Um racha no Clube dos 13 poderá inviabilizar a disputa do Campeonato Brasileiro nos moldes atuais. Insatisfeito com a divisão de cotas da TV, o presidente do Corinthians ameaça desfiliar o time do Clube dos 13 e com o apoio da CBF, formar uma liga independente.A ameaça acontece às vésperas da publicação do edital de licitação dos direitos de transmissão dos Campeonatos Brasileiros de 2011 a 2014. Ataíde Gil Guerreiro, diretor-executivo do Clube dos 13, não vê problemas na saída do Corinthians, mas uma debandada em massa, fará com que o Brasileirão perca em apelo ao público.
Além da Rede Globo, atual detentora dos direitos de transmissão e Record, principal rival, a Rede TV também entrou na briga para transmitir o Campeonato Nacional de Futebol.
// UPDATE 23/02/11 - Entenda o caso: TV Globo x TV Record x CBF x Clube dos 13 x Times x Brasileirão x Título 87 x Taça das Bolinhas x $$$
O Corinthians quer maior autonomia para poder negociar os direitos de transmissão, reivindicando uma cota maior em razão da maior audiência que julga proporcionar à TV. Intransigente, o presidente Andrés Sanches, recusa-se a negociar com outros canais de TV aberta que não a Globo.
Derrotado na última eleição do Clube dos 13, Sanches é acusado por Fábio Koff, atual presidente do Clube dos 13, de querer fazer da disputa pelos direitos de transmissão dos jogos, um segundo turno da eleição para presidente da entidade. Na eleição do Clube dos 13, Sanches contou com o apoio do presidente da CBF, Ricardo Teixeira.
Um ato de Ricardo Teixeira passou a influenciar ainda mais o racha entre dois fortes integrantes do Clube dos 13. Após recusar-se por quase duas décadas a reconhecer o título da Copa União de 1987, vencido pelo Flamengo, um novo parecer jurídico surgiu fazendo com que a CBF reconhecesse o título nacional da equipe carioca, desagradando dirigentes do Sport, que passa a dividir o título nacional, além de reconhecer o Flamengo como o primeiro Pentacampeão Brasileiro. Desta forma, a Taça das Bolinhas, cedido pela Caixa Econômica Federal, deverá ser devolvida pelo São Paulo e entregue ao Flamengo.
Vale lembrar que Juvenal Juvêncio foi o principal aliado de Fábio Koff na luta pela presidência do Clube dos 13 e um dos principais desafetos de Andrés Sanches, que conta com o apoio da CBF e, por conseguinte, de Ricardo Teixeira. Com a decisão tomada por Teixeira, ele traz para junto de si, a presidente do Flamengo, Patrícia Amorim, que na última eleição do clube dos 13 era aliada de Fábio Koff.
Na última eleição do Clube dos 13, quando apoiou Andrés Sanches, Ricardo Teixeira contava com o apoio de Botafogo-RJ, Corinthians-SP, Cruzeiro-MG, Coritiba-PR, Goiás-GO, VITÓRIA, Vasco-RJ e Santos-SP. Recentemente, Teixeira passou a contar com o apoio de dirigentes do Flamengo, Fluminense, Grêmio e Palmeiras que votaram a favor dos interesses do cartola no Clube dos 13.
Se concretizada a divisão dos times em dois blocos, com contratos distintos com duas emissoras de TV, uma possibilidade cogitada por alguns clubes é a de que o clube mandante tenha sua partida transmitida pela rede com a qual mantém acordo. Situação descartada por Guerreiro, que alega: “legalmente, esse cenário não é possível, já que as duas equipes são “donas” da partida de que participam”.
Caso o racha se concretize, Guerreiro afirma levar a decisão ao CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), “que pode aplicar uma multa caso os clubes deixem a entidade”.
Logo após a CBF ter reconhecido o título de 87 do Flamengo, Patrícia Amorim afirmou que a partir de agora irá pensar apenas nos interesses do Flamengo e disse não achar justo o Flamengo ter o mesmo peso do Guarani-SP. A dirigente flamenguista não descartou a possibilidade de também desfiliar-se do Clube dos 13.
O Vitória ainda não está com uma posição definida em relação a quem deverá transmitir o Campeonato Brasileiro. O presidente Alexi Portela Júnior tem duas preocupações e, só após analisar as propostas dos interessados é que deverá optar qual a rede de TV contará com o voto do Vitória. Para o dirigente Vitoriano é importante que o valor repassado ao Vitória seja majorado consideravelmente, mas também que o abismo financeiro que separa o Vitória dos demais clubes do Sul seja diminuído. Desta forma, o Vitória terá maiores possibilidades de brigar por um título nacional.
Por: Michel Silva
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