Os exemplos são muitos e não me parece ser coincidência que dois deles venham do Madrid: um é o gajo que, depois de vaiado pela torcida adversária, saiu-se com essa: “Eles me vaiam porque sou rico, bonito e um grande jogador. Eles têm inveja.”, e o outro é o poço de arrogância chamado Zé Mourinho, um treinador que não consegue admitir que outro lhe seja superior e instiga a inimizade entre compatriotas e colegas de profissão, só porque pertencem ao time rival.
Outro exemplo é Balotelli. Usar uma camisa com a inscrição “por que sempre eu?” é de uma cara de pau sem tamanho. Ao contrário de Pepe, Balotelli é talentoso mas, ao estilo Pepe, também pisa nos adversários.
Outro que podia ter aberto a boca apenas para tomar uma colher de canja foi Pelé. Os bate-bocas ridículos com Maradona são até aceitáveis, pois o argentino parece se alimentar de polêmicas, mas o rei poderia, como todos que gostam de futebol, admitir a grandeza de Messi, sem ressalvas. Afinal, a majestade do cargo está, também, em ser elegante e humilde e deixar que os outros lhe teçam loas.
Até o tênis, um esporte reconhecidamente cavalheiresco, teve seu momento brucutu. Num jogo pelo Australia Open, um tenista se recusou a aceitar o pedido de desculpas do adversário que o havia atingido, aparentemente, de forma involuntária. Na verdade, ele fez pior: ao final da partida, mesmo saindo vencedor, não cumprimentou o adversário, como é de praxe, numa atitude antidesportiva incomum numa quadra de tênis. Sua postura foi prontamente repudiada pela platéia que lhe deu uma sonora vaia.
Infelizmente, até aqui, na nossa casa rubro-negra, temos histórias para contar.
A mais recente, claro, diz respeito a Uelliton e suas polêmicas declarações.
Acho que qualquer profissional tem o direito de querer mudar, enfrentar novos desafios, ganhar mais… Até aí, tudo bem.
O que esse rapaz não percebeu é que sua profissão tem algumas peculiaridades. Ela mexe com a emoção de milhares de pessoas que são, no final das contas, a razão da existência do seu emprego.
Um clube sem torcida é um clube sem patrocinador forte, incapaz de pagar bons salários, como o desse rapaz. A torcida paga ingresso, compra produtos e difunde a marca dos patrocinadores.
Quando o jogador declara que só deve satisfações a quem o paga, eu, como torcedora associada ao SMV e compradora de produtos oficiais do clube, me incluo nessa categoria e lhe digo:
Você me deve satisfações, sim, Uelliton!
O seu desejo de deixar o clube é legítimo – e não entendo a demora da diretoria em se livrar dessa erva daninha – o que não me parece decente é se oferecer para jogar até no rival, numa clara demonstração de falta de reconhecimento ao apoio que a torcida sempre lhe deu, apesar de você raramente merecê-lo.
O seu desejo de ir para “um clube grande, clube de massa”, mostra o quanto a sua alma é pequena e sua arrogância é imensa.
Que pena que você não possa ir, já, para esse clube grande – o atlético de goiás!!!! É isso mesmo?????
Que pena que nós, torcedores, vamos ter que aturar a sua indesejada (de ambas as partes) presença no nosso time.
Eu, pessoalmente, farei como no domingo: comemorarei a vitória do meu time e ignorarei, solenemente, a sua presença.
Assim como você faz com a torcida que paga seu salário.
Por: Teresa Ribeiro (Canal EC Vitória)