Reserva de Douglas nos nove primeiros jogos do estadual, Renan foi titular somente na última quarta-feira. Com uma atuação segura, não levou gols e ajudou o Rubro-Negro a empatar em 0 a 0 com o Atlético-BA.
- O projeto é esse e a gente tem que ter uma sequência. Tendo essa sequência, acredito que esse objetivo pode se tornar realidade – afirmou.
Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM (por Raphael Carneiro), além de vestir a “amarelinha”, Renan comentou também sobre o começo da carreira no Avaí (onde chegou a ser dispensado por indisciplina), o fato de ter sido o primeiro jogador que atua em Santa Catarina a ser convocado para a Seleção Brasileira, a passagem pelo Corinthians e o motivo que o levou a assinar com o Vitória. Confira:
GLOBOESPORTE.COM: No Avaí, você chegou a ser dispensado por um ato de indisciplina. O que aconteceu?
Renan: É verdade. A gente não gosta de chegar nesse fato, mas foi uma indisciplina dentro do clube, uma briga, coisa que eu nunca fiz na minha vida. Teve uma discussão e a gente acabou sendo dispensado, mas sabia que tinha potencial e o presidente do Avaí me deu uma nova oportunidade. Então só tenho a agradecer a oportunidade que eu tive.
O que você aprendeu com esse episódio?
Renan: Você aprende muitas coisas, cresce na vida muito rápido. Aprende as coisas erradas, as coisas certas, os momentos certos, as horas certas. Você leva isso para a sua carreira, então, se tiver que acontecer de novo, da minha parte, não vai acontecer.
Na Copa do Brasil de 2011, você foi elogiado por Rogério Ceni após uma partida contra o São Paulo. Inclusive surgiu um boato sobre transferência para o clube paulista. Como foi aquele momento na carreira?
Renan: É bom, né? Ouvir o elogio de um ídolo mundial que é o Rogério Ceni é bom. Ele é um cara bacana e a gente conversou depois do jogo, outros dias também. É uma pessoa bacana e eu estava preparado, sabia que era meu momento, vinha da reserva e comecei a segunda fase da Copa do Brasil como titular. A gente estava preparado e trabalhou para que aquele momento chegasse.
Depois do jogo, você e Rogério tiveram mais contatos?
Renan: Não, a gente só conversou só depois do jogo. Não tenho nenhum contato com ele, mas sei que é uma pessoa que se eu encontrar na rua, com certeza, irei cumprimentar ele e ele também, até pelo caráter e a pessoa que ele é.
Você foi o primeiro jogador de um clube catarinense a ser convocado para a Seleção Brasileira. Apesar de não ter atuado contra os Estados Unidos, como foi a experiência?
Renan: É uma experiência que não tem nem explicação, até porque você jogando poucas partidas e, na hora que menos espera, uma convocação. Foi uma experiência sem explicação, mas que aprende muito com várias estrelas do futebol mundial. A gente só cresce e aprende cada vez mais.
No Corinthians você foi contratado como grande aposta, mas foi titular em apenas três jogos. O que aconteceu lá que não deu certo?
Renan: Acho que não era para ser o momento. Aconteceu uma estreia, ninguém esperava, e o Corinthians vinha há 11 rodadas sem perder. Justo no jogo da minha estreia, a gente acabou perdendo e muitos falam que foi falha minha. Sempre falei, desde que tomei o gol, que não tive culpa alguma. Acredito que não era o momento, não era a hora certa, mas passou. Foi um aprendizado muito bom, um pouco mais de experiência e estou chegando aqui para somar e levar esse clube para a Série A.
Quando foi negociado, o Corinthians disse que passou para você as propostas do Vitória e do Náutico. Por que, mesmo com o Náutico na Primeira Divisão, preferiu o Vitória?
Renan: Por causa da pessoa do presidente. O Náutico tinha também o interesse, mas optei pelo presidente ter ido ao CT do Corinthians. Eu até passei por ele lá, mas não conhecia, não sabia que era o presidente do Vitória. Quando eu fiquei sabendo da proposta do Vitória, eu achei muito legal da parte dele e ele me apresentou um projeto muito bacana. Eu também apresentei para ele que meu objetivo é as Olimpíadas de Londres. Cheguei em um consenso junto com meu empresário que o projeto ideal – não menosprezado o Náutico – é o Vitória.
Quando chegou aqui em Salvador, disse que um de seus objetivos era disputar os Jogos Olímpicos. Ainda mantém o sonho?
Renan: Esse é o objetivo. Desde a primeira convocação esse é o objetivo. A gente está com esse objetivo em pé, esse objetivo está traçado. O presidente sabe, o clube sabe e eu cheguei aqui para somar. Isso (convocação) é consequência do trabalho. Estou focado no momento, que a oportunidade apareceu e aproveitei. Então agora é junto com o grupo, somar para que a gente possa chegar em um resultado final muito bom.
Acha que a oportunidade dada por Cerezo pode te ajudar?
Renan: Acredito que foi uma estreia boa depois de muito tempo parado. acho que foram seis meses sem atuar em um jogo oficial. Foi uma estreia boa. Com uma sequência do trabalho, se tiver essa sequência, acredito em meu potencial e tenho grandes chances de voltar a vestir a amarelinha de novo.
Por causa desse tempo todo sem jogar uma partida oficial, ficou ansioso ou incomodado na reserva?
Renan: Ansioso a gente fica. Incomodado, todo goleiro reserva está incomodado e que jogar. Quando eu cheguei aqui, disse na minha apresentação que a briga seria sadia. A gente, com o Douglas e o Gustavo, quem jogar o Vitória estará bem servido. Agora é o momento de focar, o clube crescer agora. O Vitória não merece estar na colocação que está, com todo respeito aos adversários. Então a gente tem que saber que a gente tem que estar lá em cima, que esse é que é o lugar do Vitória.
Quem são os principais adversários para essa vaga olímpica?
Renan: São vários. São vários grandes goleiros aí. Tem o Rafael do Santos, Renan do Atlético-MG, Neto da Fiorentina. São grandes goleiros e a gente não sabe se vão só abaixo da idade olímpica ou se vão acima, mas quem for, com certeza, o Brasil estará bem servido de goleiros.
Então é segurar a expectativa até a convocação...
Renan: A expectativa é boa. O projeto é esse e a gente tem que ter uma sequência. Tendo essa sequência, acredito que esse objetivo pode se tornar realidade.