A partir do final dos anos 80 passamos a ter um alento e “misteriosamente” passamos a ganhar a nível estadual, e eventualmente conseguíamos fazer uma boa campanha no Brasileiro.
Foi nesse momento que NÓS (um grupo de amigos) criamos a AVF e passamos a discutir o clube mais de perto, foi nesse momento que meu amor aumentou ainda mais pelo clube.
Porém, no ano seguinte, outro golpe, e caímos para terceira divisão, um choque imenso. Para piorar, perdemos o Penta do estado para um time do interior.
Mas aí veio uma arrancada e voltamos para segunda e depois primeira divisão, deixamos com que essa alegria nos tomasse conta e não percebemos que essa volta aconteceria de forma natural, o clube tinha um patrimônio bom, estrutura muito diferente da época da minha infância e com certeza se ZÉ estivesse à frente daquele clube, invariavelmente ele o levaria novamente à primeira divisão.
Voltamos a conquistar o tetra estadual e sempre tivemos campanhas pífias a nível nacional.
Nesse período, tivemos com um time altamente contestado e desacreditado fazendo uma boa campanha na imprevisível Copa do Brasil, único torneio nacional que dá uma chance “aos pequenos” ou “desorganizados” (este o nosso caso).
Neste período perdemos do River Plate (do Uruguai), do Botafogo (da Paraíba), do Fluminense (de Feira), times com a expressão de Baraúnas e do Bahia (tb de Feira, perdendo nossa segunda chance de conquistar o Penta). O Barradão deixou de ser nosso melhor centroavante e passou a ser parque de diversões dos visitantes, o Bahia voltou a ser rival, passou a vencer na nossa casa (até hoje, em 41 partidas eles nos venceram lá 10 vezes, 7 foram nesse período). Nesse período ganhamos deles na nossa casa apenas 1 vez (para os supersticiosos o atual presidente estava de licença).
O time perdeu a fama de melhor divisão de base do país, deixamos de revelar craques e passamos a contratar jogadores em fim de carreira e hoje vejo meu time se apequenando.
Nesta época me ocorreu uma revolta com os insucessos e disse que iria desistir dele, outro engano. O Vitória é minha cachaça, meu vício… Não consigo abandoná-lo.
Para tirar esse pensamento da minha cabeça, fiz uma tatuagem com seu escudo para, sempre que esses pensamentos passassem por minha cabeça, eu lembrar que sou Vitória e nele que estou pensando.
Por ironia ou não, não sei se o sofrimento está ligado ao amor ou se é desejo de proteger que amanheci mais Vitória ainda depois da 4ª derrota seguida na segunda divisão, e dessa vez, para o grande BOA.
Quem ama o Vitória deve agora se organizar, ficar mais próximo do clube e não deixar, em hipótese alguma, que ele continue caminhando a passos largos para os anos 70 e 80.
O crescimento que o Vitória teve a partir dos anos 90 não podem ser freados, temos que nos aproximar do clube e quem sabe assumir a responsabilidade de dirigir o clube que amaremos para sempre.
Por um Leão sempre Valente!
Petter Souza e Silva (@Petter2504)
Contador, Diretor da AVF, Conselheiro e Torcedor Apaixonado do Vitória.