do contra, disse logo que o referido radialista “falava aquela bobagem de pressão” porque recebia jabá, digo, mantinha relações comerciais com o Vitória. Porém, outro, mais apaziguador, tentou acalmar os ânimos, propagando o inoxidável axioma: “Sim, por mais inacreditável que possa parecer, o radialista pode estar dizendo a verdade. Afinal, quando o juiz é frouxo, até cachorro em campo é pressão”.
Pelo sim e pelo não, para evitar maiores polêmicas, decidi que não faria nem farei nenhuma análise do jogo baseado no que ouvi, pois num quero sofrer pressão de seu ninguém. E, se forem me oferecer jabá, informo logo: minha parte eu quero em substâncias não recomendadas pela Carta Magna.
Mas, derivo.
O fato a ser destacado na labuta de ontem, e que ficará para a posteridade, é que, uma vez mais, o coelho Ozir invadiu o gramado do Ecoestádio, praça esportiva onde não existe nada de concreto. A arquibancada situa-se num morro coberto de grama e o placar é todo de madeira (isto deve ter sido planejado pra quando o time da Casa receber bordoada, eles colocarem logo os cupins em ação). Num ambiente assim, tão ecológico, é óbvio que os gols só poderiam ser de duas criaturas ligadas à natureza: Bruno Batata e Alan Pinheiro.
Desculpa, minha comadre, mas foi inevitável. É que em m jogos ordinários como o de ontem, não resta outro caminho, senão recorrer à cretinice metida a engraçadinha.
Porém, antes de encerrar esta prosa ruim, cabe falar algo sério. O Vitória, apesar de todos os pesares, fez o certo ao mandar o time titular para Curitiba, mesmo na antevéspera de um Ba x Vi.
É fato que o nosso clássico é a mãe de todas as batalhas, mas a Copa do Brasil tem que ser priorizada por equipes que não estão no eixo central do futebol de Pindorama. Afinal, depois que os sacanas do Sul Maravilha inventaram os pontos corridos, formou-se um cordão sanitário que praticamente impossibilita a entrada das equipes periféricas. Desde 2006, por exemplo, quando se passou a ter apenas 20 clubes neste sistema, apenas os times de SP, RJ, MG e RS estiveram entre os quatro primeiros. Só não estamos numa completa espanholização porque a incompetência dos dirigentes ainda contribui para que o desequilíbrio não seja maior.
Então, amigos de infortúnios, mesmo o resultado em Curitiba não tendo sido o ideal, repito que a decisão de dar prioridade à Copa do Brasil foi a correta, ao contrário do ano anterior. E deve ser assim daqui por diante, pois ela representa a tênue possibilidade de times periféricos botarem a mão num caneco nacional – apesar das mudanças ocorridas em 2013 e das fantasmagóricas pressões que sofreremos dos 245 torcedores dos JMalucellis da vida.
Amém.
Por: Franciel Cruz
P.S Para não dizer que comentarista de rádio só fala mentira, teve uma hora que um deles afirmou que a zaga do Vitória falhou feio. Impossível isso, pelo menos isso, não ser verdade.
Detalhe. A intimidadora turba contava com apenas 245 pessoas. Isto mesmo, minha comadre. O público pagante, que segundo o radialista pressionou o juiz, era composto por 245 testemunhas.
Novo tumulto, só que agora na audiência radiofônica.
Ato contínuo, um amigo mais exaltado, que é sempre do contra, disse logo que o referido radialista “falava aquela bobagem de pressão” porque recebia jabá, digo, mantinha relações comerciais com o Vitória. Porém, outro, mais apaziguador, tentou acalmar os ânimos, propagando o inoxidável axioma: “Sim, por mais inacreditável que possa parecer, o radialista pode estar dizendo a verdade. Afinal, quando o juiz é frouxo, até cachorro em campo é pressão”.
Pelo sim e pelo não, para evitar maiores polêmicas, decidi que não faria nem farei nenhuma análise do jogo baseado no que ouvi, pois num quero sofrer pressão de seu ninguém. E, se forem me oferecer jabá, informo logo: minha parte eu quero em substâncias não recomendadas pela Carta Magna.
Mas, derivo.
O fato a ser destacado na labuta de ontem, e que ficará para a posteridade, é que, uma vez mais, o coelho Ozir invadiu o gramado do Ecoestádio, praça esportiva onde não existe nada de concreto. A arquibancada situa-se num morro coberto de grama e o placar é todo de madeira (isto deve ter sido planejado pra quando o time da Casa receber bordoada, eles colocarem logo os cupins em ação). Num ambiente assim, tão ecológico, é óbvio que os gols só poderiam ser de duas criaturas ligadas à natureza: Bruno Batata e Alan Pinheiro.
Desculpa, minha comadre, mas foi inevitável. É que em m jogos ordinários como o de ontem, não resta outro caminho, senão recorrer à cretinice metida a engraçadinha.
Porém, antes de encerrar esta prosa ruim, cabe falar algo sério. O Vitória, apesar de todos os pesares, fez o certo ao mandar o time titular para Curitiba, mesmo na antevéspera de um Ba x Vi.
É fato que o nosso clássico é a mãe de todas as batalhas, mas a Copa do Brasil tem que ser priorizada por equipes que não estão no eixo central do futebol de Pindorama. Afinal, depois que os sacanas do Sul Maravilha inventaram os pontos corridos, formou-se um cordão sanitário que praticamente impossibilita a entrada das equipes periféricas. Desde 2006, por exemplo, quando se passou a ter apenas 20 clubes neste sistema, apenas os times de SP, RJ, MG e RS estiveram entre os quatro primeiros. Só não estamos numa completa espanholização porque a incompetência dos dirigentes ainda contribui para que o desequilíbrio não seja maior.
Então, amigos de infortúnios, mesmo o resultado em Curitiba não tendo sido o ideal, repito que a decisão de dar prioridade à Copa do Brasil foi a correta, ao contrário do ano anterior. E deve ser assim daqui por diante, pois ela representa a tênue possibilidade de times periféricos botarem a mão num caneco nacional – apesar das mudanças ocorridas em 2013 e das fantasmagóricas pressões que sofreremos dos 245 torcedores dos JMalucellis da vida.
Amém.
Por: Franciel Cruz
P.S Para não dizer que comentarista de rádio só fala mentira, teve uma hora que um deles afirmou que a zaga do Vitória falhou feio. Impossível isso, pelo menos isso, não ser verdade.