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O Vitória e a vaga na Libertadores

Objeto de desejo para muitos e ao mesmo tempo objeto de escárnio para outros, afinal, o que significa essa tal de “vaga na Libertadores”

A primeira resposta é mais que óbvia, naturalmente, é o ingresso para disputar a mais importante competição continental do lado de cá do Atlântico. Se o dinheiro é pouco e o sofrimento é grande, grande também é o prestíigio e o sentimento de (palavra meio perigosa, mas vamos lá) realização que têm os torcedores quando veem seus times na disputa da Copa.

A “vaga na Libertadores” tem outro sentido, também, tão ou mais importante que simplesmente chegar lá e disputar. Conquistar um título é bom demais, seja ele do torneio amistoso de verão em Vila Xurupita ou em Amsterdã, do torneio estadual ou da Copa do Brasil, do Brasileiro ou da Libertadores ou do Mundial de Clubes. Essa é a meta de todo time, mas é muito frequente pessoas e organizações se perderem completamente no afã enlouquecido e obsessivo de conquistar títulos.

Um título não se conquista no papel, de forma planejada, esquematizada, toda bonitinha. Tampouco se conquista sem um ótimo planejamento, isso é cada vez mais claro hoje.

Ué, mas que contradição é essa?

Não há contradição. Conquista título quem participa de competições seguidamente. Jean Pierre Aulas disse que seu Lyon vai ter mais e mais chances de ser campeão da UEFA Champions League, como nessa temporada em que chegou tão perto, pelo fato de durar, de estar presente na competição. É o que disse ontem um dirigente brasileiro:

“Temos que manter a regularidade, fazer boas campanhas sempre, que uma hora nossa chance vai chegar.”

Isso foi dito por Mauro Galvão, superintendente de futebol do Vitória, a respeito da presença do clube na Copa Libertadores, em entrevista ao GloboEsporte – clique aqui para a íntegra da matéria. Segundo o ex-zagueiro, um dos mais clássicos e elegantes que vi atuar, disputar uma vaga na competição continental é o passo necessário a ser dado pelo Vitória nesse momento de sua vida. Algo bastante lógico, já que em termos regionais o clube alcançou os horizontes possíveis. Essa é uma visão correta e animadora e que traz em seu bojo uma presença mais regular e positiva no Campeonato Brasileiro, buscando campanhas cada vez melhores.

O torcedor pode pressionar por títulos já e agora, em todos os torneios possíveis, mas o dirigente precisa ter os pés no chão e saber como está sua equipe, qual seu estágio real de desenvolvimento e suas possibilidades. Se o torcedor não se satisfaz com nada menos que a conquista do campeonato, o dirigente, pensando a curto, médio e longo prazo sabe que precisa estruturar sua instituição e mantê-la presente de forma consistente nas disputas. Um título, dois, três ou mais, serão sempre decorrência de um bom trabalho e não de uma obra do acaso.

Com 14 títulos estaduais nos últimos 20 anos, fica claro que o Vitória está mais do que estruturado regionalmente. Até 1970, isso já seria mais que suficiente para os clubes de todo o Brasil, cada qual satisfeito em seu estado, saindo vez ou outra para a Copa Brasil, na maioria dos casos a contragosto.

Todavia, mudou o mundo, mudou o Brasil, mudaram nossas vidas e, principalmente, mudaram nossa visão e nosso sentimento de mundo.

No futebol do Brasil, em termos práticos, isso significa que as Copas Libertadores e Sul Americana – quem sabe agora mais valorizada – devem ser os horizontes a serem alcançados. Significa que ser campeão brasileiro é algo maravilhoso e que deve merecer o melhor dos esforços, mas não ser campeão não significa o fim do mundo. Da mesma forma, o que importa é disputar a Copa Libertadores. E tal como o Lyon de Jean Pierre Aulas será campeão qualquer dia desses, os clubes que estão sempre ou quase sempre disputando a Libertadores também chegarão ao título, que pode ser decidido por uma trave – contra ou a favor. E que planejamento pode dar conta do significado de uma trave?

Para o torcedor é difícil manter tudo isso em perspectiva, racionalmente, pois o que vale e impera é a paixão e seus imperativos. Sorte do torcedor do Vitória, nesse caso, que tem uma direção com o pensamento direcionado para o que é importante. E ótimo para os jogadores:

“É importante para os jogadores estarem sempre na disputa entre os melhores. Isso faz com que eles se acostumem a estar nessa situação e ganhem mais confiança e experiência.”

Mauro disse isso a respeito da Copa do Brasil e do Campeonato Brasileiro e ele, melhor que ninguém, sabe da importância do jogador estar acostumado a decidir. Afinal, se há uma coisa que não faltou em sua carreira foram decisões, grandes jogos, partidas decisivas.

Para mim fica claro que essa postura do Vitória é fruto da solidificação do Campeonato Brasileiro por pontos corridos e como a base ao redor da qual gira todo o futebol brasileiro. O Vitoria sofreu com os rebaixamentos, estruturou-se, voltou galhardamente à divisão principal e vem fazendo boas campanhas. Está vivo na disputa pela Copa do Brasil, a três jogos apenas da sonhada vaga na Copa Santander Libertadores. Será difícil, claro, até porque tem um placar a reverter e depois enfrentar um bicho-papão tradicional nessa competição ou o time de futebol mais bonito e esfuziante do Brasil, hoje. Pena que a decisão só acontecerá depois da Copa do Mundo.

Por último, mas não menos importante, volto a palavra ao Mauro: “A torcida do Vitória está crescendo e a gente tem que procurar ajudar nisso, fazendo bons campeonatos.” O acerto do caminho tomado é referendado por esse crescimento da torcida que ele aponta. O torcedor, mesmo não abrindo mão da conquista de todos os títulos, percebe quando seu clube trabalha direito e evolui e apoia esse tipo de trabalho, mesmo que de vez em quando a pressão por uma coisa ou outra aumente. Por isso a visão do momento raramente é correta e o que vale é sempre avaliar um período mais longo para aquilatar como está o trabalho. Por esse prisma, mesmo que não consiga superar o Atlético Goianiense, vai bem o Vitória.

Por: Emerson Gonçalves
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Comentários
3 Comentários

3 comentário(s):

Lucas Serra disse...

Seria muito bom o Vitória participar da Libertadores, principalmente se for pela Copa do Brasil, o que significaria que o título veio. Vamos torcer, pega Leão!!

SRN

Luna disse...

Excelente texto!!!!
Parabéns!!!

Enéas Barreto disse...

TODOS OS CAMINHOS LEVAM AO BARRADÃO!

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