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Entrevista do zagueiro Wallace: "O Barradão lotado é uma das coisas mais bonitas que tem"

Foto: Wallace - EC Vitória
Confira a entrevista do zagueiro Wallace do Esporte Clube Vitória, que saiu ontem (08/07/09) na seção Esportes do site Bahia Notícias. Por Felipe Esteves.

Bahia Notícias – Qual é o seu maior objetivo como jogador de futebol?
Wallace – Ah, eu tenho algumas pretensões na minha carreira. Ainda espero jogar em um grande time do mundo, ter meu futebol reconhecido por grandes clubes, criar uma carreira sólida e, com certeza, chegar à seleção. Meu primeiro objetivo foi cumprido, que era de chegar ao profissional no Vitória e me firmar na equipe titular. Não tenho um objetivo único, mas sim um conjunto de realizações que me deixariam satisfeito na minha profissão. Agora é continuar o trabalho com dedicação e ter fé que as coisas vão se realizando aos poucos.


BN – Conta como foi sua trajetória dentro do Vitória, desde sua chega até os dias de hoje.
Wallace – Na verdade, eu cheguei aqui através de um ex-jogador chamado Samarone, que me descobriu e me trouxe para fazer teste no Vitória. Fiz seis meses de avaliação, fui aprovado, mas na época eu atuava como volante e um treinador da base me colocou como zagueiro. Ao longo dos anos fui me firmando como zagueiro. Também teve uma época que eu estava indo embora do clube dispensado, mas alguns treinadores me seguraram e graças a Deus deu certo. Cheguei com 11 anos de idade e agora estou com 21. Passei por todas as categorias de base do clube e cheguei no profissional depois de muito trabalho. Se eu fosse agradecer a quantidade de pessoas que me ajudaram aqui dentro não iria dar tempo. Vive muitas coisa boas dentro desse clube e espero ter mais momentos assim pela frente.


BN – Como você vê a filosofia do técnico Carpegiani de utilizar muitos garotos da divisão de base no time principal e como é a relação do grupo de jogadores com o treinador?
Wallace – Ah, o Vitória sempre foi forte devido a sua base. As melhores campanhas do clube em campeonatos devem-se muito a divisão de base. Então, não podia ser diferente. Ele (Carpegiani) entendeu isso e está explorando essa grande qualidade que temos. Não são riscos que o treinador está colocando em campo, são certezas que cresceram no clube com muito trabalho, esperando a hora de entrar em campo pelo time profissional e ser recebido pela torcida. Acho que o trabalho dele está sendo exemplar. O técnico que trabalha no Vitória tem que ter a consciência que o clube tem a divisão de base como a grande força. Em relação a nossa relação com o treinador é a melhor possível. Ele é um ser humano de ótima qualidade, correto nas atitudes que toma e nos passa muito conhecimento. Dentro do grupo ele é muito querido, sem dúvidas.


BN – A sua amizade com o companheiro de zaga Anderson Martins sempre foi muito citada. Como e quando começou esse entrosamento e como é a relação de vocês até hoje?
Wallace – É, nos conhecemos aqui no clube e de lá para cá viramos grandes amigos e eu já o considero um grande irmão. Dos trinta garotos que entraram com a gente na época, só sobrou eu e o Anderson. Ao longo dos anos foi um cara que sempre me ajudou. Eu fui pai precocemente, com 17 anos e o Anderson foi um cara que sempre esteve do meu lado me apoiando e ajudando muito. Então, eu tenho um carinho muito especial e aprendo muito com ele a cada dia. O Anderson é um grande exemplo que eu espero sempre seguir. Hoje em dia estamos jogando no último estágio de categoria no clube, que é o profissional e continua a mesma coisa. Nos conhecemos muito dentro e fora de campo.


BN – Qual é a sua maior referência na posição de zagueiro e por quê?
Wallace – Eu gosto muito do Lúcio. Acho que ele tem uma grande postura em campo. Fora do país posso citar o zagueiro do Manchester Rio Ferdinand. O John Terry, da Inglaterra, entre outros. Gostos muito do estilo desses jogadores. Não que eu tenha as mesmas características deles. Os que eu citei, por exemplo, são zagueiros mais firmes, de área. Já eu costumo sempre sair mais com a bola e trabalhá-la melhor antes do passe, apesar de ainda achar que meu forte é mesmo a marcação. Faço as saídas porque é preciso.
Foto: Wallace
BN – A imprensa nacional ainda não considera o Vitória como um dos candidatos ao título do Brasileiro, ou até um time cotado para conseguir uma vaga na Libertadores. Até onde você acha que esse time pode chegar no campeonato?
Wallace – Eu acho que não podemos e nem devemos ficar preocupados com as opiniões sobre o nosso time. Os “achismos” sempre vão acontecer e isso é natural. O que temos que ter em mente é a nossa capacidade. Somos fortes e nosso time não deixa a desejar para nenhum no Brasil atualmente. Se mantivermos a seriedade e cobrança dentro do grupo, temos tudo para conseguir ótimos resultados. Eu sinto o grupo muito bem e focado. Estamos jogando fora de casa sem baixar a cabeça. Mesmo com as derrotas, estamos fazendo boas partidas fora e é assim que o campeonato vai andando. Em relação ao ano passado, estamos com uma postura bem melhor fora de casa e aqui dentro estamos fazendo valer o domínio. Então, se continuar assim temos tudo para brigar por Libertadores. Sabemos que existe grandes equipes: Inter, Grêmio, Cruzeiro, Palmeiras. Já jogamos com algumas, conhecemos elas e não tem nada de novo. Acho que com mais reforços para encorpar o grupo, tem tudo para dar certo


BN – O técnico Vagner Mancini começou a utilizar você como volante em algumas partidas e seu futebol agradou na posição. Como era para você jogar nessa posição? E como era sua relação com o ex-técnico Mancini?
Wallace – Na época do Mancini, eu estava prestes a ser emprestado, mas ele me viu nos treinos, gostou do meu futebol e pediu para eu ficar. Então ele começou a me dar oportunidade dentro da equipe principal. Me lembro que entrei como volante contra o Santos, fiz boa partida e ele me utilizou mais vezes. Nunca tive dificuldade nesta posição, até porque é um local de jogo que predomina muito o posicionamento. Então, não tem muito o que inventar. Era desarmar e dar o passe e isso eu fazia com facilidade. Mas eu ficava um pouco incomodado, pois tinha tempo que eu não jogava nessa posição, a última vez tinha sido no infantil. Assim, eu ficava um pouco receoso, mas conseguir ir bem, sem problemas. Mas eu gosto mesmo é de jogar lá atrás. Falando da minha relação com o Mancini, particularmente, é muito boa. Não tenho nada de mal para falar dele. É um grande profissional e um excelente técnico. Não tenho dúvidas que em pouco tempo ele estará sendo cotado com um dos quatro ou cinco melhores treinadores do Brasil.


BN – Logo que você subiu para o profissional, recebeu muitas críticas da torcida. Com o Anderson Martins foi a mesma coisa. Agora, os dois são titulares absolutos do time e a torcida vem adorando os garotos da zaga. Como você analisa a torcida do Vitória em relação aos jogadores da base que sobem para o profissional?
Wallace – Eu acho que depende muito de como o jogador se porta. A torcida muitas vezes é impaciente, mas em outras ocasiões também se mostra muito motivacional para os jogadores. A torcida do Vitória é, historicamente, uma torcida que cobra muito e a gente da base já foi preparado para isso. Mas depende muito de como o atleta recebe as coisas. O Anderson sofreu muito na época e eu via as críticas como injustas, muitas vezes vindo da imprensa. Ele era o jogador mais regular do time, mas os julgamentos só analisavam erros isolados. Mas também eu acho que o torcedor do Vitória tem mudado bastante. Há três anos atrás, eu não via os torcedores torcendo como hoje. Na final do baiano mesmo foi uma demonstração muito grande de apoio. Saímos para o intervalo perdendo por 2 x 0 para o Bahia, mas a torcida aplaudiu e jogou nossa moral lá em cima. Eu já estava esperando uma vaia absurda e fiquei surpreso. Na volta para o segundo tempo, conseguimos empatar e um dos grandes motivos foi o apoio da nossa torcida. O torcedor tem que entender que o Vitória se fez grande pela base e hoje eles são nossa grande arma, precisam estar do nosso lado. Não vou vir aqui e falar que tem que escalar o time todo da base, pois seria incoerência, mas o torcedor precisa ter mais paciência e antes de reclamar podia experimentar apoiar um pouco mais. Muitos talentos ainda estão por vir no Vitória.
Foto: Wallace
BN – Até onde você pretende chegar dentro do Vitória?
Wallace – Ah, eu tenho muitas metas. Se Deus permitir, ainda quero ser uma referencia dentro do clube. Referencia de ídolo mesmo. Lá fora, quando falar do Vitória ter meu sucesso vinculado ao sucesso do clube. Quero conquistar mais títulos, tenho pensado muito nesta Sul-Americana que está por vir, será muito importante para o clube e para nós disputar uma competição internacional. Então, eu tenho muitas metas ainda para atingir aqui dentro, mas de primeira posso dizer que estou pensando em brigar por uma vaga na Libertadores e quem sabe levar essa Sul-Americana.


BN – Como você define o perfil de trabalho do técnico Carpegiani e o que você acha que pode mudar na dinâmica realizada diariamente?
Wallace – A rotina é normal. Temos feito o trabalho correto, por isso que as coisas vêm acontecendo dentro de campo. Não tenho mito o que questionar. O estilo gaúcho dele é de muita cobrança, de sempre se questionar sobre os jogos que passaram e tentar mudar para o próximo. Para nós está sendo muito bom, pois passamos a nos policiar mais, nos cobrar mais. Eu mesmo me avalio muito para saber o que posso mudar. Então, vejo o perfil dele com um grande conhecedor do futebol que está nos ensinando muito. Não tenho nada a citar como mudança no trabalho.


BN – E o grupo que hoje está aí é unido? Como é a relação interna?
Wallace – Sem dúvida! Dos três anos que estou no profissional vi grupos muito fortes e esse vem me chamando a atenção pela boa amizade que existe, tanto de quem está jogado, como de quem está na reserva. Já somos um grupo bastante fechado e unido, diferente do final do ano passado, quando começou a ter problemas, mas também é normal. Quando se começa a vencer os egos se inflam, a vaidade fica aflorada, a soberba... Então, temos que ter cuidado com essas coisas para poder ir longe.


BN – Até o pênalti cometido na partida contra o Flamengo, você só tinha uma falta no campeonato e as comparações com o Gamarra foram inevitáveis. A questão de chegar sem falta é um pedido do técnico ou você vem se esforçando para não cometê-las?
Wallace – Eu até nem gosto da comparação com o Gamarra, até porque ele já ganhou muita coisa e eu estou só começando. Não que eu fique pensando em não fazer falta. Chego sempre firme na marcação e procuro me antecipar, assim, miniminizo erros como deixar o atacante virar para bater ou arriscar o drible e chegar à área. No lance do pênalti foi exatamente o que não consegui fazer. Deixei o atacante virar e acabei cometendo a falta.


BN – Como vocês vêm enfrentando as criticas de ser um time ainda muito imaturo?
Wallace – Acho que as pessoas confundem idade com maturidade. Eu mesmo me acho muito maduro para idade que tenho, vivi muitas coisas desde jovem, sair de casa muito cedo e no futebol não foi diferente, já passei por muita coisa. È assim que também vejo os outros da base que estão no time. Não vou dizer que sou um jogador experiente, mas imaturo eu posso afirmar que nosso time não é. Os erros que aconteceram em alguns jogos não foi fruto de imaturidade e sim de erros que acontecem e têm que ser corrigidos. Acho que o empenho pode encobrir qualquer suposta imaturidade e isso nós temos de sobra.


BN – Até hoje, qual foi sua maior alegria na trajetória profissional?
Wallace – Ah... profissional... acho que ser tricampeão baiano foi muito gratificante. Da forma que o título foi, né? Eu dentro de campo estava quase enfartando. Foi muito marcante para o Vitória e para mim. Foi o terceiro título que ganhei no profissional e o considero o mais marcante mesmo.


BN – Deixa um recado para o torcedor rubro-negro que lê o Bahia Notícias.
Wallace – Espero que o torcedor compareça sempre no Barradão, que é nossa casa e a torcida sempre nos ajuda muita a superar os adversários. A torcida do Vitória é muito forte e tem vindo mais ao estádio e isso me deixa muito alegre, pois tenho um carinho muito grande pelo clube. Esse clube me formou como homem, como atleta, como pai, como amigo, então, todo meu caráter foi formado aqui dentro e eu tenho um amor muito grande pelo Vitória. Ao longo dos anos eu me tornei mais um torcedor do Vitória e tenho muito orgulho disso. Gosto de todos que trabalham aqui e quem vem de fora sempre fala muito bem do Vitória. Sofro duas vezes quando o nosso time perde e fico muito feliz quando ganhamos. Então, sempre peço à torcida que esteja sempre junto ao clube para nos tornarmos cada vez mais fortes. O Barradão lotado é uma das coisas mais bonitas que tem.

Link da entrevista: BahiaNotícias.

// Leia outras entrevistas de pessoas ligadas (ou não mais) ao EC Vitória
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Comentários
3 Comentários

3 comentário(s):

Anônimo disse...

Lucas

Meu muito obrigado pelo banner

Gostei muito!

Mauricio

Lucas Serra disse...

Por nada Maurício.

Lucas Serra disse...

Rapaz, olha que coisa interessante:

"Mas também eu acho que o torcedor do Vitória tem mudado bastante. Há três anos atrás, eu não via os torcedores torcendo como hoje. Na final do baiano mesmo foi uma demonstração muito grande de apoio. Saímos para o intervalo perdendo por 2 x 0 para o Bahia, mas a torcida aplaudiu e jogou nossa moral lá em cima. Eu já estava esperando uma vaia absurda e fiquei surpreso. Na volta para o segundo tempo, conseguimos empatar e um dos grandes motivos foi o apoio da nossa torcida."

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