Bom, dito isso, registrado, carimbado, avaliado e rotulado, vamos agora falar de jangada, que é pau que bóia.
Agora, antes de tudo e de mais nada, faz-se mister recorrer ao pingo de dignidade que ainda me resta e informar que não posso fazer uma análise abalizada da bisonha apresentação do primeiro tempo. Não porque me falte catilogência (recebam, hereges uma catilogência nos mamilos) para tal tarefa, mas porque não sou daquele tipo leviano que fala sobre o que não viu. E o fato é que num vi quase nada na etapa inicial, pois só consegui chegar ao Barradas com a bola já rolando. Bola rolando é modo de dizer. Na verdade a bola não ia para lugar algum. Tava tudo atravancado. O técnico do mequinha, Roberto Fernandes, sabedor da capacidade pebolística (eu falei pebolística, fariseus) de Eduardo Ramos, decidiu fazer uma marcação cerrada e individual no camisa 8 do Rubro-negro. Toda vez que o sacana ia pegar na bola já havia alguém fungando em seu cangote. Em algumas ocasiões, até mais de um. Por conta disso, e também por causa de uma caganeira (porra de problema estomacal!) que acometeu o menino Gabriel, ficamos com o time todo desconjuntado. Nossa glória é o que primeiro tempo só teve 45 minutos. Caso contrário, a casa ia feder a homem.
Ao perceber que Eduardo Ramos num tava conseguindo se desvencilhar da marcação e que Gabriel estava cagando goma, Experimentalgiani, contrariando suas convicções, decidiu fazer o lógico. Colocou um lateral na, pasmem, lateral e um atacante no ataque. Resultado. O time voltou com gosto de querosene. Com menos de 15 minutos, já havia igualado o placar e, principalmente, encurralado o afoito américa, que perdeu todo o ímpeto inicial e passou a jogar, digo, a tentar enojar o baba, fazendo uma cera dos seiscentos DEMÔNHOS.
A primeira parte da superação já estava cumprida. Saiu a apatia e entrou a garra. Porém, nem só de raça vive o futebol. É preciso um tanto assim de técnica. E foi exatamente isso que faltou aos nossos jogadores para matar a partida. Neto, por exemplo, parece que está se especializando em perder gols na zona do agrião, cara a cara com o goleiro. Foi assim com o Coritiba, o que acabou nos valendo talvez a classificação, e foi assim novamente ontem. Mas, vamos adiante, pois o cidadão já está bem crescidinho e gordinho (será que ninguém viu que Neto está acima do peso?) e não vai mais mudar. Além disso, não somos palhaços das perdidas ilusões para ficar repisando esta ladainha ad infinitum.
O fato é que, já contente com o empate, o dragão potiguar achou um gol nos estertores da peleja. E um gol cantado e decantado. Escanteio cobrado no primeiro pau e Neto dá uma furada bizarra. Novo escanteio e nosso centroavante, que deveria ficar guardando o primeiro pau (lá ele), vai para a risca da pequena área. Aí, não deu outra. O placar, digo datashow do Barradas, assinalou um injusto 2 x 1 para o américa.
Foi o que bastou para a nova superação. Ao ver o time em desvantagem, os torcedores murrinhas começaram a sair do estádio levando consigo aquela energia xexelenta. Nem todos. É óbvio que ainda ficaram alguns para praticar o que mais gostam: reclamar.
Visualizem a cena. 40 minutos da segunda etapa. falta na pequena área e um cidadão grita: “Tira Neto daí, num deixa ele bater a falta”. O filho do referido olha pra ele sem crer. Clima de comoção. Então, este rouco e religioso locutor larga as palavras da salvação. “Podem anotar. primeiro gol de Falta na história do cidadão”.
Não deu outra. Assim, de algum modo, de algum modo, não, deixa de má vontade Sêo Françuel, de modo brilhante nosso centroavante teve também seu merecido momento de superação.
É vero que o resultado final não foi o que merecíamos, desejávamos e precisávamos, mas foi o possível diante das circunstâncias. E a noite, como já disse, deve ser louvada pela circunstância da superação. Aliás, por falar em superação, o público também não foi o que o Barradão merece, deseja e precisa, mas já superou o do primeiro jogo. Se levarmos em consideração que o outro foi num sábado à tarde e este numa terça à noite, também já é algo pra ser anotado. Por falar nisso, pergunto. Estão com caneta e papel na mão? Então, anotem aí. De superação em superação, inclusive no número de torcedores, vamos brocar lindamente neste ano da graça de 2012.
Amém?
Por: Franciel Cruz (@ingresia)