É óbvio que ninguém aqui é menino para acreditar em assombrações deterministas, mas a verdade é uma só: o destino recente (e também ancestral) do Vitória está irremediavelmente ligado ao de Marcos Antônio da Silva Gonçalves.
Sim, amigos de infortúnios, não temos como fugir deste fatalismo que nos encanta e nos assombra desde o ano da graça de 2008.
Sim, amigos de infortúnios, não temos como fugir deste fatalismo que nos encanta e nos assombra desde o ano da graça de 2008.
Com o perdão pelo autoplágio, recebam novamente na caixa torácica estas proféticas e inoxidáveis aspas.
“O fato é que os torcedores do Vitória parecem não querer entender que Marquinhos encarna a (im)possibilidade de nosso milagre. Como assim? Assim, ó. Nós, suburbanos e periféricos corações torcedores, estamos condenados a sermos iguais aos bordéis de ponta de rua. Só podemos nos emocionar com as putas, digo, jogadores, vindo de fora e em final de carreira.
O problema/solução é que o menino Marcos Antônio da Silva Gonçalves rompe com esta lógica perversa, proporcionando-nos a glória de poder testemunhar atuações de um craque no auge de sua categoria e de seus 23 anos”.
É isso. E isso nós não perdoamos nele. Afinal, com nosso complexo de vira-latas, sempre acreditamos que a redenção Rubro-Negra virá com algum estrangeiro bem nutrido – e não através de um menino pobre e raquítico, saído do longínquo lugarejo do Prado.
É como se nosso ranço elitista e deslumbrado estivesse a gritar que um time nascido na região aristocrática da velhaca Soterópolis não pode ter como herói um sujeito assim, humilde e abusado ao mesmo tempo.
(Aliás, o mesmo ocorre com o Barradão. Esta deslumbrada aristocracia tem a mesma relação de ódio com o nosso salvador Santuário. Afinal, aquele lugar também encarna a (im) possibilidade de nosso milagre. Qual seja. Um estádio suburbano transforma um time antes elitista e perdedor num Clube popular e vitorioso.
É isso. E isso os aristocráticos donos do poder do Vitória não perdoam. E preferem o infortúnio na asséptica Fonte Nova do que as glórias no Barradão).
Parênteses fechados, fechemos também esta prosa ruim com o golaço de Marquinhos do Prado, que vale mais do que os mil resmungos daqueles que acham que nossa sina é apenas sofrer, reclamar e se deslumbrar com quem não merece.
Portanto, joguem os lamentos (e preconceitos) para o escanteio e vibrem com esta obra de arte, fariseus.
Link: YouTube
Por: Franciel Cruz
P.S A partir de hoje, inspirado pelo Gênio Franzino, volto novamente à labuta nesta intimorata emissora. Falta-me, é óbvio, o talento do referido, mas não a ousadia para jogar leite e outras prosopopeias na cara dos hereges.
“O fato é que os torcedores do Vitória parecem não querer entender que Marquinhos encarna a (im)possibilidade de nosso milagre. Como assim? Assim, ó. Nós, suburbanos e periféricos corações torcedores, estamos condenados a sermos iguais aos bordéis de ponta de rua. Só podemos nos emocionar com as putas, digo, jogadores, vindo de fora e em final de carreira.
O problema/solução é que o menino Marcos Antônio da Silva Gonçalves rompe com esta lógica perversa, proporcionando-nos a glória de poder testemunhar atuações de um craque no auge de sua categoria e de seus 23 anos”.
É isso. E isso nós não perdoamos nele. Afinal, com nosso complexo de vira-latas, sempre acreditamos que a redenção Rubro-Negra virá com algum estrangeiro bem nutrido – e não através de um menino pobre e raquítico, saído do longínquo lugarejo do Prado.
É como se nosso ranço elitista e deslumbrado estivesse a gritar que um time nascido na região aristocrática da velhaca Soterópolis não pode ter como herói um sujeito assim, humilde e abusado ao mesmo tempo.
(Aliás, o mesmo ocorre com o Barradão. Esta deslumbrada aristocracia tem a mesma relação de ódio com o nosso salvador Santuário. Afinal, aquele lugar também encarna a (im) possibilidade de nosso milagre. Qual seja. Um estádio suburbano transforma um time antes elitista e perdedor num Clube popular e vitorioso.
É isso. E isso os aristocráticos donos do poder do Vitória não perdoam. E preferem o infortúnio na asséptica Fonte Nova do que as glórias no Barradão).
Parênteses fechados, fechemos também esta prosa ruim com o golaço de Marquinhos do Prado, que vale mais do que os mil resmungos daqueles que acham que nossa sina é apenas sofrer, reclamar e se deslumbrar com quem não merece.
Portanto, joguem os lamentos (e preconceitos) para o escanteio e vibrem com esta obra de arte, fariseus.
Por: Franciel Cruz
P.S A partir de hoje, inspirado pelo Gênio Franzino, volto novamente à labuta nesta intimorata emissora. Falta-me, é óbvio, o talento do referido, mas não a ousadia para jogar leite e outras prosopopeias na cara dos hereges.