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É preciso (e possível) uma nova roupagem. Por Franciel Cruz.

Não sei se é por conta desta lua crescente ou das doses extras de conhaque (chupa, Drummond!), mas o fato é que o lançamento dos novos uniformes do Vitória e toda esta chibança subsequente me deixou nostálgico como o diabo. E, numa bad trip sem escalas, retrocedi ao início da década de 90.

Na ocasião, quando apenas alisava os bancos da faculdade no intervalo entre uma cerveja e um trago, fui obrigado a ler o Império do Efêmero, livro do filósofo francês Gilles Lipovetsky, que estava, como diria os xibungos, causando um frisson dos seiscentos.

Num resumo grosseiro, posso garantir que o autor afirmava que não era possível compreender a evolução da sociedade sem dar importância à moda, à sedução, ao luxo. E mais. Afiançava que a moda era algo libertário e libertador.

Mas, nem pensem os apressados que o referido era um destes frívolos que desfilam platitudes nas passarelas da vida. Nero ar. Ele não era burro. Ao contrário. Sofisticado, intuía, ou melhor, propugnava teses um tanto quanto complexas. Eis. “Quanto mais os indivíduos se mantém a parte e são absorvidos por si próprios, mais há gostos e aberturas às novidades. O valor do Novo caminha paralelamente ao apelo da personalidade e da autonomia privada”.

PUTAQUEPARIU O EMBROMEICHON, CHON, CHON!!!

É óbvio que este rústico locutor, com o couro e as ideias curtidos no inclemente sol do sertão, não poderia compactuar com tais diatribes E assim peguei um ódio ancestral da obra porque me era impossível conceber que o debate sobre a moda estivesse num status tão elevado, suplantando a discussão sobre, por exemplo, as mazelas sociais. Mas, não só por isso. Odiei a obra, especialmente, porque a leitura, que era obrigatória, atrapalhava minha cachaça na gloriosa cantina de vovô, ali no canela.

Ah, sim, tempos depois o próprio autor fez um mea culpa afirmando que “quanto mais a sociedade se volta para o espetáculo, para a frivolidade, mais aumenta sua ansiedade, angústia e depressão”. E, ato contínuo, confessou o seguinte. “Estou mais sensível também à pobreza e às desigualdades sociais, questões que não abordei em 1987. São problemas criados por regras econômicas do mundo moderno e agravados pela omissão do Estado. Mas a sociedade regida pelo efêmero contribui para mantê-los”.

Terra chamando.

Bom. Retorno para dizer que também fiz meu mea culpa. Apesar das discordâncias, o livro me fez repensar minha concepção sobre a, digamos assim, importância da moda. Hoje, não obstante continuar me vestindo num desmantelo dos sesicentos, dou mais valor à moda, pelo menos no campo teórico. Aprendi com o menino Lipovestky que consumimos não apenas para suprir necessidades, mas sim buscamos símbolos para criar uma identidade e etc e coisa e tals.

Porém, no cerne da questão, continuo com a mesma visão. Por isso, resumo esta prosa metida a erudita, dizendo que é muito importante que se faça o lançamento de novos uniformes, mas é essencial que o Clube tenha uma nova roupagem, com mais democracia, transparência, respeito ao torcedor e planejamento profissional.

Caso contrário, permaneceremos apenas no campo das firulas. E seremos contagiados por ela. Ontem, por exemplo, contra o Flu de Feira, o time todo parecia que continuava na passarela, de salto alto, desfilando despojadamente.

E, se for para passear no gramado com aquela displicência de ontem, é mais jogo entregar a camisa e chuteira a Nicole ou, melhor ainda, à moça do Shortinho Gerasamba. Quebra, ordinária.

Por: Franciel Cruz (@ingresia)

P.S Ah,sim. Sem preconceito, mas não gostei de Cerezo ter comprado calcinhas vermelhas para a menina Lea T. Acho que a cor não combina com a moça.
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