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Entrevista de Paulo César Carpegiani: "o maior desafio em qualquer clube primeiramente é sempre fazer uma grande campanha"

Foto: Paulo César CarpegianiEntrevista do atual técnico rubro-negro Paulo César Carpegiani concedida ao BahiaNotícias publicada ontem (18/05). Texto e Fotos: Felipe Esteves

Bahia Notícias – Qual é seu maior desafio nessa volta ao futebol, agora no comando do Vitória?
Paulo César Carpegiani – Eu acredito que o maior desafio em qualquer clube primeiramente é sempre fazer uma grande campanha. É claro, temos que trabalhar com o que temos em mãos. O time não é nenhuma seleção brasileira, mas dentro das nossas realidades podemos fazer um ótimo trabalho. Outro desafio é construir um time de qualidade junto com a diretoria, que precisa contratar, pois o Vitória é um time grande e tem que dar alegrias à sua torcida.

Bahia Notícias – O que pesou mais para sua vinda ao Vitória, deixando de lado uma proposta da seleção da Angola?
Paulo César Carpegiani – Na verdade eu tive um primeiro contato quando eu já estava no Vitória. Eles vieram para Salvador com toda comitiva e conversaram comigo, mas não conseguimos fechar um acordo financeiro. A competição que iríamos disputar seria em janeiro e eles acharam o valor que eu pedi muito alto. Mas também eu estava com o coração dividido, pois já estava vinculado ao Vitória, eles me deram boas condições de trabalho, tem um time bom, a cobrança é forte e ainda tivemos a felicidade de ser campeões regionais, o que nos deu mais tranqüilidade. Todos esses fatores contribuíram para minha decisão de ficar no Vitória.

Bahia Notícias – Como você considera seu perfil enquanto técnico de futebol?
Paulo César Carpegiani – Eu fui, sem modéstias, um jogador técnico e o time que você treina normalmente tem as características do que você foi em campo. Eu gosto de um time que tenha bom toque de bola, tenha posse da bola, que agrida o adversário, pois, na minha concepção, o time sempre tem que impor o ritmo de jogo. Quando isso acontece, tudo passa a ser mais fácil dentro de campo. Gosto de times equilibrados, fortes defensivamente, já que eu tenho origens do futebol gaúcho, e um time que tenha criatividade no meio e seja forte na frente para conseguir marcar os gols. Estou falando, óbvio, teoricamente, esse seria o ideal e é isso que buscarmos no dia a dia. Temos que trabalhar até encontrarmos o jeito certo de jogar.

Bahia Notícias – Você já declarou diversas vezes que gosta de dar prioridade à marcação. Como você acha que o Vitória está assimilando essa nova filosofia de jogo e quais são os benefícios do esquema com três zagueiros?
Paulo César Carpegiani – O esquema de três zagueiros foi uma questão de emergência. Eu não sou partidário de três zagueiros, mas eu gosto de ter laterais que saibam marcar e também sair para o jogo. Não sou estritamente da marcação, como já disse, fui um jogador técnico e gosto do meu time do mesmo jeito. Eu não posso contrariar as características dos meus jogadores. Por exemplo, o Ramon: eu não posso esperar que ele marque da mesma forma com o Leandro (Domingues). Eu tenho que dar a liberdade que exige cada tipo de jogador. O que eu prezo é a boa localização dentro de campo, os jogadores têm que cumprir suas funções. Vamos pegar equipes fortes e, quando estivermos com todos jogadores disponíveis, todos vão ver que a nossa equipe terá características técnicas. Esse é o meu pensamento: uma equipe equilibrada, forte defensivamente e com um ataque agressivo que busque os gols. Os três zagueiros foi apenas questão de emergência, como aconteceu contra o Vasco, onde eu tive que improvisar o Luciano Almeida. Perdemos os volantes e o Ramirez teve que entrar, depois de muito tempo sem jogar e o time não reagiu bem. Mas tudo isso vai se acertando e os jogadores vão tomando consciência do que eu quero deles dentro de campo.

Bahia Notícias – Qual é a importância do meia Ramon no seu esquema e até quando você acha que poderá sustentar essa importância no time?
Paulo César Carpegiani – No campeonato estadual ele foi muito decisivo e eu não posso ser ingrato. Enquanto ele estiver se superando no campo, vai continuar tendo as oportunidades e dando continuidade nos jogos. E nós temos o Leandro Domingues também, que tem características parecidas com o Ramon, e eu acho que posso jogar com os dois sem perder a compactação do time. São dois jogadores extremamente criativos e o Ramon é um cara que se cuida muito, tem muita qualidade, decide com a bola parada e dentro das possibilidades ele continuará jogando. A gente pode revezar com ele saindo no segundo tempo, mas o mais importante é que ele vem sendo indispensável para o grupo.

Bahia Notícias – Na sua visão, quais são os pontos fortes e os pontos fracos da equipe do Vitória?
Paulo César Carpegiani – Eu já tinha dito que a lateral esquerda é uma posição carente no Vitória. A diretoria vai trazer um jogador, mas é onde eu vejo maior fragilidade na equipe. Gosto de laterais que marquem bastante, mas também saibam sair para o jogo. Mas fico tranqüilo porque estou em um clube que sempre estará aberto a contratações. Um time grande sempre está aberto a contratações e estou satisfeito porque a direção sempre nos passa isso. Em relação a ponto forte, eu destaco a velocidade do time e a capacidade de reação dos jogadores.

Bahia Notícias – O que você achou dos jogadores prata da casa do clube e qual deles você pode destacar como uma possível revelação neste ano?
Paulo César Carpegiani – Tem alguns jogadores da casa que saíram e estão voltando, como é o caso do Leandro Domingues, eu gosto muito desse jogador. É extremamente criativo, tem um talento nato, mas só precisa ficar um pouco mais ligado durante o jogo para poder participar de mais jogadas. Ma ele é muito talentoso e criativo e nós sempre estamos conversando com ele para que melhore ainda mais. Existe também outros jogadores como os zagueiros Wallace e Victor Ramos. O Wallace tem um futuro brilhante. É um jogador que seria titular na maioria das equipes no Brasil. Além deles, tem o Anderson Martins que também tem um grande potencial. Apesar de não ter jogado muito comigo ainda, é um grande jogador e nós sempre estamos com eles ensinado e orientando para termos cada vez melhores aproveitamentos. Eu sempre fui partidário da renovação no futebol e o Vitória tem essa característica latente que vou sempre estar utilizando.

Bahia Notícias – No seu comando, o lateral Apodi mudou sua posição dentro de campo, passando a fazer uma função de um ponta esquerda. Pelas características do jogador, como melhor ele pode servir a equipe do Vitória?
Paulo César Carpegiani – Apodi é um jogador que tem um potencial muito grande. Ele vem de trás com um lateral normal e pela sua velocidade tem ajudado muito a equipe. Ele encontrou um pouco de dificuldade com a situação de ficar mais à frente, mas já conversei com o jogador e ele vai aprendendo atuar com um lateral normal, que sirva o ataque, mas faça uma boa cobertura na marcação. O importante é que o treinador não tire a característica de um jogador e sim a aproveite, e é isso que tentamos fazer. O jogador está consciente e vai trabalhar buscando essa adequação. Nessa partida contra o Sport eu resolvi tirá-lo, pois ele vinha reclamando muito do desgaste e estava prestes a ter uma lesão. Contra o Vasco ele também pela suspensão, mas é bom assim que ele volta com maior preparo nos jogos e curado de qualquer lesão.

Bahia Notícias – Antes da derrota contra o Vasco você estava sendo considerando uma grande contratação para o Vitória. Agora parte da imprensa e torcida já começam a pegar no seu pé. Como você vem lidando com isso?
Paulo César Carpegiani – Eu não estou preocupado com isso. Eu acho que ocorreu uma decepção com a derrota, o que é normal, mas não estou preocupado. Futebol você vive dia após dia, é uma sequência. Temos sempre que pensar em ganhar, mas nosso time não é imbatível. Nas circunstâncias do jogo, o placar acabou ficando muito grande. Mas não estou preocupado porque sei do potencial do grupo. Dias atrás nós fomos campeões, hoje estamos liderando o Campeonato Brasileiro e o futebol muda a todo instante. Nós vivemos de vitórias e aqui no Vitória, no Flamengo, no São Paulo, no Arapiraca, a cobrança é proporcional e, muito mais que preparado. Estou calejado quanto a isso.

Bahia Notícias – Quantos jogadores você pretende ter no elenco do Vitória esse ano e o que você achou do atacante Nadson?
Paulo César Carpegiani – Com o Nadson eu já tive diversas conversas, é um jogador que retornou e não estava bem, chamei e disse que não havia gostado e quando não me agrada eu tenho que ser sincero e falar com o jogador a situação. Não posso tirar um jogador para colocar outro que ainda não está no momento certo. Já há uns três ou quatro dias atrás ele fez um treinamento bom e até fez gol. Contra o Vasco ele vai estar a minha disposição no banco de reservas, sei que é um artilheiro e vai ser útil para nós no momento adequado. Quanto aos jogadores no elenco, não existe um número certo, mas vamos trabalhando junto com a diretoria para ajeitarmos essa questão e fecharmos um elenco certo para o ano.

Bahia Notícias – Pela sua experiência, o que você achou do clube com um todo e como você localizaria o Vitória no cenário nacional?
Paulo César Carpegiani – É um clube que aspira a um futuro promissor, quer ganhar um dia o campeonato nacional, tem essa missão e isso é importante e cobrado. Temos uma torcida por trás que cobra, incentiva, aplaude. Então o clube tem tudo para evoluir no cenário nacional. A questão de trabalho dentro do clube é boa e temos tudo para fazer uma boa campanha, temos consciência que precisamos reforçar o grupo com qualidade, com jogadores que venham para serem titulares. Dessa forma, com calma e tranquilidade, chegaremos lá.

Bahia Notícias – É nítido o bom entrosamento que você tem com seu filho na comissão técnica. Em que o Rodrigo Carpegiani te ajuda mais e como começou essa parceria em família?
Paulo César Carpegiani – O Rodrigo me acompanha há um bom tempo e faz parte de todo o trabalho aqui no Vitória. Não ganha nada do Vitória, não está na folha de pagamento do clube e é bom que se frise isso. Ele faz parte da minha comissão porque tem grande utilidade no trabalho que nós desenvolvemos. Ele faz todo um trabalho de análise dos outros times e do nosso, programando todos nossos interesses de treinamento e conhecimento dos nossos adversários. Com essa análise bem profunda, eu o classificaria como minha agenda inteligente, que esteve comigo ao longo desse percurso por times que passei e agora no Vitória.

Bahia Notícias – Como você avalia suas condições de trabalho aqui no Vitória?
Paulo César Carpegiani – Sim, as condições são dadas. Tenho um diálogo muito aberto e franco com o presidente, que é uma pessoa bastante objetiva, e é assim que eu gosto que as pessoas tratem comigo. Estamos à frente, mas nós somos passageiros dentro do clube e eu espero que nossa passagem tenha bastante alegria e conquistas. A torcida precisa de alegrias.

Bahia Notícias – E a adaptação a Salvador, como está?
Paulo César Carpegiani – Eu nem tive tempo de pensar muito no meu estar em Salvador. Com o nosso calendário corrido, no tempo que tenho dedico-me ao trabalho. Temos jogos aos domingos, às quartas, e descemos aqui em um tumulto. Então o trabalho vem ocupando mais minha cabeça e não tenho tempo de viver muito a cidade. Aos pouco vou me acostumando.

Bahia Notícias – Na partida contra o Vasco mostrou que você ainda não encontrou o time ideal do Vitória. Quantos jogos você acha que são necessários para encontrar esse time, tanto taticamente quanto tecnicamente?
Paulo César Carpegiani – Basta que criemos a consciência disso que nos estamos conversando. O Leandro Domingues por exemplo é um jogador que está jogando o Brasileiro, mas não está participando da Copa do Brasil, o Magal é outro que está nas mesmas condições e assim por diante. Essa inconstância de jogadores na equipe prejudica muito, pois, fica difícil se montar um time. Mas os jogadores estão bem fisicamente e no campeonato nacional, como podemos utilizar todos, nosso trabalho fica mais fácil. É um campeonato longo e um elenco qualificado é imprescindível.

Bahia Notícias – Você elogiou bastante o meia Leandro Domingues e disse que iria arrumar um lugar para ele na equipe. Fala um pouco sobre esse jogador e sobre seus critérios de substituição dos jogadores que estão na titularidade.
Paulo César Carpegiani – Eu sou a favor sempre do bom jogador, e o bom jogador tem obrigação de buscar seu espaço no time. O Leandro é um jogador que tem uma boa posse de bola, um bom passe, sabe se colocar o jogo e diante de um talento como esse eu não posso me omitir em não coloca-lo na equipe. É claro que seu rendimento vai determinar sua permanência, mas pelo que eu venho observando ele tem lugar certo no time. Só o que precisa a ele é ser mais preciso no jogo, ter uma participação mais assídua, mais constante, e isso ele sabe que é importante, porque nós estamos dialogando e ele vem correspondendo. Eu acredito que o Leandro será um jogador de suma importância para a campanha do Vitória no Brasileiro.

Bahia Notícias – Quais as posições que você ainda precisa de contratações no time?
Paulo César Carpegiani – A principio e em emergência, a lateral esquerda. Tem que vir um jogador para ser titular. A diretoria está trabalhando e devemos ter reforços. Depois uma ou outra posição que a direção está consciente, mas, emergencialmente, precisamos de reforços na lateral esquerda.

Bahia Notícias – O zagueiro Wallace cresceu muito no seu comando. Como você avalia esse jogador?
Paulo César Carpegiani – É um ótimo zagueiro e com um futuro brilhante. Eu já havia comentado que ele se assemelha ao zagueiro Lúcio, da seleção brasileira. É um jogador rapidíssimo, tem domínio de bola e quer aprender, o que é o mais importante. Ele só precisa aprender a questão de posicionamento, e nisso ele está se esforçando. Quando ele tiver o domínio da área, com certeza será um cheque ao portador, pois trata-se de um grande jogador. Outro é o Anderson Martins, que também tem um potencial muito grande. Está machucado, mas vai ajudar muito a equipe. Esses dois jogadores ainda vão chamar muita atenção do país.

Bahia Notícias – Qual sua visão do Campeonato Brasileiro de 2009? Qual o time que você pode destacar e que motivos o fazem gostar tanto da competição Libertadores da América?
Paulo César Carpegiani – A Libertadores é uma competição que todo mundo quer e que consagra. A Copa do Brasil do mesmo jeito, já que é um campeonato curto e tem ingresso para Libertadores. O campeonato nacional é mais difícil, pois é muito grande e ganha quem tem o melhor elenco, as melhores contratações. Mas nós pretendemos nos colocar bem, tentar surpreender e fazer um bom nacional. Eu gosto muito da equipe do Cruzeiro, que na minha opinião é a melhor. As melhores equipes são as que estão na Libertadores, pois já estão há muito tempo se preparando. E tem uma equipe ou outra que se sobressai, como é o caso do Internacional, Flamengo, que têm expressão e são sempre perigosas.

Bahia Notícias – Com o elenco que você tem em mãos, até onde o Vitória poderá chegar nesse ano?
Paulo César Carpegiani – Nós temos uma missão e temos que sonhar. Vamos para frente buscar os resultados e ir surpreendendo. O futebol vive de momento, neste momento somos lideres do campeonato e vamos sustentar isso o quanto pudermos. Quando as derrotas acontecem, nós temos que passar por cima e reverter a situação rapidamente, e é assim que eu quero chegar até o final do campeonato. Vamos com muita força e trabalho para superar um obstáculo por vez. A partida contra o Vasco será um exemplo. É questão de honra nossa vitória e é isso que está sendo passado para os jogadores.

Link da entrevista.

Leia outras entrevistas de pessoas ligadas (ou não mais) ao EC Vitória.
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Comentários
4 Comentários

4 comentário(s):

Anônimo disse...

Depois, Carpegiane, vai dizer que o Vitória não lhe deu oportunidades de trabalho e etc. Vamos torcer para que isso nunca aconteça.

Aliás, alguns amigos do Sport disseram que tinha muito rato e barata no Barradão. Que é isso vitorinha?

Fabio Monteiro disse...

e aí Lucas. Boa entrevista de carpegiani, apesar de alguns momentos ele se contradizer. Pois ele diz que gosta de ser ofensivo e so tava escalando o time so com um atacante, 3 zagueiros e 3 volantes...hehehe

Lucas Serra disse...

Maurício, isso deve ser birra de rival... hehehe principalmente depois da derrota.

É Fábio, e ele só coloca 1 atacante, como pode dizer que é ofensivo? Só se for no Barradão e olhe lá!

Anônimo disse...

Fila da Puta!!!!

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