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[MARQUINHOS] O eterno retorno do GÊNIO FRANZINO. Por Franciel Cruz.

O menino Nelson Rodrigues, como sói, estava com a razão. Não devemos nunca confiar nos idiotas da objetividade. A única meta destes canalhocratas é tentar, inutilmente, difundir a falsa prosopopéia de que no futebol muderno tudo se resolve através de equações aritméticas. Para eles, os dramáticos 90 minutos e as inconsequentes prorrogações podem ser resumidos em números mornos. Algo assim: X + Y = a noves fora nada. E minha paciência com eles é ZERO.

Aliás, não só a minha. Ontem à noite, por exemplo, um Gênio Franzino provou, por A + B, que é possível (e preciso) desmoralizar a poderosa e inflexível matemática. Uma vez mais, Marquinhos, eis o nome do santo, deu tiros certeiros nesta nova seita numerológica que tenta reduzir nossos sonhos a máquinas de calcular. As jogadas de craque do moleque demonstraram que não se pode mensurar o imponderável dentro das quatro linhas. E mais do que isso: sua estupenda atuação diante da poderosa, inexorável e inoxidável equipe do Mixto (MT) contribuiu para reavivar o orgulho do torcedor, que gritou, a plenos pulmões, o nome de um talento genuinamente Rubro-Negro.

No entanto, faz-se mister ressaltar que a história, neste caso, não se repete como farsa, muito menos como tragédia, mas sim como confirmação da dialética Rubro-Negra – seja lá que porra isto signifique. A verdade que não salva nem liberta é a seguinte: Marquinhos brilhou intensamente ontem e vai continuar assim, per seculae seculorum, porque conhece muito de seu ofício. E a torcida do Vitória vai prosseguir amando-o e perseguindo-o porque é o destino dela ser assim – exacerbadamente contraditória.

Amigos de infortúnios, o fato é que os torcedores do Vitória parecem não querer entender que Marquinhos encarna a (im) possibilidade de nosso milagre. Como assim? Assim, ó. Nós, “suburbanos e periféricos corações torcedores, estamos condenados a ser sermos iguais aos bordéis de ponta de rua. Só podemos nos emocionar com as putas, digo, jogadores, em final de carreira”, conforme já ensinei aqui mesmo nesta impoluta tribuna

Pois bem. O menino Marcos Antônio da Silva Gonçalves rompe com esta lógica perversa, proporcionando-nos a glória de poder testemunhar atuações de um craque no auge de sua categoria e de seus 23 anos.

Na peleja de ontem, por exemplo, o endiabrado parecia possuído pelas ancestrais vovós fazedoras de crochês. E costurava para dentro, pro lado, pra fora, dribles da vaca, nós pelas costas da pobre zaga adversária. Ponto futuro, cruzamento para Dinei e saco e ponto parágrafo. Sim, ponto parágrafo, pois o lance subsequente, o do segundo gol, foi algo tão absurdamente genial e inacreditável que merece ser narrado à parte.

(Um instante que vou ali pegar o cepacol).

Bola nos pés de Marquinhos, que balança a criança com carinho na zona do agrião. Dinei ensaia uma corrida pelo flanco direito. Marquinhos finge que vai lançar, mas ato contínuo esconde a menina com a chapa do pé. Depois, revira a bola pelo avesso e faz o lançamento de trivela com efeito reverso, coisa de botar no chinelo as mais ensandecidas curvas da estrada de Santos. Pronto, Feliciano, já pode mandar acabar o mundo.

PUTAQUEPARIU O SOBRENATURAL DE ALMEIDA!!!

(Sei que alguns espíritos de porco podem até dizer que a jogada seguinte foi um pênalti – porcina – aquele que foi sem nunca ter sido, mas aí eu lhes pergunto. Diante daquele lançamento (assistência é a PQP) luminoso o que deveria fazer qualquer juiz com o mínimo de bom senso e decência? Ora, tinha que tomar alguma providência. Das duas, uma. Ou marcava penalidade máxima ou dava logo gol direto. Nada menos do que isso).

Pois muito bem. Sem ao menos esperar que os emotivos, como este e outros sensíveis locutores, enxugassem as lágrimas, Marquinhos inverteu de posição (lá ele) e foi fazer estripulias no lado esquerdo do ataque. Por causa dos graves problemas nas cordas vocais não poderei narrar as maravilhas que antecederam o terceiro gol. Digo apenas que foi algo mais enigmático do que o terceiro segredo de Fátima.

E, por falar em sobrenatural, Marquinhos, apesar da frágil saúde, fruto de uma alimentação à base de biscoito recheado, continuava a assombrar. E a glória final veio aos 48 minutos, quando ele balançou as redes e correu para a torcida com a angústia e a alegria de antanho.

A propósito, motô, leve o bonde de volta para 2008.

Seguinte foi este.

Depois de brilhar intensamente durante todo o campeonato do referido ano, o guri, então apenas com 18 anos, foi contratado pelo Palmeiras. Até aí, tudo bem. O problema é que o Verdão estava disputando uma vaga para a Copa Libertadores e o Rubro-Negro baiano somente boiava confortavelmente no meio da tabela.

Naquela ocasião, a exemplo de agora, boa parte da torcida do Leão, emprenhada pelo ouvido por escrotos radialistas baianos (perdão pelas redundâncias), tratava Marquinhos com o mesmo carinho que Marcos Feliciano devota à lógica elementar. Só xingamentos.

Lembro-me que, em 2008, e ontem também, com menos de 10 minutos de bola rolando, um fidumaégua ao meu lado já puxava uma vaia. Porém, Marquinhos não dava pelota. E fez o que sabe. Foi rápido, fominha, habilidoso, mascarado e, em alguns momentos, genial, brilhante. Infernizou a zaga naquela época e ontem também.

E nós, torcedores do Vitória, seguimos nossa sina, amando-o e perseguindo-o, como se precisávamos reforçar a todo instante que glórias contínuas não nos interessam, pois queremos ser apenas diplomados em matéria de sofrer.

Porém, o eterno retorno do GÊNIO FRANZINO teima em nos mostrar que é possível e preciso seguir por um caminho diverso e feliz. E assim será o Evangelho do Esporte Clube Vitória segundo São Marcos. Amém?

Por: Franciel Cruz

P.S. 1 Por falar em renovação, amanhã, dia 18, o futuro craque Rubro-Negro Bernardo, filho de Marquinhos, completa um mês.

P.S. 2 Procurei em todos os sites e não encontrei o lance genial de Marquinhos. Como bem lembrou meu amigo João Carlos Sampaio, “mais uma vez, Nelson tinha razão. O videotape é burro“
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