Nem eu nem todos os que andam pelos bares, becos, vielas, ladeiras e outros ambientes maizomenos insalubres desta besta e ainda bela província da Bahia, que questionam em uníssono: Que porra é que acontece com o time do Vitória depois que mete 3 x 0?
E a tal partida jogo começou exatamente como se os jogadores do Rubro-negro tivessem feito “um pacto com o imponderável”. O ponteiro do relógio não marcava nem 20 minutos de jogo – e o Rubro-negro já brocava por 3 x 0. Porém, nem mesmo o placar dilatado fazia com que o referido senhor se acalmasse. Bastava o Goiás pegar na bola e eu já antevia dois ataques: o do equipe esmeraldina e o do coração do referido senhor.
E a porra inflamou de vez quando um atacante da equipe goiana deu um chute da intermediária e … “Puta que pariu, que porra de zaga é esta? Vou-me embora. Já sei o que vai ocorrer. E não quero presenciar mais nada. Meu coração não aguenta ver isso, principalmente porque já estive nas quatro linhas”.
Ainda tentei argumentar, dizendo que o time estava com uma boa vantagem, mas o senhor manteve inflexível na sua decisão de abandonar a peleja. Então, apenas para matar a curiosidade, perguntei onde ele jogou. “Joguei mais de um ano na Ponte Preta e também passei pelo nosso Vitória no início da década de 60. E, no meu tempo, este rapaz aí nem chutaria a bola, porque eu metia logo uma voadora. Não era à toa que fiquei conhecido como o ‘Assassino da Noite’. Este time de hoje fica nesta moleza e vai ser esta agonia o campeonato todo”.
E não é que a porra da maldita profecia da sacana se confirmou. O Goiás virou o jogo e eu fiquei virado na porra com aquela boca de seca pimenteira.
Porém, como sempre busco ver as coisas pelos óculos do Dr. Pangloss, aproveitei a maldita profecia de Zé Carlos, eis o nome do carniceiro, para me preparar para as labutas vindouras. E elas, como todos sabemos, foram sopa de tamanco. Na partida seguinte, contra o Avaí, a zorra só foi definida nos 15 minutos finais. Diante do ABC, então, a chibança foi ainda mais complicada, pois foi na última volta do ponteiro, aos 50 minutos.
Na peleja contra o Paraná a agonia foi ainda pior, pois sofremos uma virada no nosso Santuário. No entanto, arranjamos força e borcamos novamente. E nesta última partida contra o Asa, quando parecia que ia se repetir a tragédia do Serra Dourada, o time conseguiu segurar a Vitória.
Bom. Se continuamos com o retrospecto das quatro últimas partidas, sem problemas. Minhas 18 pontes de safenas aguentarão o rojão.
E que viva o imponderável!!!
Por: Franciel Cruz (@ingresia)