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[Entrevista] Volante Michel: "O futebol evoluiu. O jogador moderno tem que atualizar"

Cara de mau, jeito fechado e estilo vibrante. Michel é daquele volante-volante. Nada de toquinho para o lado e muita firula. O jogador do Vitória está no meio de campo para impor respeito e dar segurança à zaga do Rubro-Negro. No entanto, os rótulos podem fazer com que se tenha uma ideia equivocada do camisa 5 do Leão.

A ideia de se ter um "brucutu" à frente da zaga dificilmente facilitaria o pensamento de que o mesmo jogador que está ali para destruir pode ser o mesmo que ajuda o treinador a construir um time. Sem exagero nenhum, Michel pode ser considerado o mais técnico, na essência da palavra, do time baiano.

O técnico citado acima não tem relação com a característica do jogador com a bola nos pés. Mas sim com o tabuleiro de xadrez do tapete verde. Enquanto a maioria dos atletas prefere passar as horas de lazer e concentração no videogame ou vendo novelas, Michel gostar de dosar. Não é tão diferente dos outros, mas dedica uma grande parte do seu dia vendo e analisando jogos de futebol.

- Como eu moro sozinho, na maioria do tempo estou na internet, vendo jogo ou nas redes sociais. Costumo procurar observar o adversário. Já tem gente que é casado, tem muitos problemas para cuidar e acaba não se ligando muito – comenta o atleta, que, além das Séries A, B e C, acompanha também o futebol italiano (onde tem um irmão jogando) e espanhol. – O alemão nem tanto, que é mais força – acrescenta.

A rotina faz com que Michel seja um grande entendedor tático dentro de campo. Um ponto a mais para o volante, que se torna um dos responsáveis por orientar a equipe taticamente. O conhecimento do jogador pode ser comprovado em poucos minutos. Seja nas entrevistas coletivas ou no intervalo dos jogos, ele faz sempre questão de demonstrar o conhecimento sobre o adversário e os caminhos que o Vitória precisará percorrer dentro de campo.

Na entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, em pouco mais de meia hora, Michel deu diversas mini-aulas táticas. Utilizando os dedos para simular o esquema tático, falou do 4-1-4-1 do Bahia no Ba-Vi com “Talisca marcando o Tarracha, Wallyson marcando o Nino e os dois volantes, que eram o Rafael Miranda e o Hélder”, a postura tática de Coritiba e Botafogo e também as dificuldades sofridas no duelo com o São Paulo, quando a marcação sob pressão nos zagueiros teve de ser recuada alguns metros para que o Rubro-Negro recuperasse o meio de campo no segundo tempo.

- Sempre gostei disso. Antigamente, o jogador nem se preocupava com esquema tático. Entrava em campo sem saber nada. Hoje em dia, o futebol evoluiu. O jogador moderno tem que atualizar – opina.

Técnico no final da carreira?
O conhecimento tático do jogador logo leva à dedução de que, quando aposentar as chuteiras, Michel não sairá de perto do gramado. A afirmação é verdadeira, mas não 100%. Aos 32 anos, o volante ainda pensa em atuar por mais seis. Quando decidir se aposentar, não quer largar o futebol, mas não pensa em assumir a função na beira do campo.

- Não sei o que vou fazer. Pode ser auxiliar. Treinador é meio difícil, mas quem sabe, não é? Eu gosto de estar mais por trás. Não sou muito de falar. Claro que falo dentro de campo, no vestiário, mas o lado do treinador é difícil. Hoje em dia, é difícil ser treinador de futebol. Muitos acham que é fácil, mas é muito difícil – diz.

Michel sabe bem o que os treinadores sofrem. Pressão da imprensa, torcida, dirigentes. Conhece de perto o mundo do futebol. Descarta assumir um posto de gestão. Pensa em auxiliar o trabalho que é feito dentro de campo. Se a ideia de comandar um time amadurecer, já sabe em quem vai se inspirar para colocar na prática todo o conhecimento que tem.

- Um treinador meu que eu guardo muito é o PC Gusmão. Peguei ele um bom tempo no Ceará e no Vitória também. PC falava que, se você conseguir agradar os 35 jogadores, você está perto do fracasso. Sempre tem alguém que você vai desagradar. Se fosse para ser treinador, eu juntava dois: o PC e o Caio [Junior, atual treinador do Vitória] – afirma.

Há ainda outra possibilidade para não sair de perto do futebol:

- Poderia ser um bom comentarista. Vejo tantos jogadores, como Caio, Roger Flores. Quem sabe me formar em jornalismo e ser comentarista... De todos, o melhor é o Caio. Eu assisto e vejo ele comentando. Muitas vezes o comentarista fala uma coisa e não vê o lance. Ele vê o jogo. Não é qualquer outro que fala sem saber das coisas – opina.

Como ainda planeja jogar por mais seis anos, Michel não quer pensar muito sobre o que vai fazer na vida pós-jogador. Por enquanto, segue mantendo seu estilo de vida. O futebol é parte de sua rotina diária. Seja no treino, seja na televisão. O homem que garante a segurança no sistema defensivo do Vitória é cada vez mais um técnico dentro de campo. Mesmo que de forma inconsciente. (Raphael Carneiro / GloboEsporte)
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