Penso que deve ser muito bom torcer por um time com estrela no peito; um time campeão de verdade, daqueles que fazem valer os títulos que ostenta na camisa, daqueles que fazem o adversário tremer. Como deve ser bom!
Deve haver algo que nos liga ao Vitória, mas, eu ainda não consegui descobrir. Mas, percebi que apesar de tudo isso, tem algo em que somos imbatíveis. Amamos mais nosso time do que qualquer torcida de outro clube.
Repito sem medo de errar. A torcida que mais ama seu time é a do Esporte Clube Vitória. E a explicação é direta. Torcer por um time campeão é obrigação da torcida. Ou não é? É muito fácil torcer por um time com estrela no peito. O time pode estar mal como for, mas, o torcedor sempre vai poder dizer que já foi campeão um dia. Nós ainda não podemos.
Apesar de todo este cenário, vejo a torcida rubro-negra baiana crescer a cada dia. Não perco um jogo do Vitória no Barradão. É um evento familiar, um encontro de amigos. É contagioso e hereditário, passa de pai para filho. É um compromisso inadiável, inegociável, quase uma religião.
Meu time não tem muita coisa. Mas, sonho, torço e vou a todos os jogos para que ele chegue lá. Diante de tudo isto, o que meu time me dá em retribuição pela frase “Eu sou Vitória”? Sei que a resposta não vai vir através das razões lógicas que partem da cabeça. Não tenho ainda a solução.
Então, tento entender o que diz o coração a continuar pulsando no ritmo rubro-negro. Estou certo que a resposta vai vir deste mesmo velho coração que não se cansa de nutrir a nossa alegria latente. Esta alegria inexplicável que ganha força todas as vezes que nosso grito visceral ecoa das arquibancadas: Nêgo, Nêgo.
Por: Anderson Fernandes, gerente de transmissão da Rede Bahia, e obviamente, rubro-negro. Texto publicado no iGol.