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Eu quero é PAZ! Por Larissa Dantas.

A primeira vez que pisei num estádio foi na Fonte Nova por ocasião da final do Campeonato Brasileiro de 93. Vitória e Palmeiras se enfrentavam e meu pai, tricolor, havia me levado pros camarotes do estádio. Naquele instante de futebol eu entendia pouco, mas pra mim já era absolutamente normal ver torcedores trajados com camisas daqueles dois times diferentes.

Na segunda vez que fui ao estádio foi num baVI do ano seguinte. Meu pai, forçando uma barra pesada pra me transformar numa criança infeliz, me levou para as cadeiras especiais do lado de três cores. Meus olhos inocentes, mas vivos de uma criança, só conseguiam se encantar com o lado rubro-negro da força que ficava do meu lado esquerdo. Nem para o jogo eu olhava, só me encantava com a festa que a torcida do Vitória fazia com suas cores fortes e vibrantes, espalhando papel picado branco para o céu e incentivando seus 11 jogadores que envergavam seu manto. Por essas e outras que digo que o Vitória me escolheu e não o contrário.

Ou seja, eu sou jovem, mas “idosa” o suficiente para ser da época que existia torcida mista (por onde já andei por uns dois ou três jogos quando fui com amigos de mau gosto). Sou “idosa” o suficiente para saber os reais motivos da existência de uma agremiação, dos reais motivos de porque o futebol é tão apaixonante.
Simples. Como o futebol. Simples. Como a rivalidade. Não existe futebol sem dois lados, sem dois times, sem dois técnicos, sem duas torcidas. Não existe futebol para um só ver. Futebol é algo universal e a rivalidade alimenta essa universalidade.

Será mesmo que é sadio ir pro Barradão ver seu clube jogar e olhar para um canto e não ter uma moquequinha pra zoar? Será mesmo que é certo ir pro Metropolitano e, em menor quantidade, fazer mais zoada que a torcida do rival? Será mesmo que é sadio não encontrar seus amigos do lado de fora do estádio, tomar aquela geladinha antes de entrar, fazer e receber “bullying” futebolístico?

Não. Não adianta a Polícia dizer que não tem competência para administrar o caos que a rivalidade gera somente dentre os marginais. Não adianta o presidente cabelinho do tricolor se aproveitar de uma momentânea e passageira melhor fase para se mostrar a favor de jogos de torcida única. Não adianta a Polícia, o Ministério Público, a Federação e os clubes se mostrarem frágeis e praticamente darem seus atestados de incompetência na gestão de um clássico. A violência dentro e fora dos estádios deve ser tratada como crime e não como algo natural por ser “coisas do futebol”. Não podemos nunca deixar que uma minoria, que se aproveita de qualquer rivalidade, acabe ruindo o que move o futebol, a razão de ser, o espetáculo.

Eu sou jovem, mas posso usar a expressão de que “eu sou do tempo” em que baVI era de paz e era tratado como o melhor clássico do Brasil simplesmente porque suas torcidas conseguiam conviver nessa paz, em harmonia, fazendo o sucesso desse jogo chamado baVI.

Querem destruir o brilho do espetáculo com conversinha mole de torcida única em cada estádio numa possível final do campeonato baiano. Querem fazer com que Salvador e a Bahia sejam reconhecidas pelo retrocesso, onde o medo tomaria conta do futebol, onde as famílias seriam falsamente protegidas com atitudes como essa que agem somente na consequência e não na sua causa. Querem aproveitar um momento para mudar uma história bela. Pois bem…se querem assim então marquem o jogo com portões fechados ou em Manaus. Mas sabem por que não fariam isso? Porque doeria nos bolsos de cada clube. Então o problema não está em prevenir violência. Hipocrisia pura!

Se cada um desse estado democrático de direito cumprisse seu dever não estaríamos aqui, aqueles que seriam os mais afetados com tal decisão, ou seja, os inocentes da história, pagando pela mediocridade de alguns, pela falta de educação e segurança que o Estado nos impõe.

Lamentável se tal decisão seguir adiante. Mais lamentável ainda as desculpas utilizadas para justificar tal decisão como se essa decisão tivesse justificativa. Eu quero é paz, mas pra vir a paz eu não tenho que ir pro estádio sozinha, porque meu rival não é meu inimigo. Pelo contrário, eu adoro tirar um sarro dele.

Lamentável também será ver os jogadores do leão dando volta olímpica num estádio entregue às moscas!

Saudações leoninas.

Por: Larissa Dantas (Blog do ECV no GloboEsporte)
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Comentários
6 Comentários

6 comentário(s):

CARLOS DE SENA disse...

Concordo plenamente, Larissa, se for para ter só uma torcida no estádio, que o time jogue sozinho, sem adversário e no final dos noventa minutos sai vencedor aquele que conseguir marcar mais gols.
A essência dos clássicos é a disputa saudável entre as torcidas, a festa que cada uma faz.

Murilo Almeida Batista disse...

meu primeiro jogo também foi na final de 93.
e já pensou? na final nosso Leão não ter com quem comemorar o título? a gente esperando o time sair na paralela pra comemorar? kkkk
ainda bem que vamos poder estar lá!!

Anônimo disse...

larissa tenho saldade daquele time de 93 era correria com tecnica a torcida de ambas dava o brilho na arquibancada classico sem as duas torcidas nao e futibol um grande a braco rubro negro voce ja nasceu vitoria tenho 50 anos ja nasci vitoria tambem

Carlos Garcia disse...

Parabéns pelo equilibrio e pelas palavras , tb já nasci rubro-negro, o que acontece é que na minha epoca( sou de 1964) eramos os sofredores os que eram gozados e tinhamos que aceitar as derrotas (e muitas eram no roubo)e pronto , aprendemos e crescemos e nos fortalecemos com tudo que passamos... e eles que apenas sabiam ganhar . Eu pergunto por que antes não existiam tanta violencia e acontece agora.... é simples a verdade esta nas estatisticas e nos campeonatos que ganhamos nos ultimos anos.... Saudações Rubro-Negras.

Iraci Teixeira disse...

Larissa, concordo com tudo que você escreveu. Empregou as palavras de forma bastante equilibrada. Sinto saudade de tanta coisa boa do nosso querido Vitória. Lembro com emoção do campeonato onde o rival foi ao nosso santuário com grito de guerra "Eu acredito",. e no final nós torcedores guerreiros do Leão saímos vencedores e devolvemos para o rival que nada podia fazer, o grito de guerra "Eu acredito", na maior gozação, e sem violência.
Parabéns pelo seu texto. Saudações rubro-negras.

Anônimo disse...

CONCORDO.

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