Não só pela movimentação em torno dele durante as duas últimas semanas, mas também por conta da emoção que ambas as equipes proporcionaram aos seus torcedores durante os noventa minutos de confronto.
O Vitória, por sua vez, começou a jogar bem mesmo a partir do momento que Ricardo Silva assumiu o comando da equipe. No duelo em Pituaçu, novamente o rubro-negro foi melhor e não seria diferente. Precisava do resultado positivo, ficou com ele nas mãos por duas vezes e não aproveitou. Paciência. Dos dez títulos anteriores a esse, o Leão conquistou nada menos que oito. Uma hora esse jejum para o Bahia acabaria, como ocorreu.
Mas gostei da postura do rubro-negro nesta final. Acabou a covardia. Ricardo, mais uma vez, fez tudo certinho, tanto na escalação, quanto nas substituições. Ouvi muita gente falando que ele não deveria ter tirado Neto para colocar Geovanni. Isso é um ponto de vista e eu não concordo muito. A experiência do meia faz uma diferença grande e em uma bola parada ele pode decidir. Desta vez, contudo, não foi possível.
O que Ricardo não poderia prever era a tarde infeliz do seu goleiro Douglas. Errou e ponto. Agora, crucificar o cara por conta disso, é uma brincadeira da torcida. Lembrem uma única vez que ele falhou assim desde que chegou ao clube? Nenhuma, amigos. Na raiva, até entendo que as pessoas falam sem pensar, mas se o caminho fosse esse, Rogério Ceni, Marcos, Dida e tantos outros arqueiros deveriam ter saído dos seus respectivos clubes, pois falham ou falharam em algum momento da carreira.
Sim, se Douglas não tivesse errado, tudo seria diferente, ou não. Caso o “se” não entrasse em campo, o Vitória seria campeão novamente. Quer ver? Se Romário não tivesse se lesionado. Se Saci não tivesse em campo. Se Neto não tivesse perdido um gol na cara de Lomba no primeiro tempo. Se Pedro Ken não tivesse errado dois chutes que não costuma errar. Se Mancha não tivesse chutado fraco quando teve uma oportunidade na linha do pênalti na etapa final. Essas coisas fazem parte do esporte.
No primeiro encontro, no Barradão, por exemplo, o Vitória perdeu algumas chances de matar o jogo e entrar na casa tricolor com a vantagem. Não o fez e pagou o preço. O pensamento sempre foi voltar para a primeira divisão e tenho certeza que isso vai ser realizado este ano de 2012. O foco, na verdade, tem que ser esse, independente da boa campanha na Copa do Brasil, que hoje é uma realidade.
É futebol, meu povo. Bola pra frente agora.
Parabéns ao Bahia, que conquistou o título após muitos anos sonhando com isso.
Parabéns ao Vitória, que lutou muito e não se abateu em nenhum momento, valorizando ainda mais a decisão.
Por: Maurício Naiberg