Fiquei extremamente irritado e decepcionado com a atuação do time neste confronto, pois, mais uma vez, este se mostrou apático, desorganizado e, principalmente, impaciente.
E durante as atividades semanais, o comandante rubro-negro se mostrou tão preocupado com o lado direito de Carlinhos e esqueceu a dupla Gabriel e Gilson, que abriu uma verdadeira avenida pela esquerda. Estava escrito nas estrelas que o tricolor paranaense faria seus gols por aquele setor. Este último, por sinal, teve uma queda de rendimento absurda neste segundo turno, assim como muitas peças deste elenco.
Mas até aí procurei entender essa manutenção da escalação que venceu o ABC. Sem problemas. Só que o time toma dois gols na etapa inicial e ele decide retornar para os últimos quarenta e cinco minutos com um volante no lugar de um meia. Volante esse que era a última opção dele durante os treinos - Rodrigo Mancha estava cotado até para iniciar a partida. Desculpem, mas gostaria que vocês, amigos torcedores, me explicassem o que ocorreu neste vestiário, porque, na sequência, ele tirou um dos três volantes que ficaram para colocar um centroavante.
O que mais me intriga é que Carpegiani, novamente, colocou dois jogadores de área juntos no decorrer do duelo. Se não está dando certo Elton – que, de novo, fez uma partida sofrível – ter um companheiro com suas características ao seu lado, qual a necessidade de insistir nisso, já que Marquinhos estava no banco de reservas? Poderia ter tirado Gilson para a entrada deste último, pois, perdendo por dois ou três, ficaria exatamente a mesma coisa. Qualquer um dos marcadores de meio, por exemplo, poderia cobrir a lacuna que ficaria na esquerda.
Pedro Ken, maestro do meio de campo, passou a ser atacante, a pedido do técnico, deixando Willie com a função de voltar para marcar e atacar. Isso vai dar certo quando? Nunca. Há algumas semanas, quando a equipe estava voando, esse erro tático não estava ocorrendo. Sabe qual a consequência disso? Setor de criação improdutivo e esvaziado. Fica ótimo para qualquer adversário. Como deixar um nome como Ken improvisado, se em sua real posição ele rende muito bem?
O Vitória, hoje, tem dois setores em campo: defesa e ataque. Chutão, lançamento o tempo inteiro e atleta dando passe e virando a cara. Me senti envergonhado após o resultado no Sul. Queria saber qual a dificuldade de pegar a bola e sair com tranquilidade, sem desespero? Pensar, realmente, deve ser desgastante.
E por incrível que pareça, sabe quem comandou o Paraná? Lúcio Flávio. Inacreditável um cara com a idade dele dar “calor” em um monte de menino. Falta muito a este elenco – ou passou a não ter – humildade. Palavrinha que ficou esquecida nas primeiras dezenove rodadas da competição.
Agora tem que correr atrás do prejuízo, pois o título, que estava nas mãos, já não é mais a realidade. Um tropeço pode tirar do rubro-negro até mesmo a segunda posição. Infelizmente é assim. Errar é humano. Insistir em equívocos é burrice, e sem tamanho!
Por: Maurício Naiberg