Nenhuma contestação ou choro sobre a justiça do título do (fraquíssimo) campeonato baiano ter ficado para o rival. A arbitragem foi correta e o Vitória perdeu o título em campo, ou melhor, perdeu porque não entrou em campo para jogar.
Sinais claros deste baixo rendimento já vinham sendo dados, mas Ney Franco, Diretoria de Futebol e os jogadores não perceberam a tempo. O empate em casa e a acachapante derrota que nos custaram a eliminação vergonhosa para o Ceará, na Copa do Nordeste, não serviram de alerta para a Comissão Técnica que insistia numa formação de ineficiente ofensividade, meio de campo pouco produtivo e de defesa vulnerabilíssima.
Achar culpados agora é tarefa fácil, tantos foram os equívocos e creio que isto não deve ser a nossa preocupação deste momento. Corrigir imediatamente os erros no Departamento de Futebol do Vitória é que deve ser o foco principal do clube. Creio que há muito jogadores inservíveis no atual elenco e eles deveriam ser dispensados por ineficiência o quanto antes, mantê-los significaria nossa insistência no equivoco e oneração de nossa folha de pagamentos.
A atual Comissão Técnica deve ser mais cobrada pelos resultados e não somente pelas boas intenções. Futebol se mede pelos títulos conquistados e pelas boas campanhas nas competições. Ney Franco foi muito bom para o Vitória no ano passado, mas este ano ele ainda não conseguiu repetir o bom desempenho. Mas Ney ainda pode se redimir se avançar bem na Copa do Brasil.
Nosso elenco atual é muito limitado e, pior que isso, tem demonstrado descompromisso com o clube. São raras as exceções de raça e respeito ao clube, por parte dos jogadores.
Não há tempo a perder nem devemos nos lamentar, é hora de tomar atitude: o planejamento do futebol do clube deve ser reavaliado com urgência e por certo mudanças deverão ser implementadas (ainda que um tanto tardias).
Mas nem tudo está perdido. Precisamos recuperar o quanto antes a autoestima da torcida e isso só será possível com boas apresentações do time na Copa do Brasil e no Brasileiro. Precisamos de muitos reforços, de BONS e comprometidos jogadores, e forte apoio psicológico, pois o time está visivelmente abalado.
Óbvio que o rival vem utilizando nossa competência adquirida e aprendendo conosco a fazer gestão de um clube de futebol. Um exemplo disso é que eles contrataram a psicóloga que trabalhou o aspecto motivacional do Vitória no ano passado. O que se viu foi uma entrega dos jogadores do rival acima da média; já os nossos apenas passearam em campo. Outro exemplo foi a jogada de puro marketing do rival, que contrataram o nosso vice-artilheiro de 2013, Maxi, (que felizmente ainda não desencantou no rival, mas já foi útil a equipe na decisão) e nós, além não acharmos substituto à altura, demos azar com a contusão de Escudeiro.
O Vitória construiu estes caminhos e o rival está se aproveitando do nosso aprendizado e dos nossos exemplos: gestão financeira equilibrada, apoio psicológico à equipe, jogadas de mídia esportiva, participação maior e mais efetiva dos conselheiros nas decisões do clube, dentre outros tantos que ele tem nos copiado.
Ou seja, entregamos o abridor às sardinhas e eles estão conseguindo sair da lata com uma gestão no futebol e com contratações mais eficientes que as nossas, afinal de contas eles conquistaram o titulo baiano, revertendo uma grande vantagem que tínhamos, e sequer esboçamos reação. A Comissão técnica e time do Vitória aceitaram passivamente a perda.
Vamos em frente, continuaremos vigilantes e torcendo pelo sucesso do nosso Vitória, esperando que os nossos erros cometidos sejam aprendidos como lição e que eles não se repitam pela Comissão Técnica. Não somos torcedores de Ney Franco ou de qualquer outro treinador, ou mesmo dos jogadores sem compromisso, eles são empregados do clube e remunerados adequadamente para dar o melhor resultado ao Vitória. Somos torcedores do Vitória, eles passam, mas o clube fica.
Por: Pedro Dórea
Bel. Em Direito, Servidor da SEFAZ/Ba e Conselheiro do ECVitória.