Depois de 24 jogos no comando, Benazzi assegura não guardar mágoa de ninguém, mas confessa tristeza em não ter recebido um agradecimento da diretoria por seus serviços.
Vagner Benazzi: Era uma situação terrível. O time estava a um ponto da zona de rebaixamento e todos já colocavam o Vitória fora da briga pelo acesso. Além da pressão de fora, o elenco estava dividido. Quando cheguei no clube, tinha jogador querendo sair na mão com o outro. Estava um climão.
O que você fez para ajeitar a casa?
Vagner Benazzi: Primeiro afastei os jogadores que se achavam inocentes e acima dos outros. [Nota: Benazzi não citou nomes, mas comparando a data de sua chegada e de afastamentos, Edu, Pablo, Eduardo Neto e Ernani foram afastados na época]. Todos estavam no mesmo barco. Quem se achava superior não poderia ficar. Depois, juntei os brigões e disse que poderíamos abrir uma roda para eles se baterem até cansarem. Porém, depois disso, queria todo mundo trabalhando junto. Chamei a família dos atletas para nosso lado e blindamos o grupo. No final do ano, jogadores que não se entendiam estavam se abraçando. Chamei o Geovanni, um cara altamente profissional, para ser o líder do grupo. Depois disso, demos um salto e voltamos a brigar pelo acesso. Foi algo que fiz e ninguém me agradeceu no clube.
Guarda alguma mágoa?
Vagner Benazzi: De forma alguma! Eu cheguei aqui dizendo que iríamos chegar na última rodada com chances de acesso. Queria subir, mas consegui realizar o que prometi. O torcedor foi fantástico, a diretoria acreditou em mim e os jogadores se uniram. Só fiquei triste pela forma que foi minha saída. Disseram que eu fui demitido. É mentira! Meu contrato era até o final do ano. No último jogo, eu já tinha me despedido de todos. Depois, o Vitória não me procurou hora nenhuma para uma renovação ou para avisar que eu não continuaria. Isso me deixou triste um pouco, pois fiz mais de 59% de aproveitamento. O que foi feito antes não é da minha conta...
Se arrepende de ter colocado Zé Luis contra o São Caetano?
Vagner Benazzi: Não. Ele era o único volante que poderia substituir Coruja. Se colocasse um zagueiro e ele tivesse errado como o Zé, eu seria criticado do mesmo jeito, pois teria mudado o esquema. Foi um dia ruim.
O que o Vitória precisa mudar para 2012?
Vagner Benazzi: Não vou citar nomes, pois não cabe mais a mim. Porém, acho que se tirar 30% do elenco deste ano e substituir por jogadores de qualidade, tem tudo para fazer uma boa temporada. Acho que este ano não faltou esforço de ninguém. Precisou de um pouco de sorte. É o que desejo a Toninho Cerezo: mais sorte. (Moysés Suzart / A TARDE)