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As dores e alegrias dos desterrados. Por Franciel Cruz.

As dores e alegrias dos desterrados
Por: Franciel Cruz

Caso esta emissora não proibisse o egocentrismo desenfreado, a abalizada resenha de hoje seria dedicada exclusivamente às minhas desventuras para acompanhar a peleja entre Vitória x Vila Nova.

Para que vocês tenham idéia do sofrimento deste narcísico locutor, exatamente às 20h30 estava preso no trabalho, sem nenhuma perspectiva de sair durante o jogo. Não bastasse a impossibilidade de praticar o velho zig, descobri que os computadores da briosa repartição onde labuto são bloqueados pra qualquer tipo de transmissão on line.

Como diria o impoluto Edir Macedo: Ô, grória!!!

Porém, amigos de infortúnio, em verdade vos confesso: Quando me deparei com a real ameaça de ficar sem poder acompanhar um jogo do Leão, bateu uma angústia dos seiscentos e percebi, naquele fatídico instante, que aquele ditado sobre “o que os olhos não vêem o coração não sente” é conversa de chifrudo conformado. (E, já que falei em corno, informo que havia na sala um torcedor do sardinha com o rádio sintonizado numa destas emissoras da vida. Aliás, minto. Na verdade, era um celular, pois os cornos trocaram o radinho pelo celular).

Mas, o fato é que o sofrimento sem a visão, à distância, é uma disgrama. Quando não podemos ver e apoiar nosso time somos vítimas de uma dilacerante sensação de impotência.

E ontem pude sentir isso claramente. A bola começa a rolar e constato que a pior coisa do mundo é não conseguir ver o time e ter que ouvir jogo pelas emissoras radiofônicas da Bahia. Aliás, minto novamente. É a segunda pior coisa do mundo. A experiência mais desagradável, a pior das piores, é escutar jogo do Vitória num celular de uma tricolete. Bastava o Vitória ameaçar ir para o ataque que o sacripanta logo abaixava a porra do som.

PUTAQUEPARIU A PICUINHA!!!

A minha sorte é que locutor baiano sabe narrar porra de nada. E foi assim que, enquanto o Zé Ruela ia naquela batida de anunciar um monte de coisas que ninguém nunca escuta nem vai comprar, consegui ouvir o primeiro gol Rubro-Negro. “Lá vem o Vila Nova, pressionando, pressionando…o Vitória retoma, atenção, Uelliton cruza, Marquinhos chuta e…”. nem adiantou o desinfeliz abaixar o som. Eu já sabia que era saco.

Pois bem.

Depois de mais alguns minutos vendo que não conseguiria acompanhar a catilogência do referido locutor (recebam, hereges uma catilogência nos mamilos), comecei a viajar, literalmente, nas sensações experimentadas por aqueles que estão longe do torrão natal, mas que nunca deixaram de sofrer, digo, torcer pelo Vitória. E enquanto o homem da latinha berrava prosopopéias incompreensíveis, percebi claramente como é a aflição provocada pela distância. Por conta da (mal) dita locução, senti-me um desterrado. E, igualmente aos desterrados, fiquei completamente desesperado, mas finalmente compreendi o que sentem algumas pessoas, especialmente as que moram em outros países, com quem passei a manter contato por causa do MSMV.

E lembrei-me do menino Jorge Bassivisky (vá fazer rima na casa do caralho) que agora, depois de velho, fica ameaçando abandonar o Vitória por conta dos tropeços. Antes eu ficava até indignado com esta postura do referido, mas agora o compreendo. É o desespero da distância.

Por falar em desespero, ninguém mais emblemático do que Marco Arizona. Basta o Leão vacilar – e ele, tal e qual um guerrilheiro juvenil, já prega logo a revolução. A partir de hoje, serei mais tolerante também com seus desabafos. É o desespero da distância.

Por fim, destaco Marco Rolim, também morador dos EUA, mas que ao contrário dos dois primeiros, ainda não conheço pessoalmente, mas que também age de forma completamente apaixonada e desesperada. (Outro dia, inclusive, escreveu-me um belo e longo texto que publicarei aqui, falando que, toda vez que a ameaça do ex-presidente começa a assombrar, ele esquece até a incompetência da atual diretoria diante do que considera um mal maior). É o desespero da distância.

Contudo, pensei também que se o desespero deles é assim, menor não deve ser a alegria após cada Vitória.

Pois muito bem.

Como já disse e repeti, a partir de agora compreendo todas as ações destes que amam à distância e sentem-se um tanto quanto impotente para agir. Só não compreendo, de fato, aqueles que se dizem torcedores, moram nesta província, mas não comparecem ao estádio para apoiar o time. É desleixo e indiferença.

Para estes, desejo apenas que fiquem isolados do mundo e só consigam escutar o jogo através de um celular de um torcedor da sardinha. E outra: Praga de cabeludo pega.

Mas, terminemos falando de jangada, que é pau que bóia: Sábado estarei lá no Santuário com três litros extras de cepacol para gritar por mim e pelos meus amigos desterrados.

Vamos nessa, rebain de incréus, pois, com a nossa força, nem mesmo o amadorismo da diretoria irá segurar o Leão rumo à Série A.
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Comentários
1 Comentários

1 comentário(s):

Anônimo disse...

gostei e concordo quando vç fala desses caras que se diz locutor de partida de futebol, a partida tem 90 minutos se eles transmitem 30 é muito. vá falar merda assim longe dá até nojo.

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