O tento que classificou o rubro-negro no torneio nacional saiu somente aos 48 minutos do segundo tempo: de pênalti, o artilheiro do Brasil estufou as redes do goleiro Camilo e premiou os poucos torcedores que, mais esperançosos que os demais, se mantiveram nas arquibancadas até o final da partida.
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Embora tenha se classificado, o Vitória esteve longe de ser brilhante e irritou o seu torcedor. Com o gol de Washington que deixou o ABC na frente do placar no primeiro tempo, os jogadores rubro-negros foram para os vestiários sob muitos protestos. No segundo tempo, o time entrou mais esperto, mas foi Raul quem balançou as redes primeiro.
Ricardo Silva colocou Arthur Maia, Tartá e Dinei. O Leão melhorou e começou a reagir aos 33 minutos, quando Léo foi derrubado na área e o árbitro marcou pênalti. Neto Baiano diminuiu e correu com a bola para que o jogo recomeçasse no meio campo, mas só voltou a marcar aos 44, quando aproveitou belo cruzamento de Tartá. Três minutos depois, após uma chuva de bolas alçadas na área do time potiguar, a zaga se enroscou com Tartá e o camisa nove ganhou a sua chance de entrar para a história: com o pênalti convertido, se tornou o maior artilheiro do Barradão com 46 gols marcados.
O próximo adversário do Vitória no torneio nacional será o Botafogo, que confirmou a classificação após empate sem gols com o Guarani. Enquanto aguarda pela definição das datas do confronto, o rubro-negro tem compromisso às 16h do próximo domingo, 22: disputará o jogo de ida da semifinal do Campeonato Baiano, contra o Feirense, no Estádio Pedro Amorim, em Senhor do Bonfim.
Sonolência rubro-negra - Apagado. Assim o Vitória iniciou o primeiro tempo de jogo no Barradão. Aparentemente satisfeita com o 0 a 0 que lhe garantia a classificação, a equipe rubro-negra apenas passeou em campo e, sem inspiração, viu jogar do outro lado um ABC mais organizado, mais veloz e mais disposto a vencer a partida.
A equipe Potiguar aproveitou a letargia do meio campo rubro-negro, impôs uma forte marcação sobre os meias e os atacantes do time da casa e tocou melhor a bola. O primeiro lance de perigo, no entanto, aconteceu somente aos 16 minutos: Raúl fez boa jogada pela direita e cruzou na área para Washinton, que pulou mais alto que a zaga do Leão e, de cabeça, mandou a bola na trave direita de Renan.
O Vitória tentou responder quatro minutos depois, com Uelliton, mas o volante desperdiçou a chance com um chute sem direção, de esquerda, em jogada individual na entrada da área. Aos 22, Rodrigo aproveitou cobrança de falta e raspou de cabeça; para fora. Aos 30 minutos, Washington percebeu Renan adiantado e mandou um chutaço do meio da rua; o arqueiro rubro-negro saltou e mandou para escanteio.
Na cobrança, Raúl serviu o mesmo Washington, que saltou mais que Uelliton e mandou uma cabeçada forte; Renan não conseguiu evitar. 1 a 0. Então com o placar adverso, o Vitória passou a correr mais em campo. Entretanto, travado pelo Alvinegro Potiguar, o Leão chegou somente aos 44 minutos, quando Geovanni limpou jogada na entrada da área e bateu forte de esquerda. Longe do gol.
Virada na emoção - Ricardo Silva mandou o time de volta para o segundo tempo com a mesma formação. A atitude do time, no entanto, foi diferente. Apenas a atitude: o meio campo permaneceu improdutivo e as investidas de ataque, até a metade da segunda etapa, não foram suficientes para superar o recuado time abcdista.
Apesar da postura defensiva, o time potiguar aproveitou a sua melhor chance no segundo tempo, aos 21, e esfriou os ânimos do rubro-negro: Léo Gamalho achou Raúl livre na área; o meia tocou na saída de Renan e fez 2 a 0. Ricardo Silva tirou os apagados Geovanni, Rildo e Pedro Ken e lançou mão de Tartá, Dinei e Arthur Maia, respectivamente.
O Vitória cresceu e encurralou o ABC. Aos 31 minutos, Tartá, de cabeça, mandou a bola na trave. Dois minutos depois, Léo pegou sobra na área e buscou a linha de fundo; foi derrubado. Na cobrança, Neto mandou no canto contrário ao de Camilo e a bola ainda tocou na trave antes de entrar. O gol reanimou a equipe. Aos 35, sozinho na área, Rodrigo recebeu cruzamento na área, mas mandou para fora.
O Leão seguiu em cima. Lépido, Tartá apareceu pelo lado direito da área e levantou a bola na conta para Neto Baiano, que emendou um chute forte de primeira e igualou o placar. O artilheiro rubro-negro correu para levar a bola para o meio campo. O Vitória passou a habitar a área do ABC em peso. Num dos lançamentos, Tartá disputou bola com a defesa e foi derrubado na área. Com um chute firme na cobrança do pênalti, Neto Baiano encheu de felicidade os corações rubro-negros. (Rafael França / A TARDE - Fotos: Eduardo Martins)