Reflexos da atividade "Vágner Mancini"Time mais disciplinado, mais coeso, conseguindo espaços nas defesas adversárias, mesmo sendo estas as menos vazadas do campeonato... Enfim, acho que Mancini não precisa nada mais para se afirmar como um dos grandes nomes em atividade no futebol brasileiro. O que faltava era tempo para a implementação da filosofia de trabalho e estas duas semanas (uma contra o Palmeiras e outra contra o Inter), de treinamento, mostraram isso.
Aos torcedores que ainda insistem em tentar denegrir a imagem de um profissional, o qual não é perfeito, mas ama o clube e nele se sente à vontade, ao ponto de ignorar propostas como Flamengo e Botafogo, por exemplo, e que não é o maior treinador da história do futebol brasileiro, mas que não tem rachas no elenco e trabalha com humildade e profissionalismo, que não é o maior estrategista, mas que conhece as limitações do time e joga corrigindo-as, afirmo, sem receio a equívocos: Mancini tem a cara do Vitória. Isto é raro no futebol brasileiro, assim como Ricardo Gomes tem a cara do São Paulo (mesmo reconhecendo que até Oswaldo de Oliveira faria do time do São Paulo um time vencedor, visto a inquestionável qualidade do plantel), Celso Roth tem afinidade com o Atlético Mineiro, Hélio dos Anjos e o Goiás se afirmam como um ótimo casamento jogo após jogo, Muricy e o futebol paulista, assim como Luxemburgo também o é afim com este estado, são exemplos que coincidem com a identidade entre Mancini e o Leão da Barra.
Agora é fazer planos, esperar que o time esteja sempre bem fisicamente a fim de evitar desnecessárias "armengagens" e apoiar muito. Vimos que Fábio Ferreira cresceu junto com o time em geral. Se há o apoio, cresce-se como um todo, com regularidade, ao ponto de até o sugerido pelo adversário regional como idoso Ramon correr como uma criança, jogar os noventa minutos com direito a ares de genialidade. Fica a sugestão: apoiar é preciso, viver, não.
Quanto à diretoria, estes, assim como havia gente tentando "bagunçar o correto" em relação ao treinador, já provaram a incomensurável importância no dirigir o Leão. Beiram à perfeição. São, antes de tudo, honestos, num mundo onde a honestidade, antes obrigação, virara virtude. E visionários, o que é mais importante, pois, dia após dia, estruturam o Leão a fim de colocá-lo no patamar de quem hoje entra no campeonato sempre como algoz dos adversários, com o único intuito de buscar ao título, em todas as edições do maior campeonato de futebol do mundo. Neste seleto grupo se encontram os gigantes paulistas, por exemplo, times nos quais dinheiro se encontra até nas latas de lixo, o inverso dos nordestinos, óbvio. Enquanto patrocinadores bancam um milhão e cento e trinta e três mil reais para pagar o salário do fenômeno, quem bancaria o de Neto Berola ou Nádson, por exemplo? Ninguém! Esta diferença se apequena frente ao trabalho do competentíssimo Rubro Negro Alexi e do falador, mas apaixonado e também não menos importante, Jorginho Sampaio.
Este é o Vitória que a Bahia e o Nordeste respeitam, mesmo a contragosto dos rivais pernambucanos (uma no cravo e outra na ferradura, como diria a cronista Larissa Dantas) e do outrora rival local, hoje penando pelos inenarráveis pecados de outrora. Vá, Vitória, ao extremo sul da América, buscar novos horizontes, e traga a honra e a dignidade as quais tem caracterizado as cores vermelha e preta nos últimos anos pois de nada vale o resultado se objetivo não for o de ser digno com seu torcedor e com seus princípios. Isto, certamente, fará do Vitória o maior time nordestino e um dos maiores do Brasil.
Por: Otto Bruno