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Entrevista com Mauro Fernandes, técnico do Vitória

Mauro FernandesEntrevista com o técnico do Esporte Clube Vitória, Mauro Fernandes, publicado no site Bahia Notícias.

Bahia Notícias - Mauro, você ganhou fama como treinador, mas antes disso você também atuava nas quatro linhas. Conte um pouco sobre sua trajetória como atleta.

Mauro Fernandes – Eu joguei em vários clubes do futebol brasileiro. Comecei minha carreira no Corinthians, em São Paulo, e tive passagem por vários outros clubes. Também tive oportunidade de jogar no exterior. Atuei na Grécia, no México e aos 32 anos parei de jogar, no momento eu atuava pelo Auto-Esporte, de Alagoas, que foi onde encerrei minha carreira e um mês depois fui convidado a dirigir este mesmo clube, iniciando minha trajetória como treinador.

B.N – Qual foi o verdadeiro motivo de sua saída do Vitória em 2007, logo após ter levado o clube à série B do Campeonato Brasileiro?

Mauro Fernandes – Eu assumi em 2006 e fui embora em 2007. Eu cheguei no Vitória em uma situação muito difícil. Nós éramos o último colocado na última fase de classificação para o octogonal da série C. O time tinha quatro jogos pela frente e não podia perder nenhuma das partidas, sobre o risco de estar eliminado da competição e fadado a disputá-la de novo no ano que chegara. E naquela situação, nós conseguimos vencer três partidas, sendo duas fora de casa e empatamos a outra, terminando a fase em primeiro lugar. Chegamos ao octogonal e classificamos para série B, com três rodadas de antecedência. No ano seguinte eu dei seguimento no trabalho. Começamos o Campeonato Baiano com uma boa vantagem sobre o Bahia, nosso maior rival. Mas o que eu havia construído foi interrompido. A saída até hoje não foi muito bem explicada, mas isso é coisa do passado. A prova de que eu fiz um bom trabalho no Vitória é esse meu retorno. Estou bastante satisfeito e entusiasmado com a volta e espero fazer aqui um grande trabalho para alcançar um objetivo que eu tinha naquela época, que era de levar o Vitória à série A e posteriormente a uma Libertadores da América. Graças a Deus o Vitória já conseguiu sua vaga na elite do futebol, agora o trabalho será voltado para a continuidade do passado, que é de chegar à Libertadores, o meu maior sonho.

B.N – Você sempre demonstra em entrevistas o prazer de trabalhar no Vitória. Qual o grande fator que torna a rotina do clube tão agradável?

Mauro Fernandes – A minha relação dentro do clube é muito boa e isso é comum nos outros clubes em que eu passei. No Vitória, em especial, tenho boas relações do presidente até o porteiro. Sou humilde e simples no meu cotidiano. Então quando se é querido em um determinado lugar, você é sempre chamado para voltar e eu sei que tem muita gente feliz com minha volta. É da mesma forma que eu me encontro de estar aqui, muito satisfeito. Eu chego pela porta da frente saio pela porta da frente. Em 90% dos clubes que eu trabalhei eu já voltei uma vez. Acho que isso se deve a autenticidade que eu imponho no meu trabalho.

B.N – Muita polêmica foi difundida entra a torcida e imprensa, quando anunciaram sua volta. O que mais se dizia era que o Vitória precisava de um nome de peso no comando da equipe. Como você vem encarando essa desconfiança com o seu trabalho?

Mauro Fernandes – Quem estava esperando um técnico de peso pode ficar tranqüilo. Eu tenho 1,85m e 87 kg, portanto sou pesado. Em relação ao trabalho, eu acho que essas pessoas que questionaram minha capacidade, não conhecem meu histórico dentro do futebol e o que eu fiz pelo Vitória. A minha porcentagem em jogos no vitória, com relação a resultados negativos, é muito pequena para alguém duvidar de qualquer coisa. Tenho certeza que vou fazer um grande trabalho aqui, e não estou falando isso para agradar ninguém, porque eu não preciso. Os resultados nos clubes em que trabalhei já falam por si só. Só quero fazer tudo com a mesma honestidade que fiz aqui e nos outros lugares que passei. Eu só espero dar alegria a essas pessoas que duvidam ou duvidaram do meu trabalho.

B.N – Qual a principal deficiência no elenco do Vitória de hoje?

Mauro Fernandes – Ah, isso vai ficar guardado comigo e nós vamos procurar corrigir as deficiências que existem no dia-a-dia.

B.N – Como é sua relação com a diretoria para pedir reforços? Tem algum jogador em mente que você pretende trazer ainda para o Baiano?

Mauro Fernandes – Tenho uma boa relação com a diretoria nesses assuntos. Isso também faz parte na profissão do técnico, sempre orientar a diretoria em relação a contratações. Dessa forma eu vou procurar estar sempre em conversa com a diretoria para ver o que é melhor para o Vitória. A princípio eu ainda estou em fase de conhecimento do elenco, mas quando eu avaliar alguma deficiência no time pode ter certeza que vamos nos movimentar para trazer jogadores. Pela qualidade que o Vitória tem, não podemos ser desatentos nesse ponto, pois se errarmos estaremos perdendo tempo e dinheiro. Em relação a algum nome, estamos analisando friamente, já que não se tem nenhum desespero imediato em contratação e assim é bom, que analisamos mais e temos menos chances de errar no futuro.

B.N – Vem se falando muito na imprensa que o Bahia hoje é o favorito para abocanhar o titulo baiano de 2009. Você concorda com isso e como você acha que o grupo vem enfrentando esse “favoritismo”?

Mauro Fernandes – Nenhum time é favorito contra o meu! A partir do momento que alguém é favorito contra mim, eu já estou sendo derrotado. Nós respeitamos a equipe do Bahia, pela tradição e pelos jogadores que estão lá hoje, mas o campeonato está muito equilibrado, o Bahia está com uma cara nova e temos que ter cuidado com isso. No futebol ninguém ganha nada de véspera, então tem que trabalhar e deixar que cada um pense como quiser, no final teremos o resultado.

B.N – A exemplo de Marquinhos e Williams, que se destacaram no ano de 2008. Dentre os jogadores prata da casa do Vitória, quais você pode apontar como futuros promissores para o clube nesse ano?

Mauro Fernandes – Todos eles terão oportunidades de se destacar. O próprio Marquinhos treinou pela primeira vez no profissional comigo, tinha 16 para 17 anos e era um jogador que a gente apostava pelo potencial observado. E é assim que acontece. Naturalmente vamos dando as oportunidades e agarra ela quem tem mais vontade. O importante é vestir a camisa do Vitória e honrá-la. Saber que se o time vai bem, ele também vai bem.

B.N – O volante Ramirez estava esquecido no antigo comando do Vagner Mancini. Com você a frente do time o volante já teve mais oportunidades. O que você acha desse jogador?

Mauro Fernandes – Subiu comigo aqui também. Sempre vi potencial nesse jogador e ele vai ter oportunidade enquanto merecer. Acho que esse caso serve de estimulo aos outros jogadores da divisão de base ou do profissional, saberem que vão ter uma chance. Os jogadores aqui são sempre bem analisados, nessa sexta-feira, após o jogo em Itabuna, os jogadores que não atuaram fizeram coletivo com a equipe de juniores e eu estava observando tudo, principalmente os mais novos, pois é necessário valorizar aquilo que é do Vitória.

B.N – Você acha compatível colocá-lo no meio com Vanderson, já que os dois cumprem papeis parecidos dentro de campo?

Mauro Fernandes – Eu acho até que as características deles são diferentes. Mas isso depende muito, depende qual será a partida e a estratégia a ser adotada. Se tiver que colocar os dois, eu estarei fazendo sem sombra de dúvidas, até porque são jogadores que dão muita tranqüilidade ao sistema defensivo da equipe.

B.N – Quando surgiu a notícia de que Vagner Mancini estaria saindo do Vitória, Jorge Sampaio e Alexi Portela afirmaram que não tinham nenhum plano B para contratações. Em que momento que a diretoria entrou em contato com você para acertar sua volta?

Mauro Fernandes – A minha volta para o Vitória eu sabia que ia acontecer. Não tinha idéia de quando, mas eu sabia que eu voltaria, pelo trabalho que realizei aqui. E assim que aconteceu, a saída do Mancini foi anunciada em uma sexta-feira e imediatamente a diretoria me ligou, começou um contato comigo e no domingo nós chegamos a um acerto. Eu fiquei muito honrado pelo convite e satisfeito de voltar ao clube onde deixei um trabalho no meio sem poder terminá-lo.

B.N – Você volta para um Vitória bem diferente daquele de 2006. O que você percebe que ainda pode melhor no clube para se tornar um dos grandes do Brasil?

Mauro Fernandes – Com relação à estrutura eu me ausento. Mas em relação ao time, eu acho que falta uma Libertadores. Tem muito tempo que o Vitória não disputa uma competição desse nível, apesar de que nesse ano vamos para uma sul-americana, mas a Libertadores é, realmente, o maior status para os clubes sul-americanos.

B.N – Como técnico, qual foi sua maior alegria e a maior frustração, de toda a carreira?

Mauro Fernandes – Como técnico eu tive tantas alegrias. Eu tenho 14 títulos, um cara que tem esse histórico é feliz. Mas as frustrações não são muito observadas, eu as tenho a cada jogo que eu perco. Eu sou um péssimo perdedor. Talvez quando perdi títulos, quando não fui reconhecido dentro da profissão, isso causa tristeza, mas estamos aqui para conviver com isso, que faz parte da profissão de todo treinador.

B.N – Como é o Mauro fora dos gramados? O que mais gosta de fazer quando tem uma folga?

Mauro Fernandes – Assistir filme, novela, teatro. Ficar em casa, já que eu nunca fui um cara da noite. Mesmo quando era mais jovem, sempre fui tranqüilo, não bebo, não fumo, mas gosto de namorar bastante.

B.N – Você ainda vê um futuro longo dentro do futebol? O que pretende fazer quando parar?

Mauro Fernandes – Sentar em uma cadeira, contar para os meus netos todas as tristezas e alegrias que eu já tive no futebol e procurar algo para fazer. Eu ainda não pensei nisso, não tenho uma data em especial para parar, mas quando isso acontecer, quero olhar para atrás e me orgulhar de tudo que fiz. Eu quero que as pessoas lembrem de mim como um cara que pautou seu trabalho na honestidade, simplicidade e, além de tudo, em uma perseverança muito grande nas coisas. E até hoje na minha carreira ninguém pode dizer o contrário disso.

B.N – Qual a mensagem que você pode deixar para o torcedor rubro-negro que lê o Bahia Notícias?

Mauro Fernandes – Que o Vitória possa dar muita alegria ao seu torcedor. Eu estou muito otimista e espero que o torcedor esteja do mesmo jeito. E que aqueles pessimistas, eu espero que no final de tudo, eu possa fazer com que mude a maneira de pensar e me veja com outros olhos; como um treinador que vai continuar dando alegrias a eles, como eu já dei.

Texto e fotos: Felipe Esteves. Link da entrevista.

Conheça um pouco mais de Mauro Fernandes.
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Comentários
2 Comentários

2 comentário(s):

Lucas Serra disse...

Mauro Fernandes passa muita confiança nas palavras. Realmente veio continuar um trabalho sério quando deixou o clube.

Boa sorte Mauro!

Anônimo disse...

humilde,talentoso,sério e autentico.combina com nosso vitória
boa sorte

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