Como já dizia os mais antigos quando uma criança passava dos limites em suas brincadeiras: ele pintou o sete. Assim vi o Vitória durante a goleada sobre o Bahia, por 7 x 3, em plena Arena Fonte Nova, na final do Campeonato Baiano. Já acompanhei algumas coisas no futebol, mas um resultado como esse, contra o maior rival, é algo que motiva qualquer torcida. Ótimo para os rubro-negro e péssimo para os tricolores, que não encontram perspectiva para sua equipe no restante da temporada.
Como de costume, leio todos os jornais, escuto os comentaristas de TV e rádio, e todos – todos mesmo – atribuíram essa humilhação rubro-negra ao péssimo momento do Bahia. Aí me pergunto: se o Vitória tivesse caindo pelas tabelas também, esse resultado seria viável? Não. E por que esquecer os méritos de um time que se comportou muito bem durante os noventa minutos de partida e soube explorar o desespero do adversário? Vamos dar a César o que é de César!
Sei que esse Bahia – que é, sim, uma caricatura de time, diferente do que teve em seu passado – hoje não mete medo a ninguém, mas vamos reconhecer o bom trabalho rubro-negro, que também tem grandes limitações, principalmente em seu setor defensivo. Sei que a paixão fala mais alto, e isso é normal, mas como não podemos elogiar os comandados de Caio Júnior? Não sou fã dele, porém, sua participação nesta goleada foi decisiva.
A primeira escolha de Caio acertada foi na escalação. Era óbvio que Gabriel Paulista, que já havia atuado desta forma, deveria entrar no lugar de Nino Paraíba, vetado nos vestiários. Essa opção protegeu bastante as investidas do tricolor por aquele lado. Além disso, o defensor chegou a fazer o papel de terceiro zagueiro no decorrer do duelo, o que deu liberdade aos meias para avançarem.
O treinador rubro-negro procurou não inventar e colocou em campo o que tinha de melhor. Quero, inclusive, parabenizá-lo por isso. Durante o jogo ele foi perfeito. A saída de Mansur no intervalo, quando o jovem estava amarelado, para a entrada de Tarracha, foi fundamental na etapa final. Deu poder ofensivo, colocou um gás novo no time e ainda evitou riscos desnecessários.
E por falar em melhor, tenho que colocar uma coisa à vocês: há muito tempo o Vitória não contava com um nome como o de Renato Cajá em seu setor de criação. Inteligente e produtivo, ele segura a onda nos momentos mais complicados e é um verdadeiro maestro. Acredito que sua participação no Brasileiro será de grande destaque.
Outro nome que me deixa feliz é Michel. Sempre presente em todos os setores do campo, o cara não se cansa nem um minuto. Impressionante como tem disposição para marcar e tranquilizar o sistema defensivo do Leão. Muita gente falava que ele só “cercava”. Essa é a resposta dele, que tem que correr por dois, já que Cáceres e Luís Alberto – duas peças fundamentais no grupo, um titular e outro reserva de luxo – pouco ajudam neste sentido.
Como é bom ver Dinei balançando as redes. Taí um cara que eu sempre depositei confiança. Sofreu justas críticas no início do ano, mas mostrou que pode dar a volta por cima, pois tem qualidade técnica e faro de gol. Quando ele não marca, se posiciona de forma perfeita e ajuda muito a equipe. Sabem por quê? Ele abre espaços na defesa com muita facilidade e deixa os companheiros, na maioria das vezes, de cara com o gol.
Mas para quem acha que tudo são flores, se engana, e quero deixar isso bem claro aqui. Do meio para frente, o Vitória está bem encaminhado. Isso é notório, contudo, ainda tenho grande preocupação na defesa. Fabrício, Deola, Nino e Gabriel não inspiram confiança e precisam de substitutos. Espero e torço para que a diretoria faça ainda mais esforços para trazer nomes de qualidade para este setor.
E parabéns aos rubro-negros também pelos 114 anos de existência do clube, comemorados neste dia 13 de maio.
Por: Maurício Naiberg
Sei que esse Bahia – que é, sim, uma caricatura de time, diferente do que teve em seu passado – hoje não mete medo a ninguém, mas vamos reconhecer o bom trabalho rubro-negro, que também tem grandes limitações, principalmente em seu setor defensivo. Sei que a paixão fala mais alto, e isso é normal, mas como não podemos elogiar os comandados de Caio Júnior? Não sou fã dele, porém, sua participação nesta goleada foi decisiva.
A primeira escolha de Caio acertada foi na escalação. Era óbvio que Gabriel Paulista, que já havia atuado desta forma, deveria entrar no lugar de Nino Paraíba, vetado nos vestiários. Essa opção protegeu bastante as investidas do tricolor por aquele lado. Além disso, o defensor chegou a fazer o papel de terceiro zagueiro no decorrer do duelo, o que deu liberdade aos meias para avançarem.
O treinador rubro-negro procurou não inventar e colocou em campo o que tinha de melhor. Quero, inclusive, parabenizá-lo por isso. Durante o jogo ele foi perfeito. A saída de Mansur no intervalo, quando o jovem estava amarelado, para a entrada de Tarracha, foi fundamental na etapa final. Deu poder ofensivo, colocou um gás novo no time e ainda evitou riscos desnecessários.
E por falar em melhor, tenho que colocar uma coisa à vocês: há muito tempo o Vitória não contava com um nome como o de Renato Cajá em seu setor de criação. Inteligente e produtivo, ele segura a onda nos momentos mais complicados e é um verdadeiro maestro. Acredito que sua participação no Brasileiro será de grande destaque.
Outro nome que me deixa feliz é Michel. Sempre presente em todos os setores do campo, o cara não se cansa nem um minuto. Impressionante como tem disposição para marcar e tranquilizar o sistema defensivo do Leão. Muita gente falava que ele só “cercava”. Essa é a resposta dele, que tem que correr por dois, já que Cáceres e Luís Alberto – duas peças fundamentais no grupo, um titular e outro reserva de luxo – pouco ajudam neste sentido.
Como é bom ver Dinei balançando as redes. Taí um cara que eu sempre depositei confiança. Sofreu justas críticas no início do ano, mas mostrou que pode dar a volta por cima, pois tem qualidade técnica e faro de gol. Quando ele não marca, se posiciona de forma perfeita e ajuda muito a equipe. Sabem por quê? Ele abre espaços na defesa com muita facilidade e deixa os companheiros, na maioria das vezes, de cara com o gol.
Mas para quem acha que tudo são flores, se engana, e quero deixar isso bem claro aqui. Do meio para frente, o Vitória está bem encaminhado. Isso é notório, contudo, ainda tenho grande preocupação na defesa. Fabrício, Deola, Nino e Gabriel não inspiram confiança e precisam de substitutos. Espero e torço para que a diretoria faça ainda mais esforços para trazer nomes de qualidade para este setor.
E parabéns aos rubro-negros também pelos 114 anos de existência do clube, comemorados neste dia 13 de maio.
Por: Maurício Naiberg
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