Pois bem, digo, pois mal.
Vejam o caso do brioso Araripina. Rebaixado antecipadamente para a segunda divisão do fraco campeonato pernambucano, a equipe tem um dos artilheiros da malamanhada competição, o centroavante Vanderlei.
Alguns podem dizer, não sem razão, que o Araripina num é exemplo pra porra de nada – e eu respondo: num é mermo, não. Coloquei o “bode”, como a equipe do sertão pernambucano é conhecida, apenas como introito (recebam, fariseu, um introito nos mamilos) ao tema central: O Vitória.
E fi-lo porque qui-lo (alô, Jânio Quadros), mas também porque temos, ou tínhamos, um time jogando em função de um centroavante. E, assim, enquanto este apresentava números exuberantes, o Leão penava (e matava os torcedores de raiva) nos péssimos gramados do Valerão-2012.
Não era para menos. Afinal, se já num é recomendável que se sacrifique uma equipe, um coletivo, por causa de um craque, imagine armar um esquema tático (?), como fez Cerezo, que deus o tenha, onde o jogador mais habilidoso, no caso Marquinhos, era obrigado a carregar piano para Neto tocar.
VÀ MATAR A MÂE DO DEMÔNHO!!!
A propósito, cansei de reclamar ao ver o Gênio Franzinho, morto de cansado, tendo que cobrir a lateral, fechar a meiúca e depois sair para armar jogadas, enquanto o outro ficava ali, na boca de espera, para correr pra galera e se consagrar.
Pois muito bem.
Com a saída de Cerezo, Marquinhos voltou a ficar mais livre para jogar, especialmente na zona do agrião, aquela parte do campo em que ele se transforma no cão de calçolão chupando manga num dia de neblina. Duas partidas e dois gols decisivos – e isso ainda com o espectro de Neto pairando no ar.
No último domingo, na primeira apresentação sem o centroavante, Marquinhos votou a brilhar e o Vitória a jogar menos engessado, praticando o Ludopédio com leveza, rapidez e com alternativas de jogadas. Não foi à toa que teve gol de todo jeito, de cabeça, de cobertura, de sacanagem. Enfim, um resultado e um futebol para alegrar até o mais carrancudo e corneteiro torcedor – e como tem sacana naquela arquibancada.
PUTAQUEPARIU A MURRINHA!
Derivo, mas volto para encerrar esta prosa, alertando que a goleada de 6 x 1 diante do poderoso Feirense não deve servir para obnubilar os problemas. Ainda precisamos de algumas peças urgentes, especialmente nas laterais e na zaga. E mais. Este convincente triunfo, com o perdão da quase redundância, não pode se transformar em convencimento. Afinal, para ficar rebolando já basta a Moça do Shortinho Gerasamba.
Quebra, ordinária.
Por: Franciel Cruz (@ingresia)
P.S Sei que muitas viúvas de Neto vão rebarbar. Nem me importo. Já enfrentei coisas piores. Lembro, por exemplo, que quando falei umas prosopopeias sobre Rildo alguns me chamaram de tudo – menos de santo. Confiram comigo no replay http://victoriaquaeseratamen.wordpress.com/2012/01/30/