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OS ARAUTOS DA ESTUPIDEZ. Por Franciel Cruz.

Aviso aos espíritos de porco de todas as latitudes e cores clubísticas: Se você veio aqui em busca de material para galhofa, favor voltar outro dia. Não há motivos para festa, ora esta, num sei rir à toa. O plantão será rigoroso. Sopa de tamanco.

Sudesb informa: Sai a pilhéria e entra a reflexão. E por falar nela, a reflexão, vamos ouvir um questionamento antigo do pai da matéria, Armaaando Oliiiveeeira. Às aspas, maestro.

Como um povo tão vibrátil, com tanto ritmo nos pés e na cintura, bom de capoeira, melhor de lambada, pôde permanecer tanto tempo no subúrbio do futebol brasileiro, morrendo na praia nos torneios nacionais?

O próprio heptacampeão da Bola de Ouro esboçava a seguinte resposta na já longínqua década de 1980. Novas e merecidas aspas: “Talvez, admito, devido à nossa postura colonizada, valorização desmedida dos estímulos impostos pelo Sul Maravilha, carência de confiança na prata da casa”.

Touché!!!

Percebam, amigos de infortúnios, que as elucubrações do maior cronista futebolístico desta província ocorreram há mais de 20 anos. Porém, elas continuam mais constrangedoramente atuais do que nunca.

Para que vocês tenham uma idéia de como a história se repete como farsa, lembro que no trágico domingo da peleja entre Vitória x Ceará, nenhum, repetindo em caixa alta, NENHUM jogador da base Rubro-negra que se sagrou campeã do Copa do Brasil começou o jogo como titular.

E por que isto aconteceu?

Alguns desconfiados devem achar que tal desmantelo (que sempre se repete) ocorreu por causa de tenebrosas transações, já que normalmente há inescrupulosos empresários na jogada nos empurrando (lá eles) caminhões de renomados ferros-velhos que já gastaram suas parcas glórias em épocas idas.

Como não sou maledicente, acredito que os cartolas baianos fazem isso não por obscuros interesses financeiros, mas apenas por burrice misturada com aquela secular síndrome de vira-latas. Só pode ser isso.

Afinal, até os radialistas escrotos que não entendem nada de futebol, mas conhecem muito sobre as manhas de achaque e das mumunhas do vil metal, sabem que o investimento na base é o mais rentável sob todos os aspectos.

Ah, mas, derivo. E volto para dizer que a torcida do Bahia não deve ficar rindo da desgraça alheia. A imbecilidade, no caso, é extremamente democrática e atinge não somente a cartolagem leonina.

Para não cansar ainda mais os torcedores, que já estão ressaqueados do Carnaval e das vergonhas na Copa do Nordeste, não farei um histórico dos desmantelos da dupla Ba x VI, mas apenas um, digamos assim, corte epistemológico. Vamos à história a partir de 2011.

Conforme é de conhecimento do Norte e Nordeste de Amaralina, de lá pra cá (aliás, desde sempre) os times principais do Estado têm feito um esforço descomunal para envergonhar suas torcidas. Além da já citada chibança no Nordestão, os tricolores passaram dois anos na Série A com as calças na mão e se desviando, deus sabe como, para não receber na tarrasqueta. Com o Vitória não foi diferente. Apesar de ter o maior orçamento da Série B em 2011 conseguiu ficar fora dos 4 classificados. Já em 2012 subiu graças a critérios de desempate.

Enquanto isso, o que foi que fizeram os garotos da base de lado a lado?

Os do Bahia foram vice-campeões da tradicional Copa São Paulo de Futebol Júnior, inclusive eliminando o Vitória na oitavas. (Vale ressaltar que o time Rubro-Negro na ocasião era até melhor do que o do Bahia).

Pois muito bem, digo, pois muito mal.

Daquele time tricolor que perdeu injustamente a final para o Flamengo também não há nenhum entre os titulares. Some-se a isto o fato de que, neste ano da graça de 2013, o esquadrãozinho era detentor disparado do melhor futebol da mesma Copa S.P. Caiu para o Goiás por uma destas distrações dos deuses que vigiam a justiça no Ludopédio.

Já os Leões da Base também jogam o fino. No já citado ano de 2011, possuía um timaço. Inclusive, não foi à toa que, em 2012, conquistaram a 1ª edição da Copa do Brasil e garantiram vaga na Libertadores da América, entre outros feitos recentes.

O que se depreende deste breve histórico é que aqui, nesta província lambuzada de dendê e de exclusão, temos talentos em profusão nas quatro linhas, mas possuímos também uma corja, uma casta, de incompetentes que nos impede de avançar.

Afinal, apesar das repetidas e desgastadas promessas dos dirigentes que garantem, ano a ano, que vão privilegiar a base, os garotos continuam no ostracismo, sendo obrigados a ser coadjuvantes (quando muito) de velhas putas cansadas de guerra que só vêm para cá embolsar os últimos caraminguás.

Portanto, amigos de infortúnios, a verdade que salva e liberta é uma só: a galhofa, a pilhéria e a rivalidade nos mantém vivos, sim. Porém, se ficarmos apenas nelas e não concentrarmos nossas forças na luta por mudanças urgentes e efetivas em nossos clubes estaremos apenas fazendo o jogo sujo dos que querem que tudo permaneça como está.

E aí, só nos restará repetir ad infinitum o clássico questionamento do menino Armando Oliveira. “Como um povo tão vibrátil, com tanto ritmo nos pés e na cintura, bom de capoeira, melhor de lambada, pôde permanecer tanto tempo no subúrbio do futebol brasileiro, morrendo na praia nos torneios nacionais?”.

Por: Franciel Cruz (ao FutebolBahiano.com)
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Comentários
2 Comentários

2 comentário(s):

Cleber Leite disse...

Caro Franciel,

gosto muito dos seus textos e dos seus comentários. Mas apenas faço uma reflexão em relação a este em particular: se ao invés de Nicácio (atual artilheiro) estivesse em campo Alan Pinheiro, se ao invés de Escudeiro estivesse Mineiro, se ao invés de Luís Alberto estivesse Gabriel Soares e ao invés de David Braz fosse escalado Raphael Fontes. E então o Leão tomasse os mesmos 1x4. O que seria dito nesse texto?!!!
Digo isso pq o Leão começou bem a competição e mesmo ganhando os comentaristas contavam os dias, ansiosos, para ver a estréia dos gringos e outros contratados. Então, se perdesse com o time que começou a competição (ganhando), o que seria dito?!! Tudo é uma questão de ponto de vista.
Já me decepcionei com o Vitória muitas vezes, mas dessa vez minha maior lamentação vai para a arbitragem. Pq escalação por escalação, provavelmente essa crítica ocorreria em qualquer hipótese, salvo se o time ganhasse. PS: Nesse caso em particular. Em outras partidas, nos anos anteriores, a escalação realmente comprometeu. Nessa partida específica, faço minhas ressalvas pois, qq q fosse a escalação, haveria críticas caso o time perdesse.

ROBERTO disse...

Amigo Franciel,
Vc sabe porque não tinha nenhum campeão da Copa Brasil sub 20 no time titular do nosso Vitória? Porque o sub 20 Campeão não teve nenhum craque. Teve um excelente conjunto tático. E alguns bons jogadores : Gabriel Soares, Magal, Maia e......e........mais ninguém. Quem sabe sabe! Gosto muito de Maia mas teve todas as chances. Não temos jogadores do sub 20 aptos á serem titulares. Nosso amigo Cleber Leite tem razão.

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