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Mauro Galvão avalia montagem do novo Vitória e lembra da carreira

Foto: Mauro GalvãoConfira a entrevista de Mauro Galvão que foi publicado no Correio* de ontem (09/01). A entrevista é um pouco longa devido a quantidade de assuntos abordados, vale a pena ler.

Há diferença entre fazer futebol no Sul e Sudeste, onde você trabalhou como técnico e como jogador, e no Nordeste?
MAURO: Acho muito semelhante, mas cada clube tem seu nível de investimento. Aí é preciso se adaptar. O Vitória é bem estruturado e trabalha dentro de sua realidade. Desde o início, o presidente Alexi (Portela Júnior) me passou a mentalidade daqui. Mas no futebol, no final das contas, vale o resultado.

O projeto apresentado era semelhante à sua ideia?
MAURO: Eu vim pra dar sequência ao trabalho e acrescentar algumas coisas. O foco é montar um time bom, forte e com condições de jogar Baiano, Copa do Brasil, Brasileiro e Sul-Americana.

Como superintendente, também vai cuidar da base?
MAURO: Superintendente tem de cuidar de tudo, né!? É acompanhar, mas a base tem uma pessoa, o Epifânio (Carneiro); e o futebol profissional já tem problemas suficientes (risos). É cada um na sua área, mas com visão global, pois, por exemplo, você não pode contratar um atleta se alguém da base está para estourar na posição. E o Vitória tem um complexo com tudo: é difícil no Brasil. São três campos, concentração, estádio no mesmo local. Facilita demais. Dá pra acompanhar de perto.

Qual a meta da temporada?
MAURO: Acho cedo pra metas. Temos de trabalhar pra fazer o melhor. A meta pode, de repente, criar uma barreira e te impedir de ir mais à frente.

É obrigação ganhar o Baiano?
MAURO: Obrigação sempre é, mas o Bahia também tem.

Mas o Vitória é Série A e tem mais receita. Não aumenta a pressão?
MAURO: Não. Bahia e Vitória é um clássico e a rivalidade supera todas as divisões. O Vitória tem de fazer o melhor.

Renato Gaúcho já foi adversário em Gre-Nal e no Rio: ele no Flamengo e você em Vasco e Botafogo. Como é a relação?
MAURO: Me dou bem com o Renato. Não somos de sair juntos, de ter esta amizade forte, mas nos damos bem, jogamos a Copa do Mundo de 1990, ganhamos a Copa América de 1989, que começou aqui em Salvador. Então tenho admiração grande pelo Renato, excelente jogador e que tá fazendo um bom trabalho, mas cada um tem de defender seu lado (risos). Agora quero o melhor para o Vitória, mas não existe o confronto direto, pois estamos em posições diferentes.

Você está um nível acima?
MAURO: São níveis distintos no confronto: não tem choque direto. Eu sou dirigente, estou na organização, e ele é treinador, ficando mais perto do campo.

Como auxiliar Ricardo Silva a crescer como técnico?
MAURO: Trazendo bons jogadores e dando opções pra formar o time. Treinador não entra em campo pra jogar. Orienta, ajuda, mas eu nunca vi treinador ganhar sem time bom. O que vale é a qualidade do jogador. Fora isto é sempre ficar próximo e conversar. Treinador, às vezes, fica isolado.

Sentiu isto quando treinou?
MAURO: É normal. O técnico tá ali e todos olhando pra o técnico, isolado. O técnico precisa do espaço dele, porém também de uma pessoa pra apoiar na hora da dificuldade.

Com Ramon, você ganhou a Libertadores pelo Vasco. Ainda mantinham contato?
MAURO: Na festa dos dez anos da Libertadores (em 2008), estivemos juntos, mas não é igual a quando jogávamos. Eu sempre gostei do Ramon como profissional: é um cara correto e com quem você pode contar. Aqui, seu primeiro papel é jogar. Tem qualidade, é bom na bola parada e o passe facilita pra o atacante. Depois, como cara experiente, é ser referência para os mais novos, como Viáfara e Vanderson.

O grupo que está sendo montado é muito jovem?
MAURO: Eu acho que conta a qualidade, mais que a idade. Se você vai e resolve, tá bom, independente de ter 18 ou 34 anos. Eu entrei com 17. O importante é resolver o problema. Pra que trazer mais velhos?

Mas o Brasil tem usado muitos atletas mais velhos...
MAURO: Depende do ambiente e do time. Se o time propicia pra ele jogar, vai jogar. É criar um esquema pra ele jogar e o time ter a consciência.

E tem aumentado por quê?
MAURO: São casos e casos. Tá crescendo tanto pela qualidade como pela dificuldade do mercado. A maioria quer ir pra fora. Antes, ia pra Itália, Espanha e Inglaterra. Hoje vai pra Rússia, Coreia, Japão, Israel...

O que te fez ir pra o Lugano, da Suíça, após a Copa de 1990?
MAURO: Uma proposta financeira boa e era o momento de aproveitar. Zagueiro é mais complicado e antes só havia dois estrangeiros por time lá fora, no máximo. A oportunidade apareceu e eu tinha 28 anos. Profissionalmente, foi médio e eu sabia do risco. Não pensava em parar, mas também não podia esperar mais. Era pensar no campo e na família: uma visão mais prática. Se tivesse 23 anos, esperaria mais tempo.

Como você vê a figura do empresário no futebol?
MAURO: Tem de se adaptar. Existe o empresário que te ajuda e aquele que explora. Mas o jogador precisa de boa formação familiar pra dizer o que quer. Eu nunca tive empresário, pois meu pai me ajudou, a família também, minha esposa. Eu sei o que quero e não preciso de um intermediário. Tenho maturidade pra decidir.

E como fará para proteger o elenco do assédio dos empresários e de outros clubes?
MAURO: Com contratos bem-feitos. O Vitória vai ter de vender jogadores durante o ano, assim como todos os clubes. O Flamengo foi campeão e já vendeu Airton, Everton... Ainda não tenho estimativa de quanto será preciso arrecadar, ainda não tenho números; é mais com o presidente.

Salvador, Porto Alegre e Belo Horizonte têm economias parecidas. Mas os clubes daqui têm menos força. Como diminuir esta diferença?
MAURO: Pra você fazer a balança equilibrar, tem que ser trabalho de médio e longo prazos. É conquistar títulos, sócios, olhando as cotas de patrocínio, investidores. Não é fato isolado.

É verdade que, durante um jogo, Falcão mandou você dar um bico na bola e você perguntou onde era o bico?
MAURO: É brincadeira. A história não é inventada, mas foi modificada. Numa brincadeira de dois toques, um recreativo, a bola sobrou e eu demorei pra fazer o gol e Falcão falou: “Dá de bico”.“ Onde é?”, eu perguntei, mas de brincadeira; era um garoto e foi pra descontrair o ambiente, nada demais, mas colocaram como se fosse jogo: você tá louco! Nunca ia desrespeitar um jogador.

Era fácil jogar naquele Inter?
MAURO: Era fácil. Era bom de jogar. O time era muito bom, era entrosado, cada um sabia sua função. Se você ver, a gente não tinha grandes craques, mas o time era muito bom (o Inter de 1979 é o único campeão Brasileiro invicto. O time- base: Benítez; João Carlos, Mauro Pastor, Mauro Galvão, Cláudio Mineiro; Batista, Falcão, Jair; Valdomiro, Bira e Mário Sérgio).

Foi seu melhor time?
MAURO: Não gosto de citar um. Cada time tinha sua característica. Gosto do Inter de 1979, do Botafogo de 1989 (campeão Carioca), do Grêmio de 1996 (campeão Brasileiro) e do Vasco de 1999 ( campeão da Libertadores): tive a felicidade de jogar em times campeões.

Cite três jogadores que você admirava em campo.
MAURO: É difícil dizer quando você joga com o cara... Fica complicado, mas, pra dizer um, eu ficaria com Falcão.

E em quem você se inspirava para ter o estilo mais clássico?
MAURO: Não tinha ninguém específico. Eu gostava de quem era correto e fazia as coisas certas. Era mais o comportamento.

E um atacante difícil de marcar? Quem dava trabalho?
MAURO: O melhor atacante foi Reinaldo, do Atlético-MG. Ele era liso. Vocês em Salvador também falam liso, né!? Ele tirava você com o corpo. No giro, já tava na frente. Eu peguei ele menino, mas fui bem (risos).

Por: Marcelo SantAna
Foto: Evandro Veiga

Leia outras entrevistas de pessoas ligadas (ou não mais) ao EC Vitória.
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