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A queda do império paulistano. Por Franciel Cruz.

Diante dos tempos temerários que pareciam se avizinhar, alguém mais sábio sacou do coldre a seguinte e factível tese: “só a incompetência dos dirigentes salvará o futebol brasileiro da nefasta espanholização”.

 É uma boa aposta, porém entendo que, neste momento, o fulcro central do problema é outro : A queda do Império Paulistano. (Sei que o correto seria grafar paulista, mas botei paulistano porque mais pomposo)

Sim, amigos de infortúnios, vocês, distraídos com as fotos de Carolina Dieckman não perceberam, mas estão sendo testemunhas oculares deste extraordinário acontecimento, que é a decadência de um gigante poderoso. Aliás, a história, esta menina traquina, nos ensina que todo império um dia chega ao fim. Basta pegar qualquer livro de 7ª série para comprovar isso. Foi assim com o bizantino, romano, turco-otomano, todos, sem exceção. E foi exatamente nos macabros planos de expansão que os impérios tomaram na tarrasqueta. E não seria o paulistano que desta lei da natureza histórica iria ter isenção.

Seguinte.

Ao contrário de uns e outros, que se baseiam num “certo sentimento agoureiro y secador”, informo que a situação não se resume a apenas à, como direi, metafísica do desejo. Não e nécaras. A decadência pode ser comprovada cientificamente. Exatamente por isso, fiz algo que contraria a minha religião: recorri à frieza dos números, estes sacanas que nunca mentem, mas quando torturados confessam.

Antes, porém, quem confessa sou eu. Seguinte. Tão ágil quanto o departamento Jurídico do Flamengo, só agora, às vésperas da 6ª rodada, dei-me conta de que ainda não havia dito ao mundo e aos leitores do Impedimento (o que dá no mesmo) que a Segundona já começou. Mas, já. E, do mesmo modo que está ocorrendo com seu primo rico, nesta competição também está formado o cerco contra os paulistas. Das cinco equipes que disputam a Série B, nenhuma habita o G4. E pior, digo, melhor. Duas estão nas últimas colocações.

E mais. Na Segundona, não se pode argumentar, como na Série A, que a tragédia dos bandeirantes é momentânea e decorrente do interesse por outras competições. O fracasso é tendência.

E quais as razões para o fracasso? Voltemos aos números.

Na primeira rodada, a média de público, sem contar os times de São Paulo, foi de 9.834 pagantes. Com os paulistas, este número caiu para 8085. E se for somar apenas os jogos em que os times de lá foram mandantes, chega-se a aviltantes 955, em média. E a indiferença dos torcedores paulistas se repetiu nas rodadas seguintes. Na segunda, a média sem eles foi de 4280. Com eles caiu para 3288 – e somente com paulistas 1304. Na terceira os números são os seguintes, respectivamente: 4.353; 3608 e 629. Na quarta rodada 4053, 3385 e 1128.

E mais. Nas cinco primeiras rodadas, nenhum time paulista colocou, ao menos, três mil torcedores numa partida. Eis o desempenho de cada um nos jogos em casa.

Barueri 1.412 + 953 + 1257
São Caetano 499 + 306 + 214
Guarani 2.265 + 2300
Bragantino 642 + 539
Guaratinguetá 1006 + 546

Com números tão desprezíveis, só o Ipatinga (média de 234 testemunhas), que, não por acaso, também está na zona. É fato que o Ceará é o quarto pior da competição, mas o Vozâo é a regra temporária para confirmar a exceção. O Bragantino já está ali na cola para completar a santíssima trindade do rebaixamento paulistano.

É óbvio que a numerologia não serve ao vice-versa – até porque senão o Vitória estaria lascado, já que não vence o Guarani, adversário desta noite, há seis jogos, desde 2004. Some-se a isto o fato de o Leão nunca ter brocado a equipe de Campinas nas pelejas da Série B.

Portanto, amigos, como eu ia dizendo, números não servem pra porra nenhuma. Inclusive, todos ou domingos ou terças, vai depender da quantidade de sangue na canjebrina que corre em minhas veias, estarei aqui para o resumo da rodada da Série B, falando de futebol – e não mais de números. Amém ?

Por: Franciel Cruz (@ingresia)

PS: Ah, sim. Quem não estiver assoberbado e quiser acompanhar a trajetória do Rubro-negro na Segundona tem uns textos bem maizomenos aqui, ó. Caixa alta, maestro. WWW.VICTORIAQUAESERATAMEN.WORDPRESS.COM
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Comentários
2 Comentários

2 comentário(s):

Castro disse...

Fantástico o texto do Franciel Cruz. Com uma inteligência desta não poderia torcer pelo Jahia, só poderia ser torcedor do rubro negro baiano.

O que me impressiona nessa compração com os paulistas é que o Vitória, às vezes, não consegue contratar jogador e técnico quando disputa a concorrência com times paulistas como Portuguesa que não passa de 6.000 testemunhas, Ponte Preta ou Guarani. Precisamos reconhecer que o Vitória cresceu como uma equipe de grande expressão e escreveu seu nome na história recente com muita competência e profissionalismo, haja visto o trabalho com a formação de juniores, o pagamento dos salários em dia (um feito que não acontece no Vasco, Flamengo e Jahia) e a existência de uma estrutura patrimonial que impõe respeito aos adversários. Precisamos pensar grande e não cometer os equívocos que se tem cometido em nosso time (contratação de mercenários, não valorização dos que vestem a camisa coo o Neto Baiano, e manutenção de jogadores que não têm expressão para um time com os desafios do Vitória como Adailton e Xuxa). Parabéns Franciel você eleva o nível deste site e demonstra ser um grande rubro negro.

Castro

Anônimo disse...

MUITO BOM !!!
HENRIQUE FREITAS-SP

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