Cadastre seu e-mail para receber notícias do Vitória

Você receberá um e-mail com um link, clique nele para ativar e confirmar sua inscrição. Caso não tenha recebido, cadastre-se novamente.

[Entrevista] Ricardo Silva: "Ser auxiliar técnico de um grande clube como o Vitória é um orgulho"

GLOBOESPORTE.COM: O que tem achado da experiência proposta por Carpegiani de revezar com você na beira do campo?
Ricardo Silva: Sem problema nenhum. O professor faz a preleção e dá muitos trabalhos táticos durante a semana. Eu estou sempre acompanhando. Eu fico lá, tranquilo. Ele é o treinador. Eu e Rodrigo (Rodrigo Carpegiani, filho e auxiliar de Paulo César Carpegiani) passamos para os jogadores. É a maneira de trabalhar, mas ele é o treinador e pode ir para o banco também. O que a gente sempre procura fazer é o melhor para o Vitória.

Qual a diferença de comandar o time na Série A e na Série B?
Ricardo Silva: A Série B é muito mais correria. Você tem que jogar sempre com mais determinação. Tem muito mais marcação. É muito jogo de choque. Os campos, em alguns locais, não são tão bons quanto os da Série A e a gente tem que suprir tudo isso. Na Série A são times que jogam e deixam jogar. Aí vai sobressair mais a qualidade do jogador. Na Série B, o que sobressai é a parte física do jogador. Quem tiver qualidade com uma parte física boa vai sobressair mais.

Dos treinadores com quem você já trabalhou, qual te ensinou mais?
Ricardo Silva: Trabalhei com diversos técnicos. A gente aprende alguma coisa com todos. Trabalhei em cinco clubes com o Joel Santana, como auxiliar dele. Trabalhei também com Mancini (Vágner Mancini, atualmente no Sport), aqui no Vitória, e é a segunda vez com Carpegiani. Uns a gente fica mais perto e aprende mais. E esses foram os que eu estive mais perto.

Em quem se inspira quando tem que comandar o Vitória?
Ricardo Silva: Eu me inspiro mais em mim mesmo. Procuro ser eu, ser verdadeiro com o jogador. Ser parceiro deles, se tiver que dar uma dura, eu dou. Procuro sempre jogar com a verdade. Não adianta o jogador jogar mal e eu falar que jogou bem. A gente tem que cobrar sempre o jogador e elogiar quando tiver que elogiar. O jogo começa a se ganhar sempre um dia depois do jogo anterior.

Você foi interino do Vitória quatro vezes e efetivado uma, quando levou o Vitória ao vicecampeonato da Copa do Brasil em 2010. Como é esta situação para você?
Ricardo Silva: Eu tenho capacidade de ser treinador e quero ser treinador. Hoje sou funcionário do Vitória e estou aqui. Com qualquer treinador que eu trabalhe, eu trabalho com honestidade. Não me sinto incomodado. Ser auxiliar técnico de um grande clube como o Vitória é um orgulho. Sou amigo de todo mundo aqui, o presidente sempre me trata bem. Às vezes o pessoal diz que eu sou um pouco 'bombeiro', mas eu me considero um funcionário do clube. Sempre que precisar de mim estarei aqui e vou procurar fazer o melhor.

Qual foi o segredo daquela campanha da Copa do Brasil?
Ricardo Silva: O segredo foi estudar os adversários. Toda vez que jogava contra os adversários, desde a derrota para o Corinthians-AL, por 3 a 1, eu estudei o adversário e sabia como ia ganhar deles dentro de casa. E ganhamos. Depois fomos lá fora e ganhamos do Náutico por 1 a 0. Aqui dentro de casa eu já sabia como íamos jogar. Na Copa do Brasil é muito importante estudar o adversário no primeiro jogo, seja onde for. Se você perde, o adversário vai vir da mesma maneira. Aí você já sabe como ele vai jogar e ganha dele. Contra o Santos, foi a final, foi um jogo difícil e perdemos lá, na partida de ida. Mas aqui nós ganhamos (relembre no vídeo acima). Quando o adversário ganha, sempre repete a mesma equipe, as mesmas jogadas.

Quando ele perde, muda um pouquinho. O segredo foi esse: estudar bastante os adversários.
Ainda pensa em ser realmente treinador?
Ricardo Silva: Eu sou treinador. Em minha cabeça sou treinador. Mas, para aceitar uma proposta assim, tem que ser para um clube estruturado, que me dê condições de trabalho. Não vou sair de um clube que me dá confiança e que confia muito em mim para ir assim... O importante é ter estrutura de trabalho.

Então foi essa questão da estrutura que pesou quando recebeu, em 2010, o convite do então Grêmio Prudente (atual Grêmio Barueri) e preferiu ficar no Vitória?
Ricardo Silva: Não. Olha, a proposta do Barueri foi o seguinte: eu sou funcionário do Vitória, estava de férias e me fizeram a proposta do Barueri. O treinador do Vitória era Toninho Cecílio. Eu saí para ir para o Barueri e, quando cheguei em São Paulo, Cecílio estava de saída do Vitória. Quem vinha para cá era Toninho Cerezo, e quem estava me levando para o Barueri disse que eu não poderia levar ninguém da comissão. Eu teria um salário e, se quisesse levar alguém, teria que pagar com o meu salário, mas era um salário três vezes maior do que o que eu ganhava no Vitória. Só que nesse momento, Cerezo veio para cá. Quando ele veio, eu seria o primeiro auxiliar dele.

O presidente do Vitória me ligou, falou que eu ia ganhar um aumento. O salário seria um pouco menor do que eu receberia no Barueri, uma questão de R$ 15 mil, R$ 10 mil. Além do presidente, Cerezo me ligou também. Ele é um amigo meu, jogamos juntos no Atlético-MG, e ele me pediu para vir ajudá-lo.

Em 99 (na primeira passagem de Toninho Cerezo como treinador pelo Vitória), eu tive uma conversa com ele, e ele me trouxe. Então eu tinha uma dívida com um amigo meu. A pedido de Cerezo e do presidente, optei por voltar ao Vitória. Quando você é funcionário, para sair, tem que pagar aviso prévio e um monte de coisa. Isso só vale se for ganhar bem mais. Eu voltei e Cerezo, por problemas particulares, não veio. Então eu assumi o time e ainda fui campeão do Nordeste em 2010. As pessoas pensam: ‘Ah, ele não quer ser treinador’. É claro que eu quero. Mas não foi uma questão de o Barueri ter estrutura. Um time do futebol paulista sempre tem estrutura. A questão foi o pedido de um amigo meu e da presidência, que não me liberou mais.

Você lembrou que, em 99, trabalhou com Cerezo no Vitória. No ano anterior, como auxiliar, você foi campeão baiano com o Bahia. Como foi essa mudança?
Ricardo Silva: É verdade. Deixei muitos amigos no Bahia, onde eu estava com Joel Santana. Quando a gente troca assim, a gente tem carinho pelo clube que passou. A torcida do Bahia me respeita até hoje. Eu achei até legal que, no último Ba-Vi, eu fiquei embaixo da torcida do Bahia e ninguém me xingou, ninguém me perturbou. Onde a gente passar, tem sempre que deixar essa porta aberta.

Com esse bom relacionamento, aceitaria uma proposta do Bahia para ser treinador?
Ricardo Silva: Eu sou profissional. Estou feliz aqui no Vitória. Nunca pensei nisso, não. Você me pegou de surpresa com essa pergunta... (risos). Estou feliz no Vitória e meu primeiro objetivo é levar o clube para a Série A. Depois a gente vê o que vai acontecer.

Para colocar o clube na Série A, o que aprendeu em 2011 para ajudar este ano e conseguir o acesso?
Ricardo Silva: Muitas coisas. Nessa rodada no ano passado, a gente tinha sete pontos. Hoje temos 13. Na décima a gente tinha 17 e estávamos em quinto lugar. Hoje a gente pode chegar com mais pontos. O que a gente aprendeu é que tem de pontuar desde o início. O início da Série B é muito importante. A gente tem que colocar a sandália da humildade e trabalhar cada vez mais. Quando a gente colocar na cabeça que cada jogo é uma decisão, a gente vai chegar na Série A. (Entrevista - Raphael Carneiro / GloboEsporte)
__________
Comentários
4 Comentários

4 comentário(s):

jaguaraci pereira dos santos disse...

olha gostei muito da entrevista de ricardo silva . mais queria dizer que nao tem motivo pra eles afasta geovani do time . foi jogador que mais a judou vitoria nessa luta de 2011a 2012. agora o rapaz e esquesido ele e grade jogador e tem lugar nesse time

Anônimo disse...

Ricardo Silva é um daqueles profissinais que veste de corpoe alma a camisa do time. Quem não se lembra de Gaguinho no Vitória? Ricardo Silva, além de um ser um funcionário dedicado é um profissional que já demonstrou a sua competência. Como técnico está acima de muitos que passaram pelo Vitória (Geninho, Cereso). Embora pouco reconhecido por um segmento da torcida tem sido o salvador de muitas situações difíceis do clube. Ele merece o nosso respeito e adimiração. Alguns pedidos: i) considerar Geovani como um dos profissionais úteis do time. ii) colocar um goleiro mais eficiente do que Douglas que sai mal do gol e falha na hora que não pode falhar - o goleiro do Vitória da Conquista é melhor do que ele; iii) treinar os cruzamentos de Nino Paraíba; iv) promover, na medida do possível, craques dos juniores como Artur Maia e Mineiro. v) não insistir com jogadores meeiros como Xuxa, Leilson e Adeilton. Boa sorte grande técnico Ricardo.

Castro

didi disse...

Ricardo Silva, meus parabéns, você é um dos meus, que não vê o dinheiro como a causa primária de todas as coisas, e sim o seu bem estar e de todos que lhes rodeiam, principalmente a vossa família, é o que importa irmão, moral, pé no chão sabendo que o momento designado é o momento e nos apanha de surpresa, desde que estejamos lutando com lealdade, sabendo que o feijão com arroz é o básico o demais que venha como benção. Que esta força maior que denominamos Deus continue abençoando a você e a todos numa aura de fé constante.

Anônimo disse...

Torcida sem aspirações, parabenizar Ricardo Silva por esta imbecil entrevista é absurdo.
Pra mim um idiota e um dos responsáveis por este time não ganhar nada, porque titulo regional não da status, só pseuda hegemonia, nada mais que isto

Postar um comentário

Siga o ECVitóriaNotícias no Twitter: @ecvnoticias

Últimas notícias

Postagens populares (última semana)

Postagens populares (últimos 30 dias)

CAMPEONATO BRASILEIRO 2014 (28ª rodada)

Jogo ao vivo: Sport x VITÓRIA .


Dia: 12/10/14 (domingo)

Horário: 18:30h (hor. de Brasilia)


Links das rádios/tv na web:


Rádio Metrópole 101,3 FMRádio Transamérica 100,1 FMRádio TudoFM 102,5Rádio Itapoan 97,5 FMRádio CBN 100,7 FMRádio Sociedade 740 AMRádio Excelsior 840 AM